Recebi isto por mail. Parece-me bem e por isso resolvi divulgar aqui no blogue.
Filhos: lembrem-me quando chegar o dia, porque eu vou esquecer-me de certeza!
Vejamos: não estou só a pensar na política à portuguesa, o que acontece também é o seguinte: o Trichet, director do Banco Central Europeu, decidiu não baixar as taxas de juro na Europa e diz porquê e tudo: se baixar as taxas de juro, as pessoas que devem dinheiro aos bancos vão pagar muitíssimo menos de prestação, portanto vão gastar muito mais dinheiro noutras coisas: comer melhor, jantar em restaurantes bons, viajar, comprar automóveis. E a inflacção vai aumentar.
Se não baixar e ainda aumentar as taxas de juro, ninguém vai fazer nada disso. Os europeus vão ficar metidos em casa a poupar. A inflacção nem diminui, mas também não aumenta.
Vocês não sentem que estão sentados à mesa a ver os outros a comer? Sem perceber porquê?
O que recebi foi isto: aspas
"Nos DIAS 22 e 23 Maio
( 2 dias)
TODOS DE LUTO
CONTRA A VERGONHA!
Sabemos que sair às ruas é complicado devido aos compromissos diários, então estamos propondo que nos dias 22 e 23 de Maio todos ao saírem de casa vistam camisas/blusas pretas, e se você não tem, amarre um lenço preto no pescoço ou braço.
MELHOR AINDA:
Pendure um pano preto na sua janela em sinal de luto pela morte da dignidade dos políticos.
Isto vai ser um sinal de repúdio à palhaçada que virou a política.
DEMONSTRE sua indignação em todos as cidades !
Não tenha vergonha de participar! Devemos ter vergonha de assistir à bandalheira de boca fechada e mãos atadas como um povo ignorante que não sabe como protestar!" Fim de Citação
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Cada um faz o que quer
Este governo tem inventado as leis mais incríveis e mais rígidas para serem cumpridas já imediatamente:
- Ouviste bem? É para já!
Como deixar de fumar, trabalhar mais horas, etc.
Pelo contrário, os ministros deste governo, incluindo o 1º, podem fazer o que lhes apetecer.
O da justiça resolveu apoiar o director da Judiciária nas declarações sobre o caso Maddie, não porque o dito tivesse razão, mas porque é um seu antigo amigo. Não entendo! Eu às vezes chateio-me com os amigos... Vocês não? Os políticos não?
Sócrates, aparentemente, fez uma de duas coisas: ou assinou projectos feitos por outros, não entendi porquê, mas devia ser para ganhar dinheiro, ou fez uns projectos arquitectónicos horrendos, indefensáveis, o que o torna completamente desadequado para fazer algo que implique bom gosto ou um mínimo de sentido estético. Ou até mesmo bom senso.
Agora há umas leis novas contra a corrupção: mas quem as fez à pressa para responder a outras mais abrangentes, deve ter-se acautelado contra elas, vocês não acham?
Filhos: a despropósito: já viram que no fim desta página existe um link para reservas de hotel com desconto de "last minute"? Chama-se "Rates to Go". É sí clicar e pesquisar em todo o mundo.
- Ouviste bem? É para já!
Como deixar de fumar, trabalhar mais horas, etc.
Pelo contrário, os ministros deste governo, incluindo o 1º, podem fazer o que lhes apetecer.
O da justiça resolveu apoiar o director da Judiciária nas declarações sobre o caso Maddie, não porque o dito tivesse razão, mas porque é um seu antigo amigo. Não entendo! Eu às vezes chateio-me com os amigos... Vocês não? Os políticos não?
Sócrates, aparentemente, fez uma de duas coisas: ou assinou projectos feitos por outros, não entendi porquê, mas devia ser para ganhar dinheiro, ou fez uns projectos arquitectónicos horrendos, indefensáveis, o que o torna completamente desadequado para fazer algo que implique bom gosto ou um mínimo de sentido estético. Ou até mesmo bom senso.
Agora há umas leis novas contra a corrupção: mas quem as fez à pressa para responder a outras mais abrangentes, deve ter-se acautelado contra elas, vocês não acham?
Filhos: a despropósito: já viram que no fim desta página existe um link para reservas de hotel com desconto de "last minute"? Chama-se "Rates to Go". É sí clicar e pesquisar em todo o mundo.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
terça-feira, fevereiro 05, 2008
Máscaras coladas ao rosto
- Tu és uma miúda muito simpática! Até já nem se vêem pessoas assim tão simpáticas, hoje em dia!
- Nós aqui somos obrigadas a ser simpáticas, porque senão somos logo despedidas...
Esta conversa começa a ser muito frequente em todo o lado. E o contrário também é verdade: se não nos pagam para sermos simpáticos, nem sequer olhamos para as pessoas que estão ao nosso lado. Por exemplo: na sauna, estão várias pessoas nuas e quase encostadas umas às outras (do mesmo sexo, claro). A única coisa que dizem, se disserem, é bom dia ou boa tarde. Estão várias pessoas (homens e mulheres), apinhadas num jaccuzzi: nem bom dia nem boa tarde, a não ser que se conheçam sem ser de vista.
À entrada e saída do ginásio, pelo contrário, somos cumprimentados efusivamente pelos empregados. De vez em quando fazem-nos um inquérito a perguntar se eles são simpáticos e se nos tratam pelo nosso nome.
Não é estranho, tudo isto? Como tudo mudou! Estamos a ficar nórdicos! Ou serão máscaras de Carnaval que nos colaram à cara?
- Nós aqui somos obrigadas a ser simpáticas, porque senão somos logo despedidas...
Esta conversa começa a ser muito frequente em todo o lado. E o contrário também é verdade: se não nos pagam para sermos simpáticos, nem sequer olhamos para as pessoas que estão ao nosso lado. Por exemplo: na sauna, estão várias pessoas nuas e quase encostadas umas às outras (do mesmo sexo, claro). A única coisa que dizem, se disserem, é bom dia ou boa tarde. Estão várias pessoas (homens e mulheres), apinhadas num jaccuzzi: nem bom dia nem boa tarde, a não ser que se conheçam sem ser de vista.
À entrada e saída do ginásio, pelo contrário, somos cumprimentados efusivamente pelos empregados. De vez em quando fazem-nos um inquérito a perguntar se eles são simpáticos e se nos tratam pelo nosso nome.
Não é estranho, tudo isto? Como tudo mudou! Estamos a ficar nórdicos! Ou serão máscaras de Carnaval que nos colaram à cara?
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Mas falemos antes da beleza
sábado, fevereiro 02, 2008
Pequena corrupção? É apenas uma questão de oportunidade
Há quem me acuse de não ter a noção da realidade. Dependendo do que isso queira dizer, umas vezes não concordo, outras vezes agradeço à Deusa por não me ter dado a noção da realidade, ou seja, por não ter feito de mim uma pessoa realista, no sentido que muitas vezes se dá a esta palavra.
É o caso presente. No jornal Público, Sócrates (José) é acusado, com ou sem razão, de várias corrupções (talvez não muito grandes?!). Embora o próprio negue tudo, quem julga defendê-lo, nos comentários publicados no próprio jornal, afirma que a pequena corrupção é perfeitamente normal neste país e portanto aceitável! Vocês também acham?
Por mim, tenho a certeza de que não posso ser acusada da mais pequeníssima corrupção e tenho também a certeza de que há inúmeros homens e mulheres como eu (Talvez mais mulheres, a julgar pela assinatura dos comentários?? Mesmo asim, inúmeros homens e mullheres).
O próprio Salazar só conseguiu ficar tanto tempo a dominar o país porque o povo o considerava honesto. Honestidade, neste caso é um conceito discutível, mas é indiscutível que Salazar não ficou rico ao fim de 48 anos de Governo. Diremos que também não precisava de dinheiro: vivia num palácio, não tencionava sair de lá, não saiu, não tinha hábitos caros nem vícios caros... enfim, a verdade é que, se fosse expulso do país, como deveria ter sido, ir-se-ia "com uma mão atrás e outra à frente", para usar uma expressão vulgar.
Agora, desculpar a pequena corrupção porque é menos grave do que a grande? É apenas uma questão de oportunidade. Quem se dedica às pequenas corrupções é porque não teve a oportunidade de meter a mão na massa.
Ditado popular: "Quem faz um cesto, faz um cento"
É o caso presente. No jornal Público, Sócrates (José) é acusado, com ou sem razão, de várias corrupções (talvez não muito grandes?!). Embora o próprio negue tudo, quem julga defendê-lo, nos comentários publicados no próprio jornal, afirma que a pequena corrupção é perfeitamente normal neste país e portanto aceitável! Vocês também acham?
Por mim, tenho a certeza de que não posso ser acusada da mais pequeníssima corrupção e tenho também a certeza de que há inúmeros homens e mulheres como eu (Talvez mais mulheres, a julgar pela assinatura dos comentários?? Mesmo asim, inúmeros homens e mullheres).
O próprio Salazar só conseguiu ficar tanto tempo a dominar o país porque o povo o considerava honesto. Honestidade, neste caso é um conceito discutível, mas é indiscutível que Salazar não ficou rico ao fim de 48 anos de Governo. Diremos que também não precisava de dinheiro: vivia num palácio, não tencionava sair de lá, não saiu, não tinha hábitos caros nem vícios caros... enfim, a verdade é que, se fosse expulso do país, como deveria ter sido, ir-se-ia "com uma mão atrás e outra à frente", para usar uma expressão vulgar.
Agora, desculpar a pequena corrupção porque é menos grave do que a grande? É apenas uma questão de oportunidade. Quem se dedica às pequenas corrupções é porque não teve a oportunidade de meter a mão na massa.
Ditado popular: "Quem faz um cesto, faz um cento"
Saúde Mental?
O Zé Lérias deixou-nos aqui, em comentário um link que se perdeu, que não vai dar a lado nenhum.
Talvez não fosse este que queria, mas, enquanto procurava, descobri um muito bom.
Aí vai
Talvez não fosse este que queria, mas, enquanto procurava, descobri um muito bom.
Aí vai
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
O políticos e os outros
Se Cavaco Silva não estivesse demasiado preocupado cvom a sua próxima reeleição, já teria, obviamente, interpretado a vontade do povo português que diz representar e tomado atitudes claras contra várias atitudes do governo.
É por estas e por outras que o povo de todo o mundo confia mais nos professores (em 1º lugar) e em quase toda a gente a seguir, ficando os políticos em último lugar.
Se até os mais altos representantes se preocupam mais com a sua agenda pessoal do que com o país... de facto, havia muitos indícios de que Cavaco iria encavacar o governo, mas preferiu criticar os gestores que ganham muito dinheiro. E que ganhariam mais se emigrassem para um país onde realmente se valorize o mérito.
É por estas e por outras que o povo de todo o mundo confia mais nos professores (em 1º lugar) e em quase toda a gente a seguir, ficando os políticos em último lugar.
Se até os mais altos representantes se preocupam mais com a sua agenda pessoal do que com o país... de facto, havia muitos indícios de que Cavaco iria encavacar o governo, mas preferiu criticar os gestores que ganham muito dinheiro. E que ganhariam mais se emigrassem para um país onde realmente se valorize o mérito.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Parece que afinal resulta dizer mal dos ministros na Internet e fazer petições online.
Parece também que há casos gravíssimos de corrupção de alto nível, que estão para ser descobertos... pelo que dizem o Bastonário da Ordem dos Médicos, o Procurador Geral da república e outros...
Vamos vendo alguns blogues, por exemplo:
http://democraciaemportugal.blogspot.com/
E já agora
http://opaisdoburro.blogspot.com/
Parece também que há casos gravíssimos de corrupção de alto nível, que estão para ser descobertos... pelo que dizem o Bastonário da Ordem dos Médicos, o Procurador Geral da república e outros...
Vamos vendo alguns blogues, por exemplo:
http://democraciaemportugal.blogspot.com/
E já agora
http://opaisdoburro.blogspot.com/
terça-feira, janeiro 29, 2008
Evidências Falsas
Muitas vezes, o que parece evidente nem sequer é verdade. O que me surpreende é a frequência com que acontece este fenómeno.
Falo às vezes com uma jovem francesa a viver em Portugal. Está a tirar o curso de Educadora de infância e poderá trabalhar aqui ou em França, como preferir, a diferença é que ganhará muito mais em França.
Perguntei-lhe em qual dos países, na sua opinião, se vive melhor.
- Aqui, evidentemente.
Como já calculava que fosse essa a resposta, embora muitos dos meus conhecidos se tivessem rido só e ouvir a pergunta (que reputariam de ilógica), perguntei pormenores, claro.
Quem viver em França ganha muito bem e vive muito bem, se fizer vida de: casa-trabalho, casa-trabalho. Se quiser sair de casa, ir a um restaurante, ao cinema, a um bar, não pode porque é tudo caríssimo. Pois se os empregados dos restaurantes, das boîtes, do cinema ganham bem...
A miúda, embora seja de Paris, prefere ficar cá. É mais barato curtir a vida em Lisboa do que curtir a vida em Paris. Mesmo ganhando mais por lá e menos por aqui. E depois, tem a praia!
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Estatísticas forjadas por decreto
Professores de todo o país estão a tomar atitudes corajosas contra o sistema absurdo de avaliação que os políticos lhes querem impingir, preocupados apenas em obter resultados para as estatísticas. A Ministra recusa-se a dialogar com o s sindicatos, diz que só "dialoga" com os professores...
Outros grupos profissonais deveriam fazer o mesmo, pois temos um governo fantoche, em que os ministros dizem jamé e todos se riem à custa deles. Mas não se demitem.
Outros grupos profissonais deveriam fazer o mesmo, pois temos um governo fantoche, em que os ministros dizem jamé e todos se riem à custa deles. Mas não se demitem.
sábado, janeiro 26, 2008
Confiança nos Professores
Um estudo chamado Gallup informa que, em quase todo o mundo e também em Portugal, os professores são a classe profissional em que o cidadão mais confia. Havendo uma lista, os políticos são precisamente os últimos, aqueles em quem ninguém confia.
Quem deve estar um tanto baralhada é a Ministra da Educação. Ainda não será desta que cai? Talvez não, porque ela tem aparecido na RTP 1 a dar beijinhos a setôras. Meiguice que a caracteriza. Vocês eram capazes de dar beijinhos naquilo?
Quem deve estar um tanto baralhada é a Ministra da Educação. Ainda não será desta que cai? Talvez não, porque ela tem aparecido na RTP 1 a dar beijinhos a setôras. Meiguice que a caracteriza. Vocês eram capazes de dar beijinhos naquilo?
A Camisinha Brasileirinha
"Minas vai distribuir quase um milhão de camisinhas durante o Carnaval"
Esta é uma notícia do Globo Online. Vocês não acham querido o termo camisinha? Pois é um termo português, embora no português europeu o seu significado seja um termo técnico horrendo: preservativo. De preservar. Preservar o quê? A virgindade? O sémen? A intimidade? As aparências? Os respeitos humanos?
Há um ditado brasileiro, ou talvez uma frase erudita brasileira (perdoem-me os brasileiros) segundo a qual a sul do Equador não há moral. Será?
E a norte, não haverá moral a mais?
bom, corrijo aqui a frase de acordo com o que diz a andarilha no comentário e deve ser: "não há pecado abaixo da linda do Equador".
Bem, esperemos que a camisinha resulte, mas duvido...
Com tanta animação e tanta festa, quem é que se lembra da camisinha?
Esta é uma notícia do Globo Online. Vocês não acham querido o termo camisinha? Pois é um termo português, embora no português europeu o seu significado seja um termo técnico horrendo: preservativo. De preservar. Preservar o quê? A virgindade? O sémen? A intimidade? As aparências? Os respeitos humanos?
Há um ditado brasileiro, ou talvez uma frase erudita brasileira (perdoem-me os brasileiros) segundo a qual a sul do Equador não há moral. Será?
E a norte, não haverá moral a mais?
bom, corrijo aqui a frase de acordo com o que diz a andarilha no comentário e deve ser: "não há pecado abaixo da linda do Equador".
Bem, esperemos que a camisinha resulte, mas duvido...
Com tanta animação e tanta festa, quem é que se lembra da camisinha?
quinta-feira, janeiro 24, 2008
O Ti Bitorino
Havia na minha terra, há muitos anos, um jornaleiro, ou seja, um trabalhador agrícola contratado ao dia (à jorna), chamado Senhor Vitorino (Ti Bitorino).
Ele fazia parte da Acção Católica Nacional, organização católica de antes do 25 de Abril.
O Ti Bitorino foi encarregado de angariar outros sócios para aquilo que ele chamava a "Son Católica" e por isso falou com um colega de trabalho. Perguntou-lhe este que cousa era essa da Son Católica e ele respondeu que se tratava de reuniões dominicais presididas pelo Sr. Dr. Coimbra, figura então muito importante na terra. Perguntou o outro como era isso e ele diz:
- E vai o Sr. Dr. Coimbra e diz uma "pachoichada"(1). E a gente ri-se. E vai o Silva e diz uma "pachoichada". E a gente ri-se. E vou eu digo uma "pachoichada". E a gente ri-se.
E ódespois a gente pagamos 20 merréis (mil reis) e vimo-nos embora.
- Ó Bitorino! Eu para dizer pachoichadas e para ouvir dizer pachoichadas não preciso de pagar 20 mérréis.
Moral da história: vocês têm a certeza de que não pagam 20 mérréis ou mais para ouvir dizer pachoichadas?
(1) pronunciar patchoitchada.
Ele fazia parte da Acção Católica Nacional, organização católica de antes do 25 de Abril.
O Ti Bitorino foi encarregado de angariar outros sócios para aquilo que ele chamava a "Son Católica" e por isso falou com um colega de trabalho. Perguntou-lhe este que cousa era essa da Son Católica e ele respondeu que se tratava de reuniões dominicais presididas pelo Sr. Dr. Coimbra, figura então muito importante na terra. Perguntou o outro como era isso e ele diz:
- E vai o Sr. Dr. Coimbra e diz uma "pachoichada"(1). E a gente ri-se. E vai o Silva e diz uma "pachoichada". E a gente ri-se. E vou eu digo uma "pachoichada". E a gente ri-se.
E ódespois a gente pagamos 20 merréis (mil reis) e vimo-nos embora.
- Ó Bitorino! Eu para dizer pachoichadas e para ouvir dizer pachoichadas não preciso de pagar 20 mérréis.
Moral da história: vocês têm a certeza de que não pagam 20 mérréis ou mais para ouvir dizer pachoichadas?
(1) pronunciar patchoitchada.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Nova Era "New Age"
O mundo mudou. Não apenas um bocadinho, mas completamente. E vai mudar mais ainda. Para melhor, claro!
Reparem nisto: há dez anos ainda não havia Internet e ninguém tinha telemóvel (não sei se já existiam).
Há 20 anos pouca gente sabia o que era um computador. Há 30 ninguém sabia.
Agora é impossível passar sem estes sistemas.
Mas há coisas ainda mais estranhas: muitos multimilionários norte-americanos estão a dar boa parte da sua fortuna, ou quase toda, a pobrezinhos de África. Se pensarmos que os beneficiários são todos negros, não era isto que esperávamos da América, pois não? Nem da Europa, mas isso também acontece na Europa, se bem que em menor escala. E em maior escala nos países asiáticos.
Isto quer dizer que vivemos já noutro mundo.
As teorias New Age consideram que estamos a dar um salto quântico: uma avanço imenso, exponencial... e que nem todos estão preparados para ele.
Embora se baseiem na Física Quântica, consideram que quem decidiu isto foram os de lá de cima: só não se entendem sobre quem está lá em cima: um deus? vários? uma deusa? várias? ninguém? Enfim... como as mulheres, ou pelo menos as raparigas são hoje mais inteligentes, mais sensatas e melhores do que os homens, ou rapazes, fica muito difícil acreditar no Deus com cara de macho do Cristianismo. Vocês não acham?
E agora também já há diferentes maneiras de estar sozinho e de estar acompanhado e muitas outras e novas haverá no futuro: por exemplo este blog: há pessoas que me dizem que vêm cá muito, embora não deixem comentários e que se sentem em comunicação comigo. Eu sinto-me em comunicação com muitos, até com gente que não conheço.
Mas isto ainda é apenas o princípio.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Medo
Começo a sentir que nesta terra, portugal chamada, as pessoas têm medo do poder.
tal como durante os últimos séculos aconteceu...
Ver Escrevedoiros
tal como durante os últimos séculos aconteceu...
Ver Escrevedoiros
domingo, janeiro 20, 2008
A luz das Trevas
Fiquei, ontem à noite, a saber uma coisa lindíssima sobre o mar, que ouvi numa palestra sobre o Taoísmo.
Em termos esotéricos, a terra representa as trevas, o céu (azul) representa a luz, a água é a luz contida nas trevas.
O homem estabelece a ligação entre a luz e as trevas, esperando-se dele que faça reinar a luz (do espírito).
E depois de ter ouvido tudo isto fui perguntar:
- E o mar?
- O mar também é a luz das trevas e o intermediário, tal como o homem, entre a luz e as trevas (o céu místico e a terra).
É lindo, não é? Eu sempre disse que o mar era o contrário da terra!
Em termos esotéricos, a terra representa as trevas, o céu (azul) representa a luz, a água é a luz contida nas trevas.
O homem estabelece a ligação entre a luz e as trevas, esperando-se dele que faça reinar a luz (do espírito).
E depois de ter ouvido tudo isto fui perguntar:
- E o mar?
- O mar também é a luz das trevas e o intermediário, tal como o homem, entre a luz e as trevas (o céu místico e a terra).
É lindo, não é? Eu sempre disse que o mar era o contrário da terra!
sábado, janeiro 19, 2008
Professores
Ver este vídeo do Rui Zink: Ser professor.
Está com um humor inteligente e invulgar.
http://www.youtube.com/watch?v=7h0RvyWfpyI
Está com um humor inteligente e invulgar.
http://www.youtube.com/watch?v=7h0RvyWfpyI
quinta-feira, janeiro 17, 2008
A Cabo sem Cabo (continuação)
E afinal lá vieram trazer aquilo tudo: dois aparelhos muito giros, pequeninos e brancos chamados Rucas, uma caixa chamada Box que eu tive que pagar (ninguém me tinha dito que era a pagar), etc... e finalmente lá tenho 140 canais de TV, incluindo 4 pornográficos horrendos, logo a seguir a três de religião!
Que seca! Os Rucas acendem e piscam o dia todo e toda a santa noite. A minha simpática televisãozinha antiga e minúscula já apanha vários canais novos, mesmo sem rucas nem boxes, só com uma antenita.
Resultado: desliguei tudo da ficha e comecei a ler "A Casa Grande de Romarigães" do Aquilino Ribeiro.
É giro, já tinha lido, mas não me lembrava de nada. Agora confesso que não percebo muitas das palavras, sobretudo os regionalismos e uma ou outra metáfora, pois para as entender era preciso perceber quase de agricultura. É sem dúvida um escritor muito interessante e versátil, mas receio que esteja condenado a que ninguém o entenda, nunca mais.
Enfim, é sempre possível estudar o português medieval, mas este... do sec. XX?
Que seca! Os Rucas acendem e piscam o dia todo e toda a santa noite. A minha simpática televisãozinha antiga e minúscula já apanha vários canais novos, mesmo sem rucas nem boxes, só com uma antenita.
Resultado: desliguei tudo da ficha e comecei a ler "A Casa Grande de Romarigães" do Aquilino Ribeiro.
É giro, já tinha lido, mas não me lembrava de nada. Agora confesso que não percebo muitas das palavras, sobretudo os regionalismos e uma ou outra metáfora, pois para as entender era preciso perceber quase de agricultura. É sem dúvida um escritor muito interessante e versátil, mas receio que esteja condenado a que ninguém o entenda, nunca mais.
Enfim, é sempre possível estudar o português medieval, mas este... do sec. XX?
quarta-feira, janeiro 16, 2008
Provérbios, ainda
"Quem não presta para comer não presta para trabalhar"
Este é um provérbio.
E eu até diria que não presta mesmo para nada.
Depois duma boa refeição, regada com um bom vinho, sinto-me reconciliada com os homens (incluindo as mulheres), com Deus, ou talvez com a Deusa e comigo mesma.
Sinto até vontade de agradecer. Mas a quem?
Afinal de contas,
"Morra Marta, morra farta"
e
" O que não mata, engorda"
Também se conclui, destes 3 exemplos, que muitos provérbios não rimam.
Este é um provérbio.
E eu até diria que não presta mesmo para nada.
Depois duma boa refeição, regada com um bom vinho, sinto-me reconciliada com os homens (incluindo as mulheres), com Deus, ou talvez com a Deusa e comigo mesma.
Sinto até vontade de agradecer. Mas a quem?
Afinal de contas,
"Morra Marta, morra farta"
e
" O que não mata, engorda"
Também se conclui, destes 3 exemplos, que muitos provérbios não rimam.
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Aviso à Navegação
Miraculosamente o Outlook voltou a ter a aparência antiga e o livro de endereços voltou a aparecer, intacto. Não entendi, mas tudo bem.
Agradeço às pessoas que responderam ao meu apelo, incluindo a Lori, de quem não tinha o endereço. E excluindo um apaixonado anónimo, aparentemente brasileiro, que aproveitou para se declarar...
Agradeço às pessoas que responderam ao meu apelo, incluindo a Lori, de quem não tinha o endereço. E excluindo um apaixonado anónimo, aparentemente brasileiro, que aproveitou para se declarar...
domingo, janeiro 13, 2008
Ministro Dixit
Depois da trapalhada anedótica daquele ministro que dizia que o aeroporto não podia ser em Alcochete e que agora acha muito bem que seja em Alcochete, estamos à espera de quê?
Pedem-nos horríveis sacrifícios, que trabalhemos mais anos antes da reforma, que trabalhemos mais todos os dias, Portugal está em crise...
E agora vai haver uma obra que é a mais cara de todos os tempos e até se propunha que fosse mais cara, se continuassem com a idiotice da OTA.
Dizem que a mexer os cordelinhos esteve o Presidente da Reública. Porquê? Tem medo de falar?
É claro que, vivendo em Lisboa, não me apetecia ir a Leiria apanhar um avião, mas para que andaram a empecer com a OTA, levando muita gente a investir nessa zona e a perder agora a grana?
Mas há assuntos menos claros.
Claro! As "reformas" do ensino só se vêem muitos anos depois, quando os alunos ainda sabem menos e ainda são mais autoritários e arrogantes do que aqueles que já eram criticados por isso.
Os doentes e os velhinos não fazem greves nem manifestações. As grávidas e as que vão fazer abortos a Espanha muito menos...
Os mortos não falam a não ser nas sessões espíritas, onde provavelmente acusam os últimos ministros da saúde e primeiros-ministros e restantes políticos, ou os médicos, de os terem mandado para o Paraíso antes do tempo previsto. E vêm "à procura do tempo perdido"
E cá vamos andando, claro!
Pedem-nos horríveis sacrifícios, que trabalhemos mais anos antes da reforma, que trabalhemos mais todos os dias, Portugal está em crise...
E agora vai haver uma obra que é a mais cara de todos os tempos e até se propunha que fosse mais cara, se continuassem com a idiotice da OTA.
Dizem que a mexer os cordelinhos esteve o Presidente da Reública. Porquê? Tem medo de falar?
É claro que, vivendo em Lisboa, não me apetecia ir a Leiria apanhar um avião, mas para que andaram a empecer com a OTA, levando muita gente a investir nessa zona e a perder agora a grana?
Mas há assuntos menos claros.
Claro! As "reformas" do ensino só se vêem muitos anos depois, quando os alunos ainda sabem menos e ainda são mais autoritários e arrogantes do que aqueles que já eram criticados por isso.
Os doentes e os velhinos não fazem greves nem manifestações. As grávidas e as que vão fazer abortos a Espanha muito menos...
Os mortos não falam a não ser nas sessões espíritas, onde provavelmente acusam os últimos ministros da saúde e primeiros-ministros e restantes políticos, ou os médicos, de os terem mandado para o Paraíso antes do tempo previsto. E vêm "à procura do tempo perdido"
E cá vamos andando, claro!
quarta-feira, janeiro 09, 2008
Flor Orduño
Vi esta incrível exposição fotográfica no Porto, onde se encontra até 16 de Março.
A fotógrafa é mexicana vivendo em Espanha (Flor Orduño) e retratou pessoas e sítios da América do Sul.
Embora se reporte à realidade étnica, dá-nos dela e do mundo uma visão poética, que também se nota nos títulos, onde a ingenuidade se conjuga com uma ironia doce.
A não perder também o local onde está exposta e que ainda pouca gente conhece: é o Centro Português de Fotografia, que está sediado na antiga cadeia da relação do Porto. Onde estiveram presos, por exemplo, Camilo Castelo Branco e a sua mulher Ana Plácido, bem como a personagem principal do "Amor de Perdição", Simão, tanto o Simão real, tio de Camilo, como o fictício.
É um edifício restaurado e belíssimo, que funcionou depois do 25 de Abril e durante alguns anos como residência de muitos dos chamados "retornados" de Africa, que amargamente se queixaram das instalações, ainda com aspecto de cadeia, nessa época. Se bem entendi, o edifício data do sec. XVI e, como é de pedra, está como se fosse novo. Desde o ano 2000. No Porto, claro.
A Cabo sem Cabo
Acontece-me sempre isto: como gosto de coisas ultra-modernas, vejo-me às vezes grega, ou para encontrar os aparelhos (que às vezes ainda nem existem), ou para encontrar quem os saiba instalar. Por exemplo, esperei anos até que houvesse aparelhagens de som sem gira-discos porque não tinha nem queria ter discos de vinil, impossíveis de transportar nas minhas andanças. E portanto não tinha aparelhagem nenhuma: tudo ou nada!
Como até agora só tinha um televisorzito portátil com os quatro canais, comprei um LCD daqueles grandes para pôr na parede e encomendei a Televisão Cabo sem fios (sem Cabo?). Tudo bem. No sábado tive isto aqui cheio de técnicos a colocar tudo, mas acabaram por se ir todos embora sem fazer nada: queriam pregar na televisão a chapa de pôr na parede e não havia sítio para aparafusar, iam pôr fios para instalar a Cabo sem Cabo e não traziam o rooter para substituir os fios, informações desoncontradas para aqui, telefonemas para acolá... qualquer dia hei-de ter tudo isso! Se Alá quiser! Como não quis o Lisboa-Dakar.
Acontece que os técnicos não percebem nada destas coisas modernas e às vezes nem ouviram falar.
Entretanto só posso ver no televisor grande, instalado em cima de vários livros grandes, filmes de DVD. E vi:
1 - "Poseidon" um fime sobre um naufrágio fictício de um paquete de cruzeiro em que só não morrem 6 ou 7 - gostei porque gosto do mar, mas faltava-me o ar sempre que alguém se afogava; e foram muitos.
2 - "Chocolate" - gostei porque gosto de chocolate e também gostei do livro "Chocolate" de Johanne Harris. Ofereci à minha irmã a continuação, o último livro da autora e vou lê-lo quando ela mo emprestar. Isto de oferecer livros, discos e DVDs é porreiro, podemos sempre vê-los e ouvi-los.
3- "Ghandi" - gostei porque gosto do "Ghandi" e o filme também é óptimo.
4- "Maria Callas" - não gostei embora goste da Maria Callas. filma odioso em que a diva parece uma mulherzita.
4- E agora vou rever "Master and Commander" - vou gostar porque gosto muito do mar.
Conclusão: Enfim...
Como até agora só tinha um televisorzito portátil com os quatro canais, comprei um LCD daqueles grandes para pôr na parede e encomendei a Televisão Cabo sem fios (sem Cabo?). Tudo bem. No sábado tive isto aqui cheio de técnicos a colocar tudo, mas acabaram por se ir todos embora sem fazer nada: queriam pregar na televisão a chapa de pôr na parede e não havia sítio para aparafusar, iam pôr fios para instalar a Cabo sem Cabo e não traziam o rooter para substituir os fios, informações desoncontradas para aqui, telefonemas para acolá... qualquer dia hei-de ter tudo isso! Se Alá quiser! Como não quis o Lisboa-Dakar.
Acontece que os técnicos não percebem nada destas coisas modernas e às vezes nem ouviram falar.
Entretanto só posso ver no televisor grande, instalado em cima de vários livros grandes, filmes de DVD. E vi:
1 - "Poseidon" um fime sobre um naufrágio fictício de um paquete de cruzeiro em que só não morrem 6 ou 7 - gostei porque gosto do mar, mas faltava-me o ar sempre que alguém se afogava; e foram muitos.
2 - "Chocolate" - gostei porque gosto de chocolate e também gostei do livro "Chocolate" de Johanne Harris. Ofereci à minha irmã a continuação, o último livro da autora e vou lê-lo quando ela mo emprestar. Isto de oferecer livros, discos e DVDs é porreiro, podemos sempre vê-los e ouvi-los.
3- "Ghandi" - gostei porque gosto do "Ghandi" e o filme também é óptimo.
4- "Maria Callas" - não gostei embora goste da Maria Callas. filma odioso em que a diva parece uma mulherzita.
4- E agora vou rever "Master and Commander" - vou gostar porque gosto muito do mar.
Conclusão: Enfim...
terça-feira, janeiro 08, 2008
Matem-me, porque eu até gosto e até ajudo!
Odeio viajar de avião e de automóvel. no primeiro caso porque me faz doer os ouvidos e me dá a sensação de ser perigoso. No segundo, porque é verdadeiramente perigosíssimo.
Na última vez que viajei de automóvel, vários condutores que vinham em sentido contrário faziam-nos "simpaticamente" sinais de luzes, informando que havia uma brigada da polícia à nossa espera. Vimos alguns homens, à nossa frente, trocar de lugar com as mulheres, talvez porque tinham bebido demais ou porque não tinham carta.
Sendo assim e apesar de todas as campanhas a favor da segurança rodoviária e apesar da antipatia dos condutores que nem sequer param nas passadeiras, é claro que nós devemos avisar os infractores de que anda por aí a polícia.
Matem-me, porque eu até gosto e até ajudo!
Na última vez que viajei de automóvel, vários condutores que vinham em sentido contrário faziam-nos "simpaticamente" sinais de luzes, informando que havia uma brigada da polícia à nossa espera. Vimos alguns homens, à nossa frente, trocar de lugar com as mulheres, talvez porque tinham bebido demais ou porque não tinham carta.
Sendo assim e apesar de todas as campanhas a favor da segurança rodoviária e apesar da antipatia dos condutores que nem sequer param nas passadeiras, é claro que nós devemos avisar os infractores de que anda por aí a polícia.
Matem-me, porque eu até gosto e até ajudo!
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Dica muito útil para deixar de fumar
Para que quiser deixar de fumar (neste momento toda a gente quer) há um livro de auto-ajuda de que já falei aqui e que resulta mesmo.
O autor é Alexander Carr ou Karr e os títulos podem ser vários: o último que vi era "Método fácil para deixar de fumar".
Espalhem aos quatro ventos esta informação!
A PROPÓSITO: quando queremos ver tudo o que existe num blogue a respeito de certo assunto é só clicar na "tag", palavra ou grupo de palavras colocadas por baixo do post, neste caso em azul.
O autor é Alexander Carr ou Karr e os títulos podem ser vários: o último que vi era "Método fácil para deixar de fumar".
Espalhem aos quatro ventos esta informação!
A PROPÓSITO: quando queremos ver tudo o que existe num blogue a respeito de certo assunto é só clicar na "tag", palavra ou grupo de palavras colocadas por baixo do post, neste caso em azul.
sexta-feira, janeiro 04, 2008
O Tchaparro
Estive em Itália poucos meses depois da proibição de fumar, em 2005. Era completamente impossível fumar em lado nenhum, o que constatei por ir acompanhada de pessoa fumadora, que se queixava constantemente.
Pareceu-me que seria questão de meses até o mesmo acontecer aqui, claro.
Muito antes disso vivi dois anos no Algarve e vi coisas que não tinha visto no Norte nem voltei a ver em Lisboa. Por exemplo, o abuso da autoridade dos maridos e dos polícias... A mulher e a filha espancadas chamavam a polícia e os agentes achavam que o marido tinha feito muito bem. Houve um polícia que tentou "seduzir-me" ameaçando-me de me levar presa se eu não alinhasse com ele, imaginem! Até me mostrou os documentos...
Agora volta à baila O Chaparro. O dono do café, talvez por excesso de zelo chamou a polícia porque o cliente se recusava a apagar o cigarro.
A polícia não fez nada, por limitações que lhe são naturais: o fumador tinha-se pisgado em tempo útil.
O Chaparro, já que não podia exercer a autoridade sobre o fumador acusado, passou uma multa descomunal ao queixoso com excesso de zelo!
Este tipo de tipo, na minha terra chama-se "Choupo" - leia-se "Tchoupo".
E aqui mais a sul acho que se pode chamar "Chaparro" - leia-se "Tchaparro".
Também são do Norte as palavras murcão e padamão - leia-se "murcom e padamon". Mas não são bem o mesmo que choupo. O Murcom não reage, o tchoupo age e reage.
Embora eu seja uma nortenha convertida a lisboeta, às vezes sinto falta desta palavras. Ou de quem mas entenda. Esta portuguesa língua...
Melhor, só mesmo a palavra "Tchabouco" e o facto de algumas destas não terem feminino.
Pareceu-me que seria questão de meses até o mesmo acontecer aqui, claro.
Muito antes disso vivi dois anos no Algarve e vi coisas que não tinha visto no Norte nem voltei a ver em Lisboa. Por exemplo, o abuso da autoridade dos maridos e dos polícias... A mulher e a filha espancadas chamavam a polícia e os agentes achavam que o marido tinha feito muito bem. Houve um polícia que tentou "seduzir-me" ameaçando-me de me levar presa se eu não alinhasse com ele, imaginem! Até me mostrou os documentos...
Agora volta à baila O Chaparro. O dono do café, talvez por excesso de zelo chamou a polícia porque o cliente se recusava a apagar o cigarro.
A polícia não fez nada, por limitações que lhe são naturais: o fumador tinha-se pisgado em tempo útil.
O Chaparro, já que não podia exercer a autoridade sobre o fumador acusado, passou uma multa descomunal ao queixoso com excesso de zelo!
Este tipo de tipo, na minha terra chama-se "Choupo" - leia-se "Tchoupo".
E aqui mais a sul acho que se pode chamar "Chaparro" - leia-se "Tchaparro".
Também são do Norte as palavras murcão e padamão - leia-se "murcom e padamon". Mas não são bem o mesmo que choupo. O Murcom não reage, o tchoupo age e reage.
Embora eu seja uma nortenha convertida a lisboeta, às vezes sinto falta desta palavras. Ou de quem mas entenda. Esta portuguesa língua...
Melhor, só mesmo a palavra "Tchabouco" e o facto de algumas destas não terem feminino.
quinta-feira, janeiro 03, 2008
Não fumar é não mexer
Fui durante muito tempo uma grande, mesmo enorme fumadora. Entendo muito bem os fumadores e melhor ainda os que não fumam.
Enquanto fumei era imune a toda a lógica, tal como os meus ex-colegas continuam a ser. Vou dar um exemplo.
Um baixinho aproxima-se de mim, agressivamente:
- Apague o cigarro imediatamente!
- Não apago!
- Não ouviu? Apague já o cigarro, ou...
- Vai-me bater? - Perguntei calmamente.
- Não, claro que não. Por quem me toma?!
- Então chegue-se para lá. - E continuei a fumar o cigarro até ao fim, perante o espanto das muitas pessoas que assistiram à cena e que consideravam o baixinho um autêntico Hitler.
Deixei de fumar quando conheci uma mulher doentíssima, que ficava vários dias de cama só por estar perto de quem fumasse.
Nós fumávamos, bebíamos álcool, jantávamos feijoda à transmontana às 11 da noite. Porque éramos saudáveis. Ela ficava de cama só de nos ver fazer isto, ou de respirar o ar que respirávamos.
Até aí eu não tinha acreditado que o cigarro fazia mal aos outros e se me fazia mal a mim o problema era meu, na lógica implacável de quem fumava imenso e nunca estava doente.
Algumas pessoas não acreditam quando digo isto: à boa portuguesa, tentam mil vezes deixar de fumar porque estão preocupadas apenas com a sua própria saúde. E não conseguem.
Perguntem-me o que é preciso fazer para deixar de fumar.
- Ó Nadinha, o que é preciso fazer para deixar de fumar?
- Nada. Não fumar é não mexer.É fácil.
Vocês já imaginaram como é bom não termos que andar sempre a comprar cigarros, a procurar e limpar cinzeiros, isqueiros, caixas de fósforos... É só cruzar os braços e não fazer nada. Juro!
Enquanto fumei era imune a toda a lógica, tal como os meus ex-colegas continuam a ser. Vou dar um exemplo.
Um baixinho aproxima-se de mim, agressivamente:
- Apague o cigarro imediatamente!
- Não apago!
- Não ouviu? Apague já o cigarro, ou...
- Vai-me bater? - Perguntei calmamente.
- Não, claro que não. Por quem me toma?!
- Então chegue-se para lá. - E continuei a fumar o cigarro até ao fim, perante o espanto das muitas pessoas que assistiram à cena e que consideravam o baixinho um autêntico Hitler.
Deixei de fumar quando conheci uma mulher doentíssima, que ficava vários dias de cama só por estar perto de quem fumasse.
Nós fumávamos, bebíamos álcool, jantávamos feijoda à transmontana às 11 da noite. Porque éramos saudáveis. Ela ficava de cama só de nos ver fazer isto, ou de respirar o ar que respirávamos.
Até aí eu não tinha acreditado que o cigarro fazia mal aos outros e se me fazia mal a mim o problema era meu, na lógica implacável de quem fumava imenso e nunca estava doente.
Algumas pessoas não acreditam quando digo isto: à boa portuguesa, tentam mil vezes deixar de fumar porque estão preocupadas apenas com a sua própria saúde. E não conseguem.
Perguntem-me o que é preciso fazer para deixar de fumar.
- Ó Nadinha, o que é preciso fazer para deixar de fumar?
- Nada. Não fumar é não mexer.É fácil.
Vocês já imaginaram como é bom não termos que andar sempre a comprar cigarros, a procurar e limpar cinzeiros, isqueiros, caixas de fósforos... É só cruzar os braços e não fazer nada. Juro!
O Estado da Nação : O Presente
- Olá! Há que tempos que a gente se não via, Mariana! Que é feito?
- Olá, há quanto tempo, Isabel. Olha, estou desempregada. E grávida!
- Que horror! Como é que foi isso?
- Ora bem, eu trabalhava num restaurante chinês. A ASAE foi lá, disse que estava tudo imundo e fechou aquilo. Viemos todos para a rua.
- E o teu marido?
- Também está desempregado. Ele passa sempre o Inverno na cama, só se levanta na Páscoa, mas às vezes fica de atestado psiquiátrico… Agora, às vezes ficamos o s dois na cama e a minha mãe cozinha, lava a roupa, é assim…
- E de que vivem, mulher de Deus?
- Do subsídio de desemprego dos dois, do rendimento mínimo garantido nosso e do nosso mais velho, comemos tudo do Banco Alimentar e agora parece que também me vão dar dinheiro por estar grávida.
- E foi por isso que tu engravidaste aos 48 anos?
- Sempre se ganha mais algum… Eu sou uma das 33 000 grávidas de Sócrates.
- Ai sim? Não entendo. Então este governo legaliza o aborto e paga às grávidas para terem filhos? Esquisito…
- Isso depende. À minha patroa chinesa, por exemplo, não lhe pagam, e a lei a ela até lhe fez muito jeito. Como os chineses só querem ter filhos rapazes, a minha patroa fez uma ecografia: como era uma menina, fez um aborto legal e pago pelo estado.
- Ai sim!? Então qualquer dia temos aqui em Portugal mais rapazes do que raparigas..
- Chineses.
- E a casa? Como é que a pagas?
- A casa está com a renda antiga, é a casa da minha mãe, pagamos só 26 euros e 70 cêntimos por cinco assoalhadas. E é ela que paga, que tem uma boa reforma.
- Reforma? A tua mãe nunca trabalhou, pois não?
- Não, ela trabalhar nunca trabalhou, mas tinha um tio velho que tinha uma boa reforma. Quando ele estava a morrer a minha mãe casou-se com ele à cabeceira da cama. Ele já estava mais para lá do que para cá e nem percebeu nada. E ela agora tem uma boa reforma.
Mas diz-me lá, ó Isabel: então os teus filhos? Tu tinhas uma rapariga que era barra a tudo, só tinha vintes…
- Continua a ser. Agora até conseguiu entrar para o curso de enfermagem. Vai ser enfermeira.
- Enfermeira? A minha irmã é enfermeira e não tem estudos nenhuns… ele há cada uma!
- A minha filha queria ser médica, mas para isso precisava de ter vinte a tudo. E ela nunca foi boa a ginástica.
- E os rapazes?
- Esses não estudam nada, também não têm a inteligência da irmã, têm más notas… enfim, entraram agora para a Universidade. Um vai ser Advogado e o outro Gestor de empresas.
- Ai sim?
- Então e os teus?
- O meu mais pequeno bateu na professora de matemática, ele nunca atinou com a matemática. Como castigo mandaram-no tirar um curso técnico e ele agora está a gostar muito. Também já bateu noutra professora, mas ela não se queixou. Se conseguir ser canalizador, tem emprego garantido e vai ganhar uma fortuna!
- Essa agora! E o mais velho?
Esse não dá para os estudos, está em casa. Imagina-me bem que o tipo me espatifou o meu carro!
- Ai sim? Mas ele não conseguia tirar a carta por causa do código, não era?
- Ele não tem carta porque não atina com o código, mas conduz muito bem. Só o problema é que tinha bebido uns copos a mais, foi no Natal, estás a ver? Deu-me cabo do carro e eu agora não tenho dinheiro para outro, vê tu! O que me tem valido é o Mercedes do meu marido e o da minha mãe…
- Mas ao menos o teu filho não se magoou nesse acidente, em que estava bêbado e sem carta?
- Ele felizmente não sofreu nada, só matou duas velhas.
- Ah! E foi preso?
- Não, só lhe puseram a pulseira electrónica e está em casa, em prisão domiciliária.
- Não pode sai de casa?
- Poder não pode, mas isso não lhe faz diferença nenhuma porque esse meu filho sai ao pai. Está sempre metido na cama a ver a TV Cabo. No Inverno só se levanta para ir à casa de banho, no Verão já vai poder ir à praia em liberdade condicional, a avó empresta-lhe o carro. O outro meu filho sai a mim, é todo despachado. Mas tem cá um feitio…
- Bem, mas e tu, Isabel?
Eu estou bem, o meu marido está desempregado, era professor e deu duas bofetadas num aluno que o insultou, foi expulso. A prestação da casa, que só tem três assoalhadas, leva-me quase tudo o que eu ganho, mas a minha mãe também se casou com um tio dela, à hora da morte dele e também tem uma boa reforma. Também comemos do Banco Alimentar e também temos três Mercedes. E eu agora vou pedir a reforma antecipada por invalidez e vou trabalhar para uma boutique. Bem, Então adeus, e desejo-te que 2008 seja para ti melhor do que estes últimos anos.
- Ou pelo menos que seja igual, que já não é mau!
- Olá, há quanto tempo, Isabel. Olha, estou desempregada. E grávida!
- Que horror! Como é que foi isso?
- Ora bem, eu trabalhava num restaurante chinês. A ASAE foi lá, disse que estava tudo imundo e fechou aquilo. Viemos todos para a rua.
- E o teu marido?
- Também está desempregado. Ele passa sempre o Inverno na cama, só se levanta na Páscoa, mas às vezes fica de atestado psiquiátrico… Agora, às vezes ficamos o s dois na cama e a minha mãe cozinha, lava a roupa, é assim…
- E de que vivem, mulher de Deus?
- Do subsídio de desemprego dos dois, do rendimento mínimo garantido nosso e do nosso mais velho, comemos tudo do Banco Alimentar e agora parece que também me vão dar dinheiro por estar grávida.
- E foi por isso que tu engravidaste aos 48 anos?
- Sempre se ganha mais algum… Eu sou uma das 33 000 grávidas de Sócrates.
- Ai sim? Não entendo. Então este governo legaliza o aborto e paga às grávidas para terem filhos? Esquisito…
- Isso depende. À minha patroa chinesa, por exemplo, não lhe pagam, e a lei a ela até lhe fez muito jeito. Como os chineses só querem ter filhos rapazes, a minha patroa fez uma ecografia: como era uma menina, fez um aborto legal e pago pelo estado.
- Ai sim!? Então qualquer dia temos aqui em Portugal mais rapazes do que raparigas..
- Chineses.
- E a casa? Como é que a pagas?
- A casa está com a renda antiga, é a casa da minha mãe, pagamos só 26 euros e 70 cêntimos por cinco assoalhadas. E é ela que paga, que tem uma boa reforma.
- Reforma? A tua mãe nunca trabalhou, pois não?
- Não, ela trabalhar nunca trabalhou, mas tinha um tio velho que tinha uma boa reforma. Quando ele estava a morrer a minha mãe casou-se com ele à cabeceira da cama. Ele já estava mais para lá do que para cá e nem percebeu nada. E ela agora tem uma boa reforma.
Mas diz-me lá, ó Isabel: então os teus filhos? Tu tinhas uma rapariga que era barra a tudo, só tinha vintes…
- Continua a ser. Agora até conseguiu entrar para o curso de enfermagem. Vai ser enfermeira.
- Enfermeira? A minha irmã é enfermeira e não tem estudos nenhuns… ele há cada uma!
- A minha filha queria ser médica, mas para isso precisava de ter vinte a tudo. E ela nunca foi boa a ginástica.
- E os rapazes?
- Esses não estudam nada, também não têm a inteligência da irmã, têm más notas… enfim, entraram agora para a Universidade. Um vai ser Advogado e o outro Gestor de empresas.
- Ai sim?
- Então e os teus?
- O meu mais pequeno bateu na professora de matemática, ele nunca atinou com a matemática. Como castigo mandaram-no tirar um curso técnico e ele agora está a gostar muito. Também já bateu noutra professora, mas ela não se queixou. Se conseguir ser canalizador, tem emprego garantido e vai ganhar uma fortuna!
- Essa agora! E o mais velho?
Esse não dá para os estudos, está em casa. Imagina-me bem que o tipo me espatifou o meu carro!
- Ai sim? Mas ele não conseguia tirar a carta por causa do código, não era?
- Ele não tem carta porque não atina com o código, mas conduz muito bem. Só o problema é que tinha bebido uns copos a mais, foi no Natal, estás a ver? Deu-me cabo do carro e eu agora não tenho dinheiro para outro, vê tu! O que me tem valido é o Mercedes do meu marido e o da minha mãe…
- Mas ao menos o teu filho não se magoou nesse acidente, em que estava bêbado e sem carta?
- Ele felizmente não sofreu nada, só matou duas velhas.
- Ah! E foi preso?
- Não, só lhe puseram a pulseira electrónica e está em casa, em prisão domiciliária.
- Não pode sai de casa?
- Poder não pode, mas isso não lhe faz diferença nenhuma porque esse meu filho sai ao pai. Está sempre metido na cama a ver a TV Cabo. No Inverno só se levanta para ir à casa de banho, no Verão já vai poder ir à praia em liberdade condicional, a avó empresta-lhe o carro. O outro meu filho sai a mim, é todo despachado. Mas tem cá um feitio…
- Bem, mas e tu, Isabel?
Eu estou bem, o meu marido está desempregado, era professor e deu duas bofetadas num aluno que o insultou, foi expulso. A prestação da casa, que só tem três assoalhadas, leva-me quase tudo o que eu ganho, mas a minha mãe também se casou com um tio dela, à hora da morte dele e também tem uma boa reforma. Também comemos do Banco Alimentar e também temos três Mercedes. E eu agora vou pedir a reforma antecipada por invalidez e vou trabalhar para uma boutique. Bem, Então adeus, e desejo-te que 2008 seja para ti melhor do que estes últimos anos.
- Ou pelo menos que seja igual, que já não é mau!
quarta-feira, janeiro 02, 2008
terça-feira, janeiro 01, 2008
Dia 1 de Janeiro de 2008
Alguém veio cá procurar o pôr-do-sol do dia 1 de Janeiro de 2007. É curioso que tenha procurado isso e mais ainda que tenha enconntrado algo desse género aqui. Agora o 1º dia de 2008 apresenta-se escuro, fusco e ainda por cima sem chuva, "mais sombrio que as noites". Faz-me lembrar um dos meus poemas preferidos, do meu poeta favorito, Baudelaire. Que aí vai.
Spleen : Quand le ciel bas et lourd pèse comme un couvercle
Quand le ciel bas et lourd pèse comme un couvercleSur l'esprit gémissant en proie aux longs ennuis,Et que de l'horizon embrassant tout le cercleIl nous verse un jour noir plus triste que les nuits ;Quand la terre est changée en un cachot humide,Où l'Espérance, comme une chauve-souris,S'en va battant les murs de son aile timideEt se cognant la tête à des plafonds pourris ;Quand la pluie étalant ses immenses traînéesD'une vaste prison imite les barreaux,Et qu'un peuple muet d'infâmes araignéesVient tendre ses filets au fond de nos cerveaux,Des cloches tout à coup sautent avec furieEt lancent vers le ciel un affreux hurlement,Ainsi que des esprits errants et sans patrieQui se mettent à geindre opiniâtrement.- Et de longs corbillards, sans tambours ni musique,Défilent lentement dans mon âme ;l'Espoir, Vaincu, pleure, et l'Angoisse atroce, despotique,Sur mon crâne incliné plante son drapeau noir.Baudelaire
Flanelinhas
"RIO - Praticamente todas as ruas de Icaraí foram invadidas por flanelinhas na tarde desta segunda-feira. Estão cobrando R$ 10 de cada motorista que estaciona para garantir vaga e, à noite, assistir à maior queima de fogos deste réveillon no estado, na Praia de Icaraí. Grupos de flanelinhas estã demarcando seus pontos de ação. "
Entenderam? Eu também não
É notícia do Globo Online de 31 /12 /2007
Esta portuguesa língua! Bem...
Entenderam? Eu também não
É notícia do Globo Online de 31 /12 /2007
Esta portuguesa língua! Bem...
Irá Cavaco encavacar ou escavacar Sócrates?
Com as amabilidades e as doçuras que são próprias destas épocas festivas, nós, os bloggers (blogueiros), ficamos um tanto encavacados em relação a falarmos da realidade concreta e prosaica, direi mesmo que nós nos sentimos vítimas de um trilema:
1- Unlema: Ó que bom, que começa um novo ano!
2- Dilema: Ó que chato, com este novo ano começam algumas coisas talvez más!
3- Trilema: Ó que bom e que chato e podemos ou não podemos criticar alguma coisa na passagem de ano, ou só podemos desejar boas-festas a todo o mundo?
Passemos à fase seguinte.
O país inteiro (quero dizer Portugal) está à espera que Cavaco (Silva), na mensagem de ano novo, encavaque ou até mesmo escavaque José S. de Sousa e o seu malfadado governo.
Será esperar demais?
Sendo a cicuta tão vulgar nesta terra (imunda), apesar disso duvido que Cavaco acicute (acicate) José de Sousa (deve ser meu parente, que também me chamo Sousa) (como todo o mundo aqui).
Sócrates (o verdadeiro) teve alguns problemas com a cicuta .
Portugal nem dorme perante esta expectativa... nem devem dormir os protagonistas, julgo eu...
Uma vez, na Grécia, perguntei ia um grego que lia um jornal escrito em caracteres para mim indecifráveis, se havia notícias de Portugal. Que não e para me confortar disse que o não haver notícias deveria querer dizer que estava tudo bem...
Tive vontade de perguntar, ou teria tido se fosse nacionalista: [(também não há notícias da América?)]... Esqueçam! Forget!
1- Unlema: Ó que bom, que começa um novo ano!
2- Dilema: Ó que chato, com este novo ano começam algumas coisas talvez más!
3- Trilema: Ó que bom e que chato e podemos ou não podemos criticar alguma coisa na passagem de ano, ou só podemos desejar boas-festas a todo o mundo?
Passemos à fase seguinte.
O país inteiro (quero dizer Portugal) está à espera que Cavaco (Silva), na mensagem de ano novo, encavaque ou até mesmo escavaque José S. de Sousa e o seu malfadado governo.
Será esperar demais?
Sendo a cicuta tão vulgar nesta terra (imunda), apesar disso duvido que Cavaco acicute (acicate) José de Sousa (deve ser meu parente, que também me chamo Sousa) (como todo o mundo aqui).
Sócrates (o verdadeiro) teve alguns problemas com a cicuta .
Portugal nem dorme perante esta expectativa... nem devem dormir os protagonistas, julgo eu...
Uma vez, na Grécia, perguntei ia um grego que lia um jornal escrito em caracteres para mim indecifráveis, se havia notícias de Portugal. Que não e para me confortar disse que o não haver notícias deveria querer dizer que estava tudo bem...
Tive vontade de perguntar, ou teria tido se fosse nacionalista: [(também não há notícias da América?)]... Esqueçam! Forget!
sábado, dezembro 29, 2007
Bom Ano 2008
Que este ano nos traga muitas viagens, pelo exterior da terra ou pelo interior da alma.
E que o mar nos traga boas notícias.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Benazir Bhuto
Como estive fora estes dias e não prestei atenção às notícias, só no táxi a caminho de casa ouvi falar da morte de Benazir Bhuto.
Quero homenagear esta mulher que lutou pela sua pátria contra os ditadores e os extremistas, tendo sido obrigada a exilar-se e escapado a outra tentativa de assassínio. Há hoje em dia poucas pessoas tão corajosas como ela, que deve ser um exemplo para todos nós.
É já de si inverosímil que tenha sido primeira-ministra num país muçulmano, sendo mulher. Mais impressionante que tenha visto morrer a sua família por motivos políticos e que isso não a tenha feito vacilar.
É a prova de que é sempre possível lutar contra a tirania. Talvez a sua morte sirva para aumentar a luta.
Ver no Expresso Online as últimas horas que viveu.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/202730
Quero homenagear esta mulher que lutou pela sua pátria contra os ditadores e os extremistas, tendo sido obrigada a exilar-se e escapado a outra tentativa de assassínio. Há hoje em dia poucas pessoas tão corajosas como ela, que deve ser um exemplo para todos nós.
É já de si inverosímil que tenha sido primeira-ministra num país muçulmano, sendo mulher. Mais impressionante que tenha visto morrer a sua família por motivos políticos e que isso não a tenha feito vacilar.
É a prova de que é sempre possível lutar contra a tirania. Talvez a sua morte sirva para aumentar a luta.
Ver no Expresso Online as últimas horas que viveu.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/202730
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Roots
Às vezes é necessário encontrar as raízes.
Não direi que seja necessário escavacá-las,
mas também não é fácil
Não direi que seja necessário escavacá-las,
mas também não é fácil
sexta-feira, dezembro 21, 2007
Feliz Natal
Activismo online É Natal!
Por exemplo, é possível, através deste site, pagar, por 20 dólares (menos de 20 euros), um ano de estudo para duas meninas no Afeganistão. Pode parecer impossível, mas é verdade e é muito importante para a vida delas (para quem conhece a história recente do Afeganistão...)
Clicar aqui
Se dermos 40 dólares podemos mesmo pagar o salário de uma professora (de raparigas) durante um ano.
É Natal! Mas não no Afeganistão, onde não há Natal! Não há Natal porque são muçulmanos, mas há frio e neve e pouca ajuda por serem muçulmanos.
Mais modestamente, podemos apenas clicar neste e noutros sites do género, também acessíveis nesta página e já estaremos a dar alguma coisa através dos "sponsors".
Por exemplo, é possível, através deste site, pagar, por 20 dólares (menos de 20 euros), um ano de estudo para duas meninas no Afeganistão. Pode parecer impossível, mas é verdade e é muito importante para a vida delas (para quem conhece a história recente do Afeganistão...)
Clicar aqui
Se dermos 40 dólares podemos mesmo pagar o salário de uma professora (de raparigas) durante um ano.
É Natal! Mas não no Afeganistão, onde não há Natal! Não há Natal porque são muçulmanos, mas há frio e neve e pouca ajuda por serem muçulmanos.
Mais modestamente, podemos apenas clicar neste e noutros sites do género, também acessíveis nesta página e já estaremos a dar alguma coisa através dos "sponsors".
Novos Pedintes
Outra nova maneira de pedir, esta bem mais sofisticada, é a seguinte: na entrada secundária de um centro comercial que frequento, posta-se um indivíduo com bom aspecto. Abre a porta com toda a etiqueta a quem vai a sair ou a entrar e tem na mão um belo exemplar de chapéu de coco. Não pede nada, apenas abre a porta, o que às vezes faz jeito. Se colocamos dinheiro no chapéu, agradece polidamente, se apenas agradecemos, agradece também.
Quando este senhor não está lá, às vezes aparece um imigrante, que em vez do chapéu de coco tem um copo de plástico que chocalha constantemente, enquanto se lamenta alto e bom som. Fraca imitação do primeiro, não creio que ganhe a décima parte.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Provérbios sobre o tempo
"Ande o frio por onde andar
No Natal há-de chegar"
Dizem que o clima mudou, mas os provérbios populares antigos que se lhe referem batem sempre certo... só agora chegou o frio, mas também ainda não começou o Inverno.
Há este: "Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho" querendo dizer que pode estar frio em Maio, embora normalmente esteja já muito calor.
"Em Abril águas mil" - querendo dizer que chove muito em Abril, quando é suposto só chover muito no Inverno.
Para ver mais, clicar no link abaixo. Aparecem vários posts a seguir a este.
No Natal há-de chegar"
Dizem que o clima mudou, mas os provérbios populares antigos que se lhe referem batem sempre certo... só agora chegou o frio, mas também ainda não começou o Inverno.
Há este: "Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho" querendo dizer que pode estar frio em Maio, embora normalmente esteja já muito calor.
"Em Abril águas mil" - querendo dizer que chove muito em Abril, quando é suposto só chover muito no Inverno.
Para ver mais, clicar no link abaixo. Aparecem vários posts a seguir a este.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Míseros Arquitectos
O primeiro ministro Sócrates deu uma entrevista ao jornal francês "Libération" (Libé) em que, para responder ao comentário que lhe fazem na "Europa" de ser provinciano, afirma ser um "self made man" visto que o pai, arquitecto, conseguiu escapar da miséria. Só ficou um pouco "encavacado" quando lhe perguntaram pelo caso do diploma.
É estranho! Na geração dos pais de José Sócrates dificilmente um arquitecto conseguia escapar da miséria... acabavam todos a pedir...
Não acham? Tadinho do filho!
É estranho! Na geração dos pais de José Sócrates dificilmente um arquitecto conseguia escapar da miséria... acabavam todos a pedir...
Não acham? Tadinho do filho!
Tão Querido, Querido
Paulo Querido, que tem um blogue sobre blogues (aliás é um webzine) onde aprendi muito do pouco que sei, colocou num post os melhores(?) títulos de 3 dias, assim mesmo, com ponto de interrogação, o que talvez queira dizer que afinal não são nada os melhores. Inclui o do meu penúltimo post, 33000 grávidas.
De qualquer modo, esse blogue já está há muito tempo nos meus favoritos, aqui do lado direito.
Clicar em
Os melhores (?) títulos da blogosfera
Não cheguei a entender se era um elogio ou uma crítica, mas assim mesmo agradeço o destaque que nos trouxe muitos visitantes e fregueses.
Tão querido!
O título deste post também não me parece nada mau.
De qualquer modo, esse blogue já está há muito tempo nos meus favoritos, aqui do lado direito.
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Os melhores (?) títulos da blogosfera
Não cheguei a entender se era um elogio ou uma crítica, mas assim mesmo agradeço o destaque que nos trouxe muitos visitantes e fregueses.
Tão querido!
O título deste post também não me parece nada mau.
terça-feira, dezembro 18, 2007
Libertação da Birmânia e de Aung San Suu Kyi
Neste site podemos fazer alguma coisa pela libertação da Birmânia, desde dar dinheiro, até assinar petições, etc.
Pedir a libertação da Aung San Suu Kyi que, para além de tudo o mais, é muito bela. Com um ar tão fágil...
http://www.burmacampaign.org.uk/
Pedir a libertação da Aung San Suu Kyi que, para além de tudo o mais, é muito bela. Com um ar tão fágil...
http://www.burmacampaign.org.uk/
segunda-feira, dezembro 17, 2007
As 33 000 grávidas de Sócrates
Sócrates está ainda melhor (pior?) que a Santa Úrsula, de que falo no blogue Escrevedoiros e que costumava viajar por mar com 11 000 virgens. Talvez tenha havido um engano nos números, naquele tempo, viajar por mar com tanta gente... enfim, mas era santa...
Agora o nosso Primeiro Ministro surpreende-nos a todos ao gabar-se de que produziu 33 000 grávidas!
E ainda diziam que...
(Cala-te boca).
- Ah, o quê? Estão aqui a dizer-me que são os incentivos do governo à natalidade!? Então é assim: antigamente as mulheres pariam porque lhes apetecia, agora só podem parir por decreto...
Agora o nosso Primeiro Ministro surpreende-nos a todos ao gabar-se de que produziu 33 000 grávidas!
E ainda diziam que...
(Cala-te boca).
- Ah, o quê? Estão aqui a dizer-me que são os incentivos do governo à natalidade!? Então é assim: antigamente as mulheres pariam porque lhes apetecia, agora só podem parir por decreto...
sábado, dezembro 15, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Byblos
Imaginem! Abriu hoje nas Amoreiras a maior e a mais moderna livraria do país. Adivinhem onde passei uma santa tarde!
Podemos ler lá, mesmo sem comprar o livro, podemos almoçar e jantar, junto dos livros de receitas de cozinha... é fantástica!
Fica em frente às Amoreiras, do lado direito, aí a cem metros.
Uau! Nem todas as notícias são más. Esta é boa!
Tem todos os livros, incluindo edições de autor que não existiam à venda em lado nenhum.
Ver em
http://www.byblos.pt/
Podemos ler lá, mesmo sem comprar o livro, podemos almoçar e jantar, junto dos livros de receitas de cozinha... é fantástica!
Fica em frente às Amoreiras, do lado direito, aí a cem metros.
Uau! Nem todas as notícias são más. Esta é boa!
Tem todos os livros, incluindo edições de autor que não existiam à venda em lado nenhum.
Ver em
http://www.byblos.pt/
Os Novos Pedintes
Tenho escrito aqui alguns textos sobre Os Novos Pedintes. Se escrevo num tom irónico, não é por ignorar que "os novos pobres" são uma nova e lamentável realidade social, mas por me parecer que estes pedintes só poderiam sobreviver numa sociedade abastada, tolerante e generosa, embora não consideremos normalmente assim aquela em que vivemos. É também por pensar que muitos deles resultam da insustentável preguiça, que também é o fruto da sociedade em que vivemos. De facto, no passado já houve "novos pobres" que tinham sido nobres, burgueses, etc...
Acho graça aos mil e um estratagemas de que se servem as pessoas para pedir, como já aqui referi alguns.
Noutro dia, ao chegar a casa, uma senhora de muita idade chama-me de uma janela. O edifício tem um ar algo imponente, de ter sido, talvez no passado, uma casa rica e talvez mesmo agora.
- Por favor, menina, ajude-me!
- Claro, com certeza. Diga.
- Eu deixei cair um euro e preciso muito dele porque a minha vizinha foi-me comprar uma coisa e agora, quando ela vier, tenho de lhe pagar. Eu sei que um euro é pouco dinheiro, mas para mim é muito importante. Eu não posso ir lá dentro buscar dinheiro, porque não posso caminhar...
A meio desta fala, a senhora começou a chorar. Comecei a procurar entre as pedras da calçada à portuguesa, perto do caixote do lixo, junto do asfalto...
- Ora veja ali!
- Ora veja atrás do caixote do lixo!
Farta de procurar e sem me apetecer continuar com aquilo, tirei um euro da carteira, fingi que o apanhava do chão e disse:
- Ah, cá está o seu euro! Encontrei!
Incrédula e divertida já, diz-ma a criatura:
- Mas tem a certeza de que encontrou esse euro aí?
- Tenho.
- A sério? Ah ah ah! Parece impossível. Esse euro estava aí?
Não foi a primeira vez que fiz figura de parva e espero bem que não tenha sido a última, pois gostaria de viver ainda mais uns anos largos.
Sendo assim, lá fui para casa a pensar:
- Bem, este truque resultou. Aposto que a velhota vai voltar a tentá-lo com outras pessoas que passem por aqui. Vejo-a lá às vezes, mas para já, tenho passado ao largo.
Acho graça aos mil e um estratagemas de que se servem as pessoas para pedir, como já aqui referi alguns.
Noutro dia, ao chegar a casa, uma senhora de muita idade chama-me de uma janela. O edifício tem um ar algo imponente, de ter sido, talvez no passado, uma casa rica e talvez mesmo agora.
- Por favor, menina, ajude-me!
- Claro, com certeza. Diga.
- Eu deixei cair um euro e preciso muito dele porque a minha vizinha foi-me comprar uma coisa e agora, quando ela vier, tenho de lhe pagar. Eu sei que um euro é pouco dinheiro, mas para mim é muito importante. Eu não posso ir lá dentro buscar dinheiro, porque não posso caminhar...
A meio desta fala, a senhora começou a chorar. Comecei a procurar entre as pedras da calçada à portuguesa, perto do caixote do lixo, junto do asfalto...
- Ora veja ali!
- Ora veja atrás do caixote do lixo!
Farta de procurar e sem me apetecer continuar com aquilo, tirei um euro da carteira, fingi que o apanhava do chão e disse:
- Ah, cá está o seu euro! Encontrei!
Incrédula e divertida já, diz-ma a criatura:
- Mas tem a certeza de que encontrou esse euro aí?
- Tenho.
- A sério? Ah ah ah! Parece impossível. Esse euro estava aí?
Não foi a primeira vez que fiz figura de parva e espero bem que não tenha sido a última, pois gostaria de viver ainda mais uns anos largos.
Sendo assim, lá fui para casa a pensar:
- Bem, este truque resultou. Aposto que a velhota vai voltar a tentá-lo com outras pessoas que passem por aqui. Vejo-a lá às vezes, mas para já, tenho passado ao largo.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Para não esquecermos a beleza do mundo
Enviaram-me por email fotografias da obra deste autor, que não conhecia. Constatei que, se fosse pintora, queria ser assim.
É surpreendente a ideia de grandiosidade do mundo, da pequenez do homem, ou vice-versa, da pequenez do planeta (o planeta não é o mundo) e da grandiosidade do homem...
O que só se pode entender entendendo a dimensão espiritual da sua obra.
De Vladimir Kush.
Ver mais no blogue Escrevedoiros
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Direitos Humanos
Diz o nosso amigo Zé Lérias, num comentário: "Faz hoje 59 anos que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem." Sugere-me, depois, que eu faça um post sobre o assunto.
Assim, sem pensar? Então aí vai.
Lamentemos que, aparentemente, os direitos do Homem não sejam integralmente respeitados em nenhum país do mundo! Em Portugal há tortura policial, nos Estados Unidos há pena de morte, etc.
Comprometamo-nos a respeitá-los, começando pelo nosso interior:
Quantas vezes não ouvi críticas ou comentários sarcásticos a respeito dos negros, dos ciganos, etc... quantos taxistas me disseram que não transportam gente de côr?
Essas pessoas falavam assim, não porque assumissem o que diziam, mas porque esperavam a minha cumplicidade.
Talvez eu me tenha calado. E talvez, ao calar-me, tenha sido cúmplice da opressão de pessoas, que acontece apenas por preconceito, como se a maldade não fosse para aqui chamada.
Talvez o nosso gosto pelo consenso e pela nossa tranquilidade nos faça ser cúmplices, não por maldade mas por comodismo, ou pior, por cobardia...
E, no entanto, são estas conquistas que fazem evoluir o mundo.
Que fazem com que eu prefira mil vezes viver neste tempo do que em qualquer outro, exceptuando o futuro.
Obrigada pela ideia, Zé Lérias
Assim, sem pensar? Então aí vai.
Lamentemos que, aparentemente, os direitos do Homem não sejam integralmente respeitados em nenhum país do mundo! Em Portugal há tortura policial, nos Estados Unidos há pena de morte, etc.
Comprometamo-nos a respeitá-los, começando pelo nosso interior:
Quantas vezes não ouvi críticas ou comentários sarcásticos a respeito dos negros, dos ciganos, etc... quantos taxistas me disseram que não transportam gente de côr?
Essas pessoas falavam assim, não porque assumissem o que diziam, mas porque esperavam a minha cumplicidade.
Talvez eu me tenha calado. E talvez, ao calar-me, tenha sido cúmplice da opressão de pessoas, que acontece apenas por preconceito, como se a maldade não fosse para aqui chamada.
Talvez o nosso gosto pelo consenso e pela nossa tranquilidade nos faça ser cúmplices, não por maldade mas por comodismo, ou pior, por cobardia...
E, no entanto, são estas conquistas que fazem evoluir o mundo.
Que fazem com que eu prefira mil vezes viver neste tempo do que em qualquer outro, exceptuando o futuro.
Obrigada pela ideia, Zé Lérias
domingo, dezembro 09, 2007
Educação?!
Embora pareça demasiado óbvio para toda a gente, parece que o governo não percebe que as suas recentes medidas estão a dar cabo do ensino, o que nem parecia possível há uns tempos atrás, pois ele já está de rastos há muito tempo.
Tenho visto em vários blogues os comentários mais sarcásticos ao facto de os alunos deixarem de reprovar por faltas e saliento um no blogue 4ª República. Clicar para ver.
Aparece agora a carta aberta de um professor ao Presidente da República. Como se fala muito no assunto, que surge na 1ª página do Expresso, pode ser que resulte e que o PR faça alguma coisa!
Ver aqui a carta
Mas as anedotas não se ficam por aqui: no Estatuto da Carreira Docente, recentemente aprovado pelo PS, preconiza-se que, se um professor der más notas aos alunos, ele mesmo também terá uma má classificação, por isso mesmo. Mas se der boas notas e os seus alunos tiverem más notas nos exames (há poucas disciplinas que têm exame), então ele também tem má nota. E se os alunos tiverem boas notas nas outras disciplinas (aquelas em que não têm exame e os professores podem dar as notas que bem entenderem), e más naquelas em que têm exame, então.... deve considerar-se a diferença entre umas notas e as outras, como se não houvesse diferença nenhuma da parte de quem as dá.
As pessoas que inventam estas leis saberão ler? Legislam sobre educação sem terem um pingo de inteligência, bom senso, senso comum... etc.
Tenho visto em vários blogues os comentários mais sarcásticos ao facto de os alunos deixarem de reprovar por faltas e saliento um no blogue 4ª República. Clicar para ver.
Aparece agora a carta aberta de um professor ao Presidente da República. Como se fala muito no assunto, que surge na 1ª página do Expresso, pode ser que resulte e que o PR faça alguma coisa!
Ver aqui a carta
Mas as anedotas não se ficam por aqui: no Estatuto da Carreira Docente, recentemente aprovado pelo PS, preconiza-se que, se um professor der más notas aos alunos, ele mesmo também terá uma má classificação, por isso mesmo. Mas se der boas notas e os seus alunos tiverem más notas nos exames (há poucas disciplinas que têm exame), então ele também tem má nota. E se os alunos tiverem boas notas nas outras disciplinas (aquelas em que não têm exame e os professores podem dar as notas que bem entenderem), e más naquelas em que têm exame, então.... deve considerar-se a diferença entre umas notas e as outras, como se não houvesse diferença nenhuma da parte de quem as dá.
As pessoas que inventam estas leis saberão ler? Legislam sobre educação sem terem um pingo de inteligência, bom senso, senso comum... etc.
sábado, dezembro 08, 2007
Apelo da Amnista Internacional
A Amnista Internacional pede que enviemos esta carta para a direcção indicada. Ao lerem, verão do que se trata. É só imprimir e colocar o selo.
Escreva à Governadora do Estado do Pará pedindo que seja garantida segurança ao Frei Henri de Rosiers.
Para tal, pode utilizar a carta-tipo e enviar para:
Exma. Sra. Governadora do
Estado do Pará
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Palácio dos Despachos,
Rodovia Augusto Montenegro, s/nº, Km 9-
Icoaraci 66.823-010 – Belém/PA
Brasil
Exma. Sra. Governadora
Gostaria de chamar a sua atenção para o caso de Frei Henri de Rosiers, advogado e conhecido
activista de direitos humanos, tem dedicado a sua vida à causa dos sem-terra através da Organização Não Governamental, “Comissão Pastoral da Terra”, com a qual colabora prestando serviços de apoio juridico. Desde 2005 tem vindo a receber ameaças de morte, facto que o leva a necessiatar de protecção policial a tempo inteiro.
No entanto, recentemente e de acordo com informações da polícia militar de Xinguará, foram
contratadas três pessoas para eliminar Frei Henri, como é conhecido, tendo este passado a correr maior risco de vida.
Gostaria de apelar a V. Excelência para que assegure que o Frei Henri de Rosiers continue a receber a protecçao policial de que necessita, e que intervenha junto da autoridades, para que estas realizem uma investigação exaustiva e imparcial às ameaça ao Frei Henri de Rosiers, que os resultados desta investigação sejam tornados públicos e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Peço também a V. Exa que investigue os padrões de violações dos direitos humanos que estão a
acontecer a sul do estado do Pará, incluindo a existência de assassinos contratados e de milícias
locais. Apelo para que intervenha para que estas sejam desarmadas e os responsáveis levados à
justiça, assim como aqueles que contratam os seus serviços.
Ao longo dos anos as autoridades do Estado do Pará não têm conseguido lidar com a violência e
impunidade, bem como com a impunidade neste Estado, o que potencia os ataques aos defensores de Direitos Humanos. Assim, gostaria de apelar às autoridades federais que façam todos os esforços para cumprir o seu dever de garantir que estes têm o direito de levar a cabo as suas actividades sem temerem a violência.
Atentamente
Escreva à Governadora do Estado do Pará pedindo que seja garantida segurança ao Frei Henri de Rosiers.
Para tal, pode utilizar a carta-tipo e enviar para:
Exma. Sra. Governadora do
Estado do Pará
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Palácio dos Despachos,
Rodovia Augusto Montenegro, s/nº, Km 9-
Icoaraci 66.823-010 – Belém/PA
Brasil
Exma. Sra. Governadora
Gostaria de chamar a sua atenção para o caso de Frei Henri de Rosiers, advogado e conhecido
activista de direitos humanos, tem dedicado a sua vida à causa dos sem-terra através da Organização Não Governamental, “Comissão Pastoral da Terra”, com a qual colabora prestando serviços de apoio juridico. Desde 2005 tem vindo a receber ameaças de morte, facto que o leva a necessiatar de protecção policial a tempo inteiro.
No entanto, recentemente e de acordo com informações da polícia militar de Xinguará, foram
contratadas três pessoas para eliminar Frei Henri, como é conhecido, tendo este passado a correr maior risco de vida.
Gostaria de apelar a V. Excelência para que assegure que o Frei Henri de Rosiers continue a receber a protecçao policial de que necessita, e que intervenha junto da autoridades, para que estas realizem uma investigação exaustiva e imparcial às ameaça ao Frei Henri de Rosiers, que os resultados desta investigação sejam tornados públicos e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Peço também a V. Exa que investigue os padrões de violações dos direitos humanos que estão a
acontecer a sul do estado do Pará, incluindo a existência de assassinos contratados e de milícias
locais. Apelo para que intervenha para que estas sejam desarmadas e os responsáveis levados à
justiça, assim como aqueles que contratam os seus serviços.
Ao longo dos anos as autoridades do Estado do Pará não têm conseguido lidar com a violência e
impunidade, bem como com a impunidade neste Estado, o que potencia os ataques aos defensores de Direitos Humanos. Assim, gostaria de apelar às autoridades federais que façam todos os esforços para cumprir o seu dever de garantir que estes têm o direito de levar a cabo as suas actividades sem temerem a violência.
Atentamente
Lugares da Terra
Como já vos disse, só fui uma vez ao Brasil. Não teria ficado decepcionada se a imagem do Brasil que aqui chega não fosse completamente irreal, até porque já sabia que era muito irreal. Tudo aquilo que nós reivindicamos para nós não existe no Brasil nem em parte nenhuma da terra, excepto os países mais desenvolvidos, em que temos a mania de não nos incluirmos. A nossa miséria seria a fortuna da maioria da população desses continentes em que pouca gente come todos os dias.
Mas muitos europeus bacocos, os mais ignorantes ou os mais egoístas, vão para resorts no Brasil ou na Índia e queixam-se de que as piscinas não são grandes o suficiente ou que o marisco não está bom. Como não saem do resort, acham tudo uma maravilha! Um dos paradoxos do nosso tempo é este excesso de estupidez.
Li com muito interesse os jornais do Brasil e todos os dias acesso às principais notícias do Globo Online, através do Google. Tudo parece chegar-nos de outro planeta e mesmo sem ser belo.
Por exemplo, se aqui nos debatemos com o excesso de calorias, a obesidade, a sobrealimentação, o principal problema registado nos hospitais brasileiros é a subnutrição dos doentes que lá aparecem, o que torna difícil qualquer outro tratamento ou cura.
Escrevo isto aqui por me parecer que não é evidente e que deveria ser. Aconselho todo o mundo a informar-se melhor, em vez de se lamentar de que este país é péssimo, está péssimo, está na cauda da Europa e dos outros bichos de cauda.
Enfim, em vez de só olharmos para o nosso umbigo, como fazemos sempre.
Mas muitos europeus bacocos, os mais ignorantes ou os mais egoístas, vão para resorts no Brasil ou na Índia e queixam-se de que as piscinas não são grandes o suficiente ou que o marisco não está bom. Como não saem do resort, acham tudo uma maravilha! Um dos paradoxos do nosso tempo é este excesso de estupidez.
Li com muito interesse os jornais do Brasil e todos os dias acesso às principais notícias do Globo Online, através do Google. Tudo parece chegar-nos de outro planeta e mesmo sem ser belo.
Por exemplo, se aqui nos debatemos com o excesso de calorias, a obesidade, a sobrealimentação, o principal problema registado nos hospitais brasileiros é a subnutrição dos doentes que lá aparecem, o que torna difícil qualquer outro tratamento ou cura.
Escrevo isto aqui por me parecer que não é evidente e que deveria ser. Aconselho todo o mundo a informar-se melhor, em vez de se lamentar de que este país é péssimo, está péssimo, está na cauda da Europa e dos outros bichos de cauda.
Enfim, em vez de só olharmos para o nosso umbigo, como fazemos sempre.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Málaga (Salerosa)
Creio que ainda não vos falei de Málaga
É um lugar com gente
É um dos muitos lugares da terra onde apetece ficar para sempre
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Vivemos todos muito longe de casa
Um dos meus tios costumava dizer estas frases:
- Eu qualquer dia vou-me embora.
- Pois eu qualquer dia tenho de me ir embora.
Acho interessantíssima esta ideia: ir-se embora quer dizer morrer e também é ir para casa, logo, morrer é ir para casa.
Agora, esta semana, o meu tio foi para casa.
Faz muita falta, em termos de emoçao, àqueles que vivem nas casas por onde perpassou provisoriamente e que ficavam na beira dos caminhos.
Vivemos todos tão longe de casa!
- Eu qualquer dia vou-me embora.
- Pois eu qualquer dia tenho de me ir embora.
Acho interessantíssima esta ideia: ir-se embora quer dizer morrer e também é ir para casa, logo, morrer é ir para casa.
Agora, esta semana, o meu tio foi para casa.
Faz muita falta, em termos de emoçao, àqueles que vivem nas casas por onde perpassou provisoriamente e que ficavam na beira dos caminhos.
Vivemos todos tão longe de casa!
segunda-feira, dezembro 03, 2007
sábado, dezembro 01, 2007
Dia um de Dezembro - " Feriado de quê?"
As pessoas que costumam trabalhar ao sábado, afirmavam hoje para quem as quisesse ouvir, com um ar entre o indignado e o de quem se sente incompreendido:
- Hoje é feriado!
- Feriado de quê?
- Ai eu isso não sei, não mo pergunte, mas que hoje é feriado, é.
- Feriado? Mas hoje é sábado...
- É sábado, mas é feriado!
- Feriado porquê?
- Não sei [nem quero saber]. Só lhe sei dizer que hoje é feriado.
Conclusão: Dia um de Dezembro é um feriado muito importante para o povo português.
Essencialmente diz muito à memória colectiva. A propósito: é feriado de quê?
Desculpem a ironia. E aí vai a resposta: é o dia da Restauração da Independência, em 1640, com D. João IV.
- Hoje é feriado!
- Feriado de quê?
- Ai eu isso não sei, não mo pergunte, mas que hoje é feriado, é.
- Feriado? Mas hoje é sábado...
- É sábado, mas é feriado!
- Feriado porquê?
- Não sei [nem quero saber]. Só lhe sei dizer que hoje é feriado.
Conclusão: Dia um de Dezembro é um feriado muito importante para o povo português.
Essencialmente diz muito à memória colectiva. A propósito: é feriado de quê?
Desculpem a ironia. E aí vai a resposta: é o dia da Restauração da Independência, em 1640, com D. João IV.
quarta-feira, novembro 28, 2007
Escola EB1 de Lourizela
Sinto uma espécie de nostalgia e uma certa vontade de rir ao ver a homepage desta Escola EB1 de Lourizela.
Creio, se bem me lembro, que estudei numa escola maior do que esta, na minha última encarnação. Mas deve haver uma intrépida professora que não nos deixa ignorar esta escolinha da Lourizela... com um certo encanto arcaico
(Quando escrevi isto, ainda havia poucas escolas na Internet)
terça-feira, novembro 27, 2007
E Esta?!
Onde a cultura se despreza, há-de haver palavras e expressões que o demonstrem.
Descobri isto num site brasileiro. É o significado destas palavras:
CAGA-SEBO. Livraria. CAGA-SEBISTA. Vendedor de livros usados; dono de sebo. SEBO. Livraria onde se compram e vendem livros usados. SEBISTA. Que ou aquele que compra e vende livros usados ; proprietário de sebo.
Sebo, neste caso tem a mesma origem da palavra "Sebenta" - coisa suja, imunda.
Descobri isto num site brasileiro. É o significado destas palavras:
CAGA-SEBO. Livraria. CAGA-SEBISTA. Vendedor de livros usados; dono de sebo. SEBO. Livraria onde se compram e vendem livros usados. SEBISTA. Que ou aquele que compra e vende livros usados ; proprietário de sebo.
Sebo, neste caso tem a mesma origem da palavra "Sebenta" - coisa suja, imunda.
Sonata de Outono
Só ontem fui ver a peça de teatro Sonata umaOutono, baseada no filme homónimo de Ingmar Bergman. Como a actriz principal era a Fernanda Lapa, uma das minhas actrizes preferidas, eu já sabia que ia gostar muito, mesmo se a encenadora não fosse também a Fernanda Lapa. E isto é para não referir que as primeiras exibições, incluindo a estreia, nunca são as melhores.
É claro que gostei da peça. É sobre uma mulher, pianista, que descura o papel de mãe e de esposa para se dedicar à arte para a qual é dotada.
É sobre a arte, essa tirana que não permite que alguém possa conformar-se à rotina, ao dia-a-dia convencional e a uma vidinha boa.
É sobre a condição feminina, sobre a mulher que não pode amar incondicional e imoderadamente.
É sobre a arte, essa maravilhosa tirana que não deixa repousar aqueles que a amam, condenando-os à inquietação, à solidão, à tristeza, talvez à culpa, mas também à insubmissão, à felicidade buscada sem trégua, mesmo à custa do desejo de viver, à ressurreição.
É sobre a beleza, essa maravilhosa tirana que não permite que alguns a amem moderadamente.
É sobre a arte, essa que não pode nem deve ser partilhada, não pode ser dividida, não pode ser amada moderadamente por aqueles que são escolhidos para a servir.
É sobre as mulheres, que só devem amar de forma moderada e doméstica.
É claro que gostei da peça. É sobre uma mulher, pianista, que descura o papel de mãe e de esposa para se dedicar à arte para a qual é dotada.
É sobre a arte, essa tirana que não permite que alguém possa conformar-se à rotina, ao dia-a-dia convencional e a uma vidinha boa.
É sobre a condição feminina, sobre a mulher que não pode amar incondicional e imoderadamente.
É sobre a arte, essa maravilhosa tirana que não deixa repousar aqueles que a amam, condenando-os à inquietação, à solidão, à tristeza, talvez à culpa, mas também à insubmissão, à felicidade buscada sem trégua, mesmo à custa do desejo de viver, à ressurreição.
É sobre a beleza, essa maravilhosa tirana que não permite que alguns a amem moderadamente.
É sobre a arte, essa que não pode nem deve ser partilhada, não pode ser dividida, não pode ser amada moderadamente por aqueles que são escolhidos para a servir.
É sobre as mulheres, que só devem amar de forma moderada e doméstica.
domingo, novembro 25, 2007
Por que razão não nascem mais crianças ?
Perante uma assembleia de idosos, Cavaco Silva discursava ontem em Gouveia, muito inspirado.
- Por que razão não nascem mais crianças em Portugal?
- Por que razão não nascem mais crianças em Gouveia?
Talvez porque os octogenários ainda não podem ter bebés... por enquanto. Pode ser que a clonagem resolva o assunto.
- Por que razão não nascem mais crianças em Portugal?
- Por que razão não nascem mais crianças em Gouveia?
Talvez porque os octogenários ainda não podem ter bebés... por enquanto. Pode ser que a clonagem resolva o assunto.
sábado, novembro 24, 2007
Curiosidade
Na telenovela a que me referi no post anterior entra uma actriz que já vi em várias: é de côr, tem já uma certa idade e costuma fazer de cozinheira e de mãe-se-santo, ou curandeira e agora também faz. O que já outras vezes despertou a minha curiosidade e que agora se confirma, é que essa actriz usa sempre os mesmos brincos: uns brincos de ouro com uma pedra rectangular vermelha, talvez um rubi. incrível para uma actriz, não acham?
Em tempos conheci de passagem uma brasileira que usava também uns brincos (no caso eram de diamantes), que tinham retirado do cadáver da avó (portuguesa) para lhe porem nas orelhas, sendo ela uma criança muito pequena. Comentei que seria um costuma brasileiro, mas responderam-me que, pelo contrário, era um costume português. Será?
Agora que os costumes e as tradições estão todos a desaparecer, uns por umas razões e outros por outras, já nem nos lembramos deles.
Em tempos conheci de passagem uma brasileira que usava também uns brincos (no caso eram de diamantes), que tinham retirado do cadáver da avó (portuguesa) para lhe porem nas orelhas, sendo ela uma criança muito pequena. Comentei que seria um costuma brasileiro, mas responderam-me que, pelo contrário, era um costume português. Será?
Agora que os costumes e as tradições estão todos a desaparecer, uns por umas razões e outros por outras, já nem nos lembramos deles.
sexta-feira, novembro 23, 2007
Telenovela Brasileira Duas Caras
Há vários milénios que eu não via uma telenovela brasileira, não que tenha alergia, mas porque não me tem apetecido. Lembro-me que nessa altura, quando era assediada pela insónia, me punha a imaginar: como será que vai continuar aquele episódio, e o que será que vai fazer aquela mulher? Tão menos dramáticos do que os pensamentos sobre a realidade, estes faziam-me adormecer imediatamente. Telenovelas portuguesas ainda vi menos, pois o original costuma ser melhor do que a cópia.
Quando fui ao Brasil (por uma única vez até agora) constatei que qualquer semelhança entre as telenovelas e o Brasil é mera coincidência. Tudo aquilo parece acontecer num país como Portugal, Espanha, França... ou mesmo melhor. Mas o Brasil não é assim, nem nada que se pareça.
Agora ando a ver uma novela que começou há dias: Duas Caras.
Não será ainda o Brasil real, mas também já não é o das histórias da carochinha. É parecido com aquilo que me foi dado ver, embora muito mais bonito (que me desculpem os brasileiros, vi pouca paisagem natural e a urbana esteve longe de me seduzir).
Como vem aí o Inverno, ainda não veio mas esperemos que não tarde pois estamos quase no Natal, que tal ver isto, que até é cómico? Bem, aquilo que é comico nunca é uma reprodução muito exacta do real, que só é risível sob certos pontos de vista.
Quando fui ao Brasil (por uma única vez até agora) constatei que qualquer semelhança entre as telenovelas e o Brasil é mera coincidência. Tudo aquilo parece acontecer num país como Portugal, Espanha, França... ou mesmo melhor. Mas o Brasil não é assim, nem nada que se pareça.
Agora ando a ver uma novela que começou há dias: Duas Caras.
Não será ainda o Brasil real, mas também já não é o das histórias da carochinha. É parecido com aquilo que me foi dado ver, embora muito mais bonito (que me desculpem os brasileiros, vi pouca paisagem natural e a urbana esteve longe de me seduzir).
Como vem aí o Inverno, ainda não veio mas esperemos que não tarde pois estamos quase no Natal, que tal ver isto, que até é cómico? Bem, aquilo que é comico nunca é uma reprodução muito exacta do real, que só é risível sob certos pontos de vista.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Escrevedoiros
Um nosso amigo ou amiga colocou os Escrevedoiros nos favoritos do seu blog. Curiosamente o "Escrevedoiros" tem talvez mais blogues que o consideram favorito do que este, embora o próprio não tenha favoritos e seja muito mais pequeno. Há também várias pessoas que gostam mais desse meu blogue e que preferencialmente deixam lá os seus comentários elogiosos, talvez por pensarem que é mais fácil elogiá-lo. É mais sério e feito com mais cuidado e selectividade.
Este, que o destacou como favorito, é giro e chama-se
http://foradasmaos.wordpress.com/
Este, que o destacou como favorito, é giro e chama-se
http://foradasmaos.wordpress.com/
terça-feira, novembro 20, 2007
Autogénese Poema de Natália Correia
Uma nossa recente amiguinha deste blogue, auto-designada por Luanda, pede-me que coloque aqui o poema completo "Autogénese" de que já coloquei parte em Setembro do ano passado. Vou enviar-lho por email como pediu, mas tenho muito gosto em colocar aqui esse magnífico poema da Natália Correia, que conheci pessoalmente e que me deu muitos momentos de fruição estética. Diz este poema, se bem o entendo, que cada um se faz a si mesmo, desde que não se deixe influenciar incontroladamente por aquilo que o rodeia. Concordo e a Luu também, acho eu.
Afinal a Luu diz que tem um disco do Vinícius com a Amália em que a Natália canta isto. Espero que nos mande essa música, pois não conheço.
(Mais tarde: acrescento este vídeo, com o poema dito pela própria Natália Correia).
AUTOGÉNESE
Nascitura estava
sem faca nos dentes
cómoda e impura
de não ter vontade
de bater nas gentes.
Nasce-se em setúbal
nasce-se em pequim
eu sou dos açores
(relativamente
naquilo que tenho
de basalto e flores)
mas não é assim:
a gente só nasce
quando somos nós
que temos as dores;
pragas e castigos
foram-me gerando
por trás dos postigos
e um fórceps de raiva
me arrancou toda
em sangue de mim.
Nascitura estava
sorria e jantava
e um beijo me deste
tu Pedro ou Silvestre
turvo namorado
do verão ou de outono
hibernal afecto
casca azul do sono
sem unhas do feto.
Eu nasci das balas
eu cresci das setas
que em prendas de sala
me foram jogando
os mulheres poetas
eu nasci dos seios
dores que me cresceram
pomos do ciúme
dos que os não morderam;
nasci de me verem
sempre de soslaio
de eu dizer em junho
e eles em maio
de ser como eles
às vezes por fora
mas nunca por dentro
perfil de uma estátua
que não sou de frente.
Nascitura estava
e mais que imperfeita
de ser sorte ou dado
que qualquer mão deita.
Eu nasci de haver
os bairros da lata
do dedo que escapa
dos sapatos rotos
da fome que mata
o que quer nascer
e que o sábio guarda
em frascos de abortos;
eu nasci de ver
cheirar e ouvir
dum odor a mortos
(judeus enlatados
para caberem mais
mas desinfectados)
pelas chaminés
nazis a sair
de te ver passar
de me despedir
de teus olhos tristes
como se existisses.
Nascitura estava
tom de rosa pulcra
eu me declinava
vésper em latim:
impura de todos
gostarem de mim.
domingo, novembro 18, 2007
sexta-feira, novembro 16, 2007
S. Martinho
À falta das castanhas grátis do magusto de São Martinho, há sempre estas.
Dizem que antigamente, em Lisboa, andavam a vender pelas portas a sopa de fava-rica e caracóis cozinhados e embrulhados em jornal. Por razões higiénicas não será possível recuperar essa e outras muitas tradições, mas também temos o nosso fast food. E agora, que há castanhas todo o ano, O São Martinho passou a ser todos os dias. Como o Natal.
quarta-feira, novembro 14, 2007
S. Martinho
Após um tórrido Verão-de-São Martinho, chegou finalmente o São Martinho e talvez até mesmo o Outono, que tardava e ainda tarda. E as castanhas assadas no Terreiro do Paço.
Eu não podia deixar de lá ir para fotografar Lisboa mais uma vez, por uma vez com água, pedra, ar e fogo. Como se vê nas fotos.
Mais prosaicamente, parece que a distribuição das comidas e bebidas deixou muita gente a ver navios (ver 1ª foto, o navio cargueiro ao largo do Terreiro do Paço).
Eu, por mim, não podia esperar porque ia à Expo, ver o Fil Arte Lisboa no penúltimo dia.
Os olhos também comem, dizem. Às vezes são mesmo os únicos a comer. E mesmo assim comem bem!
segunda-feira, novembro 12, 2007
Feira das Bruxas
Ah! Quase me esquecia!
Já que estava na Expo, para ver a Fil Arte, aproveitei para ver também a Feira das Bruxas. Enfim, não sei se se chama assim, mas não me chamem frívola! Afinal, eu nem sequer sabia que era ao mesmo tempo da outra, embora já conhecesse as duas de outros Carnavais. Talvez por serem ao mesmo tempo...
Há lá de tudo e tudo muito barato: pedras lindíssimas do Brasil, colares de pedras, pulseiras de pedras, espanta-espíritos, embaladores de sonhos (não sei se é assim que se diz) Bonequitos Quitapenas, bonequitas espalmadas para colocar debaixo do travesseiro, plantas "Rosa de Jericó", Aloés Veras (para quem gostar) e...
Cartomantes (consultas em saldo).
Só não encontrei balangandãs, mas também é verdade que não procurei bem.
Fica na Gare do Oriente. Até Domingo 18 de Novembro.
Já que estava na Expo, para ver a Fil Arte, aproveitei para ver também a Feira das Bruxas. Enfim, não sei se se chama assim, mas não me chamem frívola! Afinal, eu nem sequer sabia que era ao mesmo tempo da outra, embora já conhecesse as duas de outros Carnavais. Talvez por serem ao mesmo tempo...
Há lá de tudo e tudo muito barato: pedras lindíssimas do Brasil, colares de pedras, pulseiras de pedras, espanta-espíritos, embaladores de sonhos (não sei se é assim que se diz) Bonequitos Quitapenas, bonequitas espalmadas para colocar debaixo do travesseiro, plantas "Rosa de Jericó", Aloés Veras (para quem gostar) e...
Cartomantes (consultas em saldo).
Só não encontrei balangandãs, mas também é verdade que não procurei bem.
Fica na Gare do Oriente. Até Domingo 18 de Novembro.
domingo, novembro 11, 2007
Arte e Literatura
Enfim, ao ver estas imagens e outras que coloquei no blogue Escrevedoiros, constata-se que a arte contemporânea está viva e recomenda-se, que procura novas formas, novos materiais, novos meios de expressão. Que é fácil gostar de muitas destas obras, mesmo quando não se entende a ideia.
E com a literatura, o que é que se passa? Passa-se que também não!
Os escritores "queixam-se" de que têm de escrever algo que se venda e que são obrigados a promover o livro como produto, não devem promover-se a eles mesmos, mas sim ao livro.
Escrevem romances históricos com uma estrutura idêntica à dos romances do século XIX, ou por mais inovação ao estilo do nouveau-roman, de meados dos Sec. XX.
Os que escrevem de outra maneira serão obrigados a mudar de estilo ou a pagarem eles as custas da edição, da promoção, etc.
Muito custa neste país ser diferente!
E com a literatura, o que é que se passa? Passa-se que também não!
Os escritores "queixam-se" de que têm de escrever algo que se venda e que são obrigados a promover o livro como produto, não devem promover-se a eles mesmos, mas sim ao livro.
Escrevem romances históricos com uma estrutura idêntica à dos romances do século XIX, ou por mais inovação ao estilo do nouveau-roman, de meados dos Sec. XX.
Os que escrevem de outra maneira serão obrigados a mudar de estilo ou a pagarem eles as custas da edição, da promoção, etc.
Muito custa neste país ser diferente!
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