Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quinta-feira, junho 03, 2021
Extraterrestres
domingo, abril 11, 2021
Chico-espertice e desconfinamento
Agora com as esplanadas abertas e os restaurantes fechados, devido ao relativo desconfinamento da pandemia, voltam a surgir os velhos problemas das esplanadas, até com mais força.
Há uma fila nas esplanadas-quiosque, para ir buscar o café, a comida, o que for. Enquanto estamos na fila, aparecem bandos de pessoas que ocupam as mesas vazias. Ficam sentados e felizes, à espera que a fila diminua, depois vão buscar um café para todos, ou mesmo só um café para um.
Ontem sentei-me a uma mesa, já depois de comprado café, levo-o na mão e vem um bando dizer-me que estava naquela mesa. Já têm alguma coisa para tomar? Não. Mesmo assim, chegaram primeiro à mesa, eu é que estou a mais.
Hoje, a mesma coisa: a empregada tirou um bando para eu me sentar e, antes de eu chegar à mesa, já lá estava outra pessoa instalada, sem consumir nada. Não vê aquela fila? Vejo, mas pensei...
E volta a linguagem absurda:
- não se sente nesta cadeira, porque está aí a minha irmã!
- eu estou sentada em cima da sua irmã?
- Não, mas essa cadeira está ocupada por ela!
- Como assim? Não está aqui ninguém!
- Mas ela estava aí.
- Mas já não está...
Não importa quem chegou primeiro, importa quem tomou posse primeiro. Isto é daquelas coisas portuguesinhas absurdas e ridículas...
Em Itália, já decidiram que, em excursões de autocarros com portugueses, quem vai à frente no primeiro dia, vai atrás no segundo, pois o portuguesinho coloca-se à frente no primeiro dia para reservar e ocupar o lugar toda a semana. Um casal de casados chega em último lugar e fica de pé à espera que alguém se levante para os deixar ir lado a lado mais 10 kms.O quê? Ninguém se levanta? Ninguém respeita a sagrada instituição do casamento?
Nos hotéis, vão de manhã colocar toalhas em todos os lugares das piscinas, esperando encontrá-las ao fim da tarde, quando regressarem dos passeios, na intenção de que ninguém os tenha ocupado, entretanto. Alguns lixam-se, ficam sem as toalhas, sem os cremes, sem o telemóvel... a chicoespertice tem uma componente de ingenuidade bacoca.
Prefiro mil vezes viajar com espanhóis, que não fazem nada disto.
Quando é que nos livramos desta mentalidade?
terça-feira, março 30, 2021
Distância muitíssimo social - os gadjós
Na fila do supermercado há uma senhora grudada em mim. Resisto a dizer-lhe que se afaste um bocadinho, em parte, por uma delicadeza que poucos me conhecem, em parte por falta de medo do COVID. Mas ela não tem desses pruridos
- Esta cigana não me larga! Veja lá se pode avançar um bocadinho na fila, mais para a frente.
Avanço um grande bocado, para constatar que a dita senhora está outra vez encostada a mim
- Esta cigana não tem qualquer noção! Não a vê colada a mim outra vez?
Não, não vejo. O que vejo é que esta senhora prefere estar encostada a mim do que estar a meio metro da cigana. Ou a ir para o fim da curta fila.
Talvez porque eu sou... reflito: sou o quê? Caucasiana? Não, nem deve saber o que quer dizer isso. Branca? Os ciganos não são pretos. Europeia? Os ciganos vivem na Europa. Então, eu sou o quê, para esta seletiva criatura?
Ah, já sei, os ciganos têm um termo para isso, uma palavra que diz logo tudo. Eu Sou... eu sou...
- Gadjó! *
- Palavra cigana que designa logo de uma vez todas as pessoas que não sejam ciganas. Lol.
terça-feira, março 23, 2021
“O meu telhado é o céu”
Uma senhora da aldeia de Covide, no telejornal sobre o vírus COVID:
- Não penso nele sem ele bir. Estou aqui no meu lugar. Não penso nele sem ele bir. Se bier, beu. Não é? Se bier, beu!
Sábias e engraçadas palavras!
Também disse que não gosta de estar dentro de casa:
- O meu telhado é o céu!
domingo, março 21, 2021
Primavera
Apetece beijar as pétalas das flores como beijar uma dádiva oferecida pelo tempo.
Tão suaves, tão macias, tão brancas, tão azuis ou vermelhas no calor que se adivinha
E que sejam bem-vindas as moscas!
E as flores aladas, sejam borboletas ou pássaros
E os pássaros desprovidos de asas, os grilos e as cigarras que hão-de anunciar o Verão
Agradeço às deusas fêmeas Ceres, Artemísia, Afrodie e Atena, agradeço aos deuses machos, Apolo, Diónisos, Cronos e a todos os deuses, agradeço ao deus único, talvez Alá ou Jeová
E a mim, e a ti, homem ou mulher, espírito capaz de vislumbrar a beleza, ser iluminado, ente capaz de entender este renascer constante da matéria, da luz e do sonho do espaço.
Graciete Nobre
Publicado online na revista on-line Triplov
segunda-feira, fevereiro 15, 2021
O Covid e a mangedoura
A partir de hoje, 15 de fevereiro, já podem desembarcar em Lisboa passageiros e tripulação de navios de cruzeiro.
Podem ver a cidade, podem ir aos supermercados comprar um kilo de batatas... podem trazer as novas variantes do covid, etc...
Vantagens para Portugal?
Os paquetes pagam para entrar no porto de Lisboa, um dos mais caros do mundo.
Os endinheirados turistas poderão comprar um kilo de batatas nos supermercados, uma cerveja a preço promocional, ou mesmo algum livro num hipermercado.
E ainda poderão trazer para cá as variantes novas do COVID: sul-americana, brasileira, etc. .
Livros proibidos por causa do COVID, exceto nas grandes superfícies
Qual é a lógica de as livrarias não poderem vender livros e os supermercados sim?
Para além da lógica do favorecimento do grande capital, a lógica de promover a literatura light.
Também não se entende por que razão fecharam as bibliotecas, tudo quando mais precisamos de livros para nos entretermos.
Depois queixam-se de que vai tudo passear para a rua. Então, que havemos de fazer?
Ver televisão e sermos submetidos à lavagem ao cérebro das notícias?
domingo, janeiro 31, 2021
O Covid e a mangedoura: Na cauda da Europa e na cauda do mundo, outra vez... Ou, pelo contrário...
Ainda não sabemos muita coisa sobre esta catástrofe que nos une e que nos separa, mas sabemos que tudo está a proceder-se da maneira normal no nosso país: alguns comem da mangedoura, outros não.
Todos comem: uns pouco, mas comidas que engordam muito, tendo nós chegado ao ponto em que os nossos pobres são gordos, ao contrário do modelo intemporal e internacional dos pobres muito magros porque comem pouco... embora esses mesmos só comam hidratos de carbono... batatas, arroz, pão...
Sabemos apenas isto: a vacina, que é acessível a muito poucos, tornou-se acessível à gente que se meteu na política exatamente para isso: para ter acesso a bens inacessíveis à "escumalha".
E todos os jornais trazem notícias dessas, o responsável que, qual rei, mandou vacinar os funcionários do café que frequenta, a assistência social que, por saber que os pobres que a ela recorrem, não podem pagar a um advogado para se queixarem e que não têm outro modo para se queixar, manda vacinar-se a si e a todos os que a rodeiam...
Em Setúbal isso aconteceu, segundo as notícias da comunicação social, fora as vezes em que aconteceu e nada sabemos... alegadamente, pois muita gente sabe...
Este compadrio...
Na cauda da Europa e do mundo... Ou, pelo contrário...
Não gosto nada desta minha opinião, sou um nadinha poética, mas até os poetas se debatem, dentro de si, entre a realidade e o ideal...
Do milagre à catástrofe
Não há dúvida que vivemos em tempos de quase catástrofe, mas vale a pena pensar e trocar ideias sobre isto. Como é que se passou do “milagre português” ao desastre de sermos os piores do mundo em alguns aspetos (não todos)?
No princípio, muitas pessoas tinham medo, agora têm menos medo, ou têm outra vez muito medo, mas o medo nunca pode ser a medida de todas as coisas.
Será que temos culpa (sem dolo), ou será que tudo isto nos ultrapassa? Nunca ninguém percebeu por que razão o pior sítio do mundo em termos de Covid foi a parte mais rica de Itália. Mas não há dúvida de que as opiniões diferentes das veiculadas pela comunicação social ( que tm funcionado em uníssono) têm sido ignoradas. E isto é uma parte da catástrofe: a falta de liberdade de expressão, que pode levar a extremos de reivindicação.
Nas últimas aulas presenciais que dei, sabendo que os jovens andaram em festas com muita gente na passagem de ano, estando com alguns desses numa cave em que as janelas, lá muito em cima, pouco abrem, disse-lhes que deveríamos todos ter mais cuidado do que nunca, explicando que ter cuidado não é o mesmo que ter medo. Ainda hoje não tenho medo, mas abdiquei da Páscoa e do Natal, que sempre passei no Norte, exceto os últimos.
Ocorre-me que não é a primeira vez que isto acontece, o passarmos do milagre ao desastre: a certa altura, fomos o milagre económico português, éramos o bom aluno da CEE e pouco depois estávamos à beira da bancarrota. Neste último caso, a culpa só pode ter sido nossa...
Agora pode ser ou não ser, quase parece ser o destino e o fado, por isso devemos trocar opiniões, se eu não vos convencer, convencem-me vocês a mim, sem que pareça derrota a mudança de opinião, que é apenas conciliação e paz.
Será que Portugal continua a ser simbolizado por Gonçalo Mendes Ramires, personagem central do livro de Eça de Queirós a Cidade e as Serras? Passo a citar:
“Como acertadamente observa a personagem João Gouveia, no final do romance, Gonçalo Ramires, o Fidalgo da Torre, com "a generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios", "a esperança constante nalgum milagre", "a desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe", "aquela antiguidade de raça", "aquele arranque para a África", simboliza o Portugal contemporâneo de Eça, dilacerado entre o passado glorioso e a miséria presente.”
Será que isto nos carateriza? Isto: “a generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios", "a esperança constante nalgum milagre", "a desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe"?
P.S: Este post não tem nenhuma atitude político-partidária, pois essa, sim, é a nossa cegueira específica. Desde o 25 de abril que pouca gente pensa fora desta caixa.
domingo, janeiro 17, 2021
Os perigos da Educação Sexual
Os perigos da Educação Sexual
Contaram-me este episódio ocorrido há uns anos, em Braga, a nossa cidade mais religiosa e mais católica.
◦ Uma família abastada recebeu na sua ca Daniel Sousa as máscaras ci Daniel Sousa no Japão não há Natal nem Ano Novo, mas o covid aumentou lá tanto como aqui, ou mais. rúrgicas foram feitas para serem usadas durante uma cirurgia, com todo o cuidad Daniel Sousa no Japão não há Natal nem Ano Novo, mas o covid aumentou lá tanto como aqui, ou mais. o. Não poderíamos tocar-lhes porque isso anularia o seu efeito. Estamos sempre a mexer-lhes. sa uma rapariga pouco instruída e algo ingénua, que ia casar com um rapaz educado e estudado, talvez por causa do dinheiro que a menina trazia. A missão da dita família era ensinar-lhe boas maneiras e dar-lhe umas luzes de educação sexual, tarefa particularmente difícil, pois ainda hoje é um bico-de-obra.
Depois de terem explicado à rapariga os rudimentos da questão sexual conjugal, deram-lhe para ler um livro católico sobre o assunto, daqueles que usavam mais metáforas evangélicas do que propriamente informação objetiva.
Em vésperas do casamento Daniel Sousa as máscaras ci Daniel Sousa no Japão não há Natal nem Ano Novo, mas o covid aumentou lá tanto como aqui, ou mais. rúrgicas foram feitas para serem usadas durante uma cirurgia, com todo o cuidad Daniel Sousa no Japão não há Natal nem Ano Novo, mas o covid aumentou lá tanto como aqui, ou mais. o. Não poderíamos tocar-lhes porque isso anularia o seu efeito. Estamos sempre a mexer-lhes. , as senhoras perguntaram à nubente:
⁃ Então, percebeste tudo?
⁃ Percebi.
⁃ Tens alguma dúvida, houve alguma coisa que não percebeste?
⁃ Só não percebi uma coisa...
⁃ Então diz lá o que não percebeste.
⁃ Só não percebi o que é o seixo!
Podemos entender, claro, que a noiva não precisava de perceber nada antes do casamento, mas, para as boas famílias, talvez existisse um problema: talvez o rapaz deixasse em casa a esposa e procurasse mulheres que soubessem o que é o seixo.
◦
segunda-feira, dezembro 21, 2020
Aquarius, Aquarius... harmony and understanding...
Neste dia em que se verifica um alinhamento especial de Júpiter com Saturno coincidindo com o solstício de inverno, logo as seguir a um eclipse total do Sol, dizem alguns que começa a era do Aquário.
Fazem-se celebrações em todo o mundo.
Somos convidados a meditar na paz e no amor universal, sonhando para todos o que desejamos para nós.
Que todos os seres tenham alegria, liberdade, paz, amor e abundância!
segunda-feira, novembro 23, 2020
O Covid e a mangedoura
As medidas do nosso e outros governos para combater o Covid não estão a resultar, de forma alguma. E ainda está quase calor!
As atitudes alternativas são ridicularizadas pela nossa comunicação social, o mesmo se passando noutros países da Europa.
Isto quer dizer o quê? Vamos continuar a destruir a economia e a aumentar o número de mortos, Covid e não Covid, mas não vamos mudar de estratégia porque somos maravilhosos e detemos a razão?
E porque quem propõe alternativas é porque acredita que a terra é plana e que nos querem meter um chip na cabeça?
Ou porque há muitos comunicadores a comer da mangedoura das farmacêuticas?
sexta-feira, novembro 13, 2020
Será que temos um "Governo pela Verdade"?
Fui almoçar com uma amiga a uma "tasca" de petiscos, antes de nos trancarmos no confinamento deste fim de semana.
A minha amiga é professora. Hoje mesmo, toda uma sua turma foi mandada para casa, uns porque têm Covid, os outros porque fazem parte da bolha.
A minha amiga também faz parte da bolha, mas, como está à beira da reforma e faz parte dos grupos de risco... Enfim, resumindo, vai continuar a dar aulas às outras turmas e a conviver com os outros professores, claro.
Como foi ela que me convidou e como só me contou isto durante o almoço, eu deveria tê-la tratado como uma leprosa que me quer matar, pegando-se a peçonha. A lepra. O Covid.
Mas neste aspeto, o governo "pensa" o mesmo que Os Médicos pela Verdade, os Jornalistas pela Verdade e quejandos, esses grupos que são tão criticados urbi et orbi, pelo sistema e postos de rastos pela comunicação social.
E eu concordo com eles, quero dizer, eu concordo com o governo e ... E... Bem, foi um ótimo almoço.
quinta-feira, novembro 12, 2020
Ouro Preto, Romance Histórico
Este homem, que de facto existiu, chama-se Pedro Heneken e, no início do livro, está em Lisboa, preso nos calabouços da Inquisição, por incitamento à heresia. Por aquilo que diz, parece mais louco do que herético, mas será a loucura sagrada. Dos profetas? Os seus escritos foram todos apreendidos.
O livro está regularmente bem escrito, nada de especial, é mais interessante o que podemos imaginar do que as descrições que lemos, mas é também interessante obter informação sobre o tema e de forma leve.
Como se passa no reinado de D. João V, este livro dialoga, em termos de leitura, com o Memorial do Convento.
sexta-feira, novembro 06, 2020
Você está doente? Então desapareça daqui! E depressa, ouviu??!!
Às vezes, muito raramente, vou almoçar com amigos à cantina dos Funcionários dei Estado, com comida barata e às vezes boa, a que nós chamamos a "cantina dos pobres" e que fica muito perto do meu local de trabalho. Medem-nos temperatura à entrada e, se estivermos com febre, não nos deixam entrar.
- Obrigada! Quanta bondade!!!!
- Você tem febre? Não lhe dou de comer! Vá-se embora! Vá comer a casa do diabo mais velho! Vá-se tratar!
Uma vez disseram-me:
- Tem 35,6!
- Tão pouco? Devo estar doente!!!
Todos se riram, pois a vontade de rir é o que nos vale!!!
Antigamente, quero dizer, há talvez uns 10 meses, seria ao contrário, não? Está doente? Sente-se aqui. Vou buscar-lhe um copinho de água com açúcar... pode não fazer bem, mas não deve fazer mal...
Escolas e Covid
Isto está acontecer em muitas escolas do país. Alguns alunos de uma turma têm Covid e vai a turma toda para casa de quarentena.
segunda-feira, outubro 19, 2020
Outra vez Tancos
O rapaz que roubou as armas de Tancos resolveu devolver mais algumas.
Quando precisar delas, vem buscá-las outra vez.
Imagem da Internet
sexta-feira, outubro 16, 2020
Sété Ué não sei quê... 500 aéreos de multa...Humor involuntário?
O MEU TELEFONE É ASSIM. Será que tenho de andar sempre com ele, para o caso de a polícia mo pedir, para ver se eu tenho o coiso...? Aquilo que é Seté Ué Não sei quê.
E os fios? Também tenho de levar os fios quando for ao Mini-Preço?
Eu não quero pagar 500 aéreos de multa, porque eu só ganho 360 aéreos da reforma, mais o meu homem que não ganha nenhum porque é patrão e agora já não tem fregueses na tasca porque a tasca tem que fechar às 8 da noite e os fregueses só vinham depois do comer.
Não se pode vender álcool, não se pode vender álcool, dizem eles, depois das 8 da noite, mas a gente nunca vendemos álcool, a gente só vendemos vinho, cerveja e aguardente.
quinta-feira, outubro 15, 2020
Muito belo poema de Louise Gluck: "O lírio prateado"
segunda-feira, outubro 12, 2020
Louise Gluck - Paisagem 3
Louise Gluck, escritora que ganhou o Prémio Nobel 2020, escrevendo sobre a atualidade e inspirada na mitologia grega.
domingo, outubro 11, 2020
Louise Gluck
Circe de Wright Barker, 1889 |
sexta-feira, outubro 09, 2020
Marcelo propõe um Carnaval em dezembro, em vez do Natal em família
sábado, outubro 03, 2020
Medidas anti-covid: "esquerda, direita e volver"
Há muitas pessoas de esquerda que julgam não poder pôr em causa as medidas anti-covid e todo este fundamentalismo, todas estas restrições de direitos, por ser a extrema direita que o faz. Vejam o que diz a esse respeito um filósofo italiano de esquerda, aqui citado:
“ O grau de confusão que atingiu os espíritos que se deveriam ter mantido mais lúcidos, levou ao paradoxo de vermos organizações de esquerda, que deveriam reivindicar direitos e denunciar violações das constituições, aceitar sem reservas a limitação de liberdades essenciais decidida por decreto ministerial, sem qualquer legalidade – coisa que jamais o fascismo sonhou poder impor -, e dirigentes de direita – Trump e Bolsonaro – serem os que mais se opuseram às medidas de confinamento; demonstrando-se, assim, que a diferença entre direita e esquerda se esvaziou de qualquer conteúdo político real; a verdade é a verdade, seja dita à direita ou à esquerda”.
Giorgio Agamben
Ver o texto completo aqui:
segunda-feira, setembro 28, 2020
As posses das ratazanas: questões filosóficas e legais
Esta ratazana gigante foi condecorada com esta medalha de ouro britânica por ter detetado 67 artefactos, entre minas anti-pessoal e outros explosivos. Detecta-as pelo faro e faz gestos a chamar o homem, o treinador, ela e as suas colegas. Lol. Como são muito leves, o seu peso não faz detonar o explosivo.
A ideia é muito engraçada, mas levanta uma questão, ou várias, não só filosóficas, mas também legais.
Se as ratazanas podem possuir objetos de valor, como uma medalha de ouro com valor material e simbólico, então, como preservar estes valores?
- Podem as ratazanas queixar-se de que foram roubadas?
- Podem as ratazanas queixar-se de que foram vítimas de excesso de confiança, se alguém ficar indevidamente com a medalha para si?
- Podem as ratazanas deixar estes objetos como herança? A quem?
Já existiu, na história, um julgamento civil contra ratos, em França, os quais ganharam o caso, graças ao extraordinário advogado que os defendia.
Mas ratazanas queixosas, ou herdeiros de ratazanas queixosos, creio que isso não está previsto... nem mesmo nos direitos dos animais...
VER AQUI
Em Autun, diversos roedores foram intimados a comparecer ao tribunal e até tiveram um advogado
segunda-feira, setembro 21, 2020
Medidas contra o Covid, ou o beijo de Judas
quinta-feira, agosto 13, 2020
Furnas, o Gabinete das Maravilhas
Continuando no “gabinete de maravilhas” que é esta terra, Furnas, encontramos fontes de água.
De uma delas sai água ferver, supus a mão, escaldou, não deu para provar, por falta de vasilha,
Pondo mão na outra, era fria, mas parecia vulgar.
A terceira tinha água azeda. e corre dália um rio amarelo, creio que são águas ferrosas.
As pessoas da terra aproveitaram logo tudo isto. Vendem espigas de milho, cozido nas caldeiras, que têm água a ferver. Alguns restaurantes fazem um prato, a que chamam cozido das Furnas, em que a panela é enterrada e aquecida pela terra quente.
Um e outro acepipe não prestam para nada em termos de sabor, mas ambos têm graça.
Há uns sítios par tomar banho em água quente, como a Poça da Dona Beija, mas estavam desativados devido ao Covid.
É tudo muito colorido.
Enfim, esta terra pode ser considerada o que so antigos chamavam Gabinete das Maravilhas ou Cabinet de Curiosités, ou ainda Gabinete de Curiosidades.
Eram coleções de coisas fantásticas, que mais tarde vieram a dar origem aos Museus,
quarta-feira, agosto 12, 2020
Furnas, Açores
Esta terra, chamada Furnas, na ilha de são Miguel, nos Açores, é verdadeiramente espantosa!
Ao aproximarmo-nos, notamos nuvens de fumo a saírem de muitos sítios ao mesmo tempo, Imaginams, claro, várias fogueiras, ou então casas à moda antiga, com lareiras e chaminés. Ao aproximarmo-nos, vemos que o fumo sai da terra.
Logo ao lado, vemos buracos no chaço de onde sai água a ferver, ou mesmo algo que parece enxofre, muito amarelo. Há um intenso cheira enxofre.
Dizem-nos, então, os cartazes que estão expostos, que o sítio que vemos era cratera de um vulcão já extinto. Mas não muito extinto.
Continua
segunda-feira, agosto 03, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: viajar de Portugal para os Açores ou de como Kafka tinha carradas de razão
domingo, agosto 02, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: a ditadura do Big Brother e assim se comem os tolos
sábado, agosto 01, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: os pobres também serão proibidos de ter animais domésticos
sábado, julho 25, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: opiniões para quê?
Em Portugal, pelo contrário, não se discute nem se questiona nada: nem a obrigatoriedade do uso da máscara, nem os direitos e liberdades e garantias individuais, nem coisa alguma...
Uns cumprem as regras de form acéfala, outros baldam-se de forma não menos acéfala. Opiniões para quê???? Afinal, temos uma imensa massa acrítica... acéfala...
Banksy colocou uma série de imagens de ratos com máscara, alegadamente por ser a favor do seu uso, mas um a favor muitíssimo irónico.
Vemos pessoas a serem advertidas por anónimos porque se esqueceram da máscara, vemos uma notícia em que uma senhora, suspeita de estar infectada com Covid, recusa fazer mais testes e vai para casa, mas é imediatamente perseguida pela polícia. Nada disto gera polémica neste país à beira-mar plantado, tal como não gera polémica que os fundos comunitários tenham enriquecido e vão enriquecer meia dúzia de nababos.
O fundospara ressarcir vítimas de incêndios vão para pessoas que nunca foram vítimas de nada e que, bem ao contrário, são videirinhas. E simpáticas. E pouco críticas.
(Fotos retiradas da Internet.
1. Tim Shieff, campeão mundial de freerunner
2. A segunda retirada da Internert, também em Londres.)
quarta-feira, julho 22, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: PETS, "tutores" e etc.
Qualquer dia, por haver tanta exigência no tratamento dos animais de estimação, um pobre vai preso, ou é trucidado pelo povo, por ter um cão ou um gato.
- Onde é que estão as vacinas?
- As do gato, ou as minhas? Não tenho.
- E a alimentação adequada?
- Só comemos pão sem nada e sopa do Pingo Doce fria.
- Quer matar o cão? !!!
Curiosamente, o pet gosta tanto deste dono, como gostaria se ele fosse dono de um palácio.
Com a diferença de que os donos dos palácios não gostam muito de cães e gatos vadios... e que teria morrido de fome se estivesse à espera de donos milionários.
Aliás, "tutores".
segunda-feira, julho 13, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: quantos ratos, quantas formigas?
Alguém sabe?
domingo, julho 12, 2020
Diário da quarentena e do desconfinamento: o Reino de Portugal e dos Algarves
Quando vivi em Portimão, um dia fui ao melhor restaurante de lá do sítio, com uns amigos, festejar o aniversário de uma amiga. Era grande, com muitas mesas, mas quando chegamos estava quase vazio. Que bom!
sexta-feira, julho 10, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: Será que nos podemos passar dos carretos por causa do Covid?
quinta-feira, julho 09, 2020
Diário do confinamento e do desconfinamento: Bolsonaro com Covid 19, porquê e para quê?
Diário do confinamento e do desconfinamento: correr com a clientela
Sempre houve vendedores de lojas que não gostam de vender nada porque não gostam de trabalhar. Correm com os fregueses a grande velocidade e rapidamente levam à ruína um estabelecimento que lhes seja entregue, mesmo se antes era próspero.
- Sei lá, vá lá ver. Tem lá um papel que explica tudo. Quer saber o preço? Então vá lá buscar a coisa é traga-a cá. Depois, leve-a outra vez...
Agora há um outro tipo de vendedor que corre com os fregueses. Adora vender, é dono da loja, mas tem um tal terror do coronavirus que grita histericamente quando alguém se esquece da máscara, ou quando entram na loja mais um cliente do que o recomendado, afugentando para sempre a clientela. Que acha estranha aquela gritaria em vez da grande simpatia anterior.