domingo, março 07, 2010

Missa Dominical

Aos sábados e domingos de manhã, gosto às vezes de ver a televisão italiana.
Liguei a RAI Uno e estava a dar missa. São às vezes missas lindíssimas em igrejas magníficas, mas eu não estava com paciência e liguei a RTP1. Estava a dar missa. Na homilia.
De repente, a minha atenção é arrebatada pelo discurso do padre, dirigindo-se aos crentes e aos descrentes. Estes descrentes serão os que vêem a missa pela televisão, ou os que frequentam assiduamente a igreja?
A todos incentivava e preocuparem-se com os principais problemas sociais e políticos do país, citando jornais e, de forma não demasiado indirecta, criticava a actual falta de honestidade gritante.
Não o reconheci a princípio, nem reparei no solidéu, mas não desliguei para ver o nome do padre: D. Januário.
O modo como dizia as palavras das orações era tão veemente e convincente como se fosse a primeira vez que dizia missa, ao ponto de parecer que usava rezas diferentes. As que eram realmente diferentes também se referiam à situação sócio-política.
Ainda temos gente nas cúpulas deste país!

sábado, março 06, 2010

Chinês

Cerca de 63 por cento dos portugueses toleram a corrupção desde que produza efeitos benéficos para a população em geral

Li esta notícia no Público. Que os portugueses são tolerantes com a corrupção, é importante que se saiba e é importante discutir-se este assunto. Mas o que é isso de ela ter efeitos benéficos para a população em geral?!!!

Já tenho ouvido pessoas que protestam veementemente contra os corruptos e depois acrescentam:"Eu, se estivesse no lugar deles, fazia o mesmo."
E estas pessoas nunca consideram sequer a hipótese de a pessoa estar inocente...

quarta-feira, março 03, 2010

Provérbios sobre o tempo - A Senhora das Candeias

Fiquei a saber hoje um novo provérbio ou ditado popular, que também é uma previsão do tempo (já tenho alguns por aí neste blogue, que também prevêem o tempo).
São três versões, a primeira foi a que ouvi, as outras tirei-as da net.
«Se a Senhora das Candeias chorar, está o Inverno a passar; se está a rir, está o Inverno para vir.»
«Quando a candelária chora, o Inverno já está fora. Quando a candelária rir, o Inverno está para vir.»
«Se a candeia rir, está o Inverno para vir; se a candeia chora, o Inverno está para fora.»
A ideia é esta: se está sol nos dia da Senhora das Candeias, dois de Fevereiro, vem aí mau tempo, se chover, então já acabou o Inverno.

Confesso que tenho sempre a impressão de que o que estes ditados dizem, tanto pode ser assim como ao contrário... o importante é fazer-nos lembrar ou saber que está tudo normal... que o tempo não mudou, ao contrário do que se diz.
Ora o grande drama é que esteve um tempo óptimo na Candelária, logo...

O meu avô também tinha uma previsão do tempo para o ano inteiro, baseado no tempo que fazia em certos dias, em que cada dia correspondia a um mês. Talvez os primeiros dias de Janeiro, mas não garanto que fossem esses. Enfim...

segunda-feira, março 01, 2010

Amarula: "um grão na asa"

É muito engraçado. Veja até ao fim, mesmo que não perceba inglês.
A avestruz, dir-se-ia que tem "um grão na asa" :)
E ainda dizem que devemos comer coisas naturais! Ele há cada coisa natural!

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Comentário a este Blogue

Quando atiramos algo para a blogosfera, de bom ou de mau, nunca sabemos onde vai cair, mas talvez caia, para citar Wordsworth, "no coração de um amigo" ("in the heart of a friend").

Achei isto tão interessante que decidi mostrar-vos. Narrei neste blogue o caso curioso de uma mãe que deu a filha para adoptar; mas tarde quis conhecê-la e detestou-a. Teci considerações sobre o assunto, citando Elisabeth Badinter...
Agora apareceu uma brasileira que escreveu este comentário, que quero partilhar convosco.

"Nossa! Me identifico demais com isso. Inclusive estou usando meu blog para desabafar e encontrar pessoas que também sofrem com essa situação. (Ter uma mãe que não gosta de vc.
Esse é meu email: thayannemagalhaes@gmail.com e este meu blog:
http://blogdathayanne.blogspot.com/"

Vamos ver este blogue e dar uma forcinha... deve ser difícil...
Eu já tinha notado que esse post tem muitos visitantes, mas não imaginava porquê.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

"O Viajante Cego" ou o Triunfo da Vontade

Ando a ler vários livros, mas sobretudo um que é fantástico.
É a história verídica, direi mesmo biográfica, de um dos maiores viajantes de todos os tempo.
Mas este era cego, ou melhor, ficou cego a certa altura. E continuou a viajar sozinho pelo mundo inteiro, usando meios baratos, pois não era rico, usando os meios baratos dos autóctones. É espantoso como é possível ultrapassar as limitações, todas as limitações, até porque Holman, como se chamava o viajante, tinha também graves problemas de ossos e articulações.
O livro está escrito como um romance histórico / reportagem, citando muitas vezes o O Viajante Cego, que também foi escritor e investigador, no seu tempo.

Sobretudo, sendo baseado na realidade, este livro mostra-nos triunfo da vontade sobre todas as limitações, interiores ou exteriores, pois também teve muitos obstáculos postos pela sociedade da época, sendo talvez um dos primeiros o não acreditarem que um cego pudesse fazer tudo aquilo que pretendia fazer. E não era cego de nascença, era alguém que viu bem até certa altura e que cegou repentinamente, tendo de se habituar a viver sem luz.
Ah, e era marinheiro.

Fica o desejo de ler os relatos originais, que tinham ficado esquecidos... este livro deixa um certo sabor a pouco, é pouco interessante no aspecto literário. Esperava encontrar impressões inventadas / sugeridas por alguém que sabe escrever bem, melhor do que o protagonista, talvez...

sábado, fevereiro 20, 2010

Afinal tudo bem...

Afinal estávamos enganados...
Isso de uma empresa do estado pagar a um futebolista para ele dizer que um político é bom, belo e honesto, afinal não tem importância nenhuma...

Falta vir o Mário Soares dizer que não acredita, porque ninguém se vende por tão pouco dinheiro, o que nos leva a pensar qual será o preço deste Soares. Do outro, do boy friend Soares, desse já sabemos.
Mas uma comentadora disse na televisão que é bom estes jovens sem qualificação ganharem balúrdios, pois os jovens não se interessam por política e assim... pode ser que se venham a interessar, porque se ganha muito. É exactamente essa a mensagem que devemos transmitir aos jovens, quando quase todos querem ser médicos para "ajudar as pessoas".
- Ó filho! Ajudar as pessoas?!!! Ajuda-te mas é a ti próprio. Vai para político.

Quanto ao Soares mais velho e que devia ter juízo, existem algumas insinuações sob a forma de perguntas... É claro que eu não acredito nessas perguntas...

Agora vem o PGR dizer que nada disto tem importância, por isso é que arquivou as escutas...
Só espero que este parecer não tenha sido tão caro como o do Figo...

E o pobre do Sócas, tão bom, tão preocupado com os pobres e com os gays: o Figo não é pobre, será que é gay?

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Papagaios





E cá estão os papagaios de que andei à procura naquele dia em que encontrei o esquilo. Em plena cidade de Lisboa, zona de Santo Amaro.

Não parece mesmo que estão a posar para a câmara? Ou, pelo menos, a olhar para mim, o que é curioso, porque os pássaros não costumam dar atenção às pessoas e porque havia automóveis e autocarros a passar por debaixo das árvores.
Outra constatação é que é esta a melhor altura para fotografar pássaros nas árvores... por não terem folhas.
Mais fotos em Escrevedoiros, por esta data.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Julia Child

Um filme recente, Julie & Julia, protagonizado por Meryl Streep, narra a vida desta cozinheiro americana mítica, Julia Child, trazendo-a para a ribalta.
Baseia-se na cozinha francesa, que aprendeu em França.
Aqui está a confecção de uma omelette. O segredo está nos pequenos pormenores...

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Os Tomates



Juro que não me interesso por política. Só queria não pensar no pseudo-engenheiro de cada vez que penso na minha vida quotidiana: com que idade me vou reformar, que vou fazer amanhã, como vou trabalhar, como vou pagar os impostos, posso comprara acções na bolsa de Lisboa, ou elas caem por causa dos boy friends do dito, como aquele que ainda está na PT a ganhar como o rei Midas à nossa custa...

Já repararam nos tomates? Com a chuva que tem caído, estão belíssimos e bons, a estalar de água, parecem melancias!

A propósito: há um site italiano no Facebook, com a fotografia de um tomate, que diz:


(tradução: este tomate vai ter mais fãs do que o Berlusconi)
Coitados dos italianos, também têm que chegue! Mas, pelo menos, têm sentido de humor...

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Para alegrar as hostes

Este blogue não é político, juro. Eu só quero que me deixem em paz e não andar a mudar de vida e de tudo todos os dias por causa dos patetas indecorosos alvares que estão no poder.

Para alegrar as hostes e em homenagem ao santo S. Valentim, aqui vai uma história gira: um polvo apaixonado por uma polva nas ilhas gregas. Parece idílico, mas...
Como é que se desenha isto? Tão bem...

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

O Socras e o Boy Friend

- Eu até gosto do Socras! A menina não gosta?
- Eu não.
- Gosto, gosto. E se ele for para a rua vai para lá outro, tão vigarista como ele...

Esta é a defesa que as pessoas encontram para o Socras.
Diz o Marcelo Rebelo de Sousa que ele não pode ser destituído, por razões económicas, antes de ser aprovado o orçamento e de mandar uma papelada para a UE, lá para Maio.
E que vai esta criatura fazer até Maio?
Sem estar ameaçado de nada, avaliou toda a gente, aumentou 5 anos a idade da reforma, correu da função pública com as pessoas mais experientes, tentou correr com a Moura Guedes à custa de negócios ruinosos para uma empresa mundialmente cotada na bolsa, enriqueceu o Boy Friend à custa disto... etc...

domingo, fevereiro 14, 2010

Qual deles prefere? O Botas ou o Socas?

O Rei Socas contra O Rei Socas

Socas, o Rei Midas

O povão que não sabe falar direito e que nunca ouviu falar do filósofo grego, chama-lhe Socras ou até mesmo Socas, nome pelo qual vai passar a ser designado neste blogue.

Pois o Socas é um rei Midas, o rei que transforma tudo em ouro. Tem amigos fiéis, que ganham milhões de euros por ano, (como diz a Ana Gomes, ganha mais num ano do que o seu marido em 40), para lhe encobrirem as falcatruas à custa do erário público e das nossas empresas semi-públicas e semi-privadas. E também à custa do bode expiatório que andou a desviar a atenção de tudo isto, estes anos todos: os professores, o ensino.
Como estamos constantemente a ser surpreendidos com estas telenovelas, o que mais se irá descobrir?

"Qui mais irá mi acontécérr?"

sábado, fevereiro 13, 2010

PIGS ao SOL

Num post anterior, mostrei-me surpreendida por chamarem PIGS ao grupo de países: Portugal, Itália, (Irlanda), Grécia e Espanha.

Hoje tirei o dia para ler o Sol (2ª edição) e o Expresso. Depois de ter lido tudo, a palavra que mais me ocorre é:
Porcos!
Não me refiro ao animal porco, que é tão subestimado só por ser descendente do javali e, como ele, preferir as terras pantanosas...
Também não pode ser: "Feios, Porcos e Maus".
Se fossem feios não teriam tido qualquer lugar nesta civilização da imagem, são mesmo só porcos e maus.

E o Presidente da República de que é que está à espera para destituir o governo?

AO SOL

Interessante seguir o blogue Causa Nossa, de várias personalidades socialistas. Quase todos defendem o governo, mas Ana Gomes demarca-se claramente, injuriando o tipo que tentou impedir a publicação do Jornal Sol, aqui:
Boys will be... bóis

Não percebi muito bem, mas parece que lhe chama boi. E ruminante.
Talvez o masculino de vaca, que é um grande insulto para mulheres...

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Já há SOL

Então parece que é desta que cai o Sócrates, (o qual passará a chamar-se só José Pinto, para não chamar a atenção) e mais a cambada dele, não sem antes terem destruído muitas coisas na vida portuguesa, incluindo o ensino, que está irreconhecível.
Mas eu só sossego quando vir na cadeia algumas destas pessoas. Quando isso acontecer, eu vou a Fátima em pé.

- Nadinha! Você vai a Fátima a pé, só por causa da política? Não a sabia tão política!
- A pé, não. Eu vou a Fátima em pé.
- E como é que a Nadinha vai a Fátima em pé?
- Vou de comboio.
- De comboio?!
- Claro.
- Não percebo...
- Vou a Fátima em pé, dentro do comboio.
- Ah...

VIVA O SOL!

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Esta portuguesa língua... Mau!




Encontrei esta foto num site muito giro do Facebook.
Clicar para ampliar. O "gramatismo" é um nadinha mistérico.

Já agora, tenho neste blogue um texto idêntico, muito antigo, feito por um português. Para ver, cliquem

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Pigs / Porcos? Quem? Nós?!!!!!!!

Não sei se sabem disto.
Nos meios internacionais de Economia e Finança, designa-se por abreviatura um conjunto de países que estão na mesma situação.
É o caso dos países emergentes, em franca recuperação económica, designados pela sigla BRIC: Brasil, Índia, Rússia e China. A ordem não é totalmente arbitrária, é mais uma questão de som...

E agora Portugal faz parte de um conjunto de países com graves dificuldades orçamentais... designados por

PIIGS ou mesmo PIGS

Como a língua universal é inglês (como foi, nos Secs XVI e XVII o português), pigs quer dizer porcos. Várias pessoas se insurgem contra isto...
Poderia ser Gips ciganos, por exemplo, mas para alguns é igual.
Portugal, Irlanda, Itália (que não está tão mal assim, sendo um dos 7 ou 8 países mais ricos do mundo), Grécia e Espanha (Spain).
Se não fosse a Irlanda, poderia ser, como alguns dizem, o Club Med, por semelhança com o Club Mediterrané.

Se em Portugal e nesses países há PIGS, fora com eles!
Que os há, há!

Todos à Manif, amanhã! Vestidos de uma cor qualquer... ou de branco.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Petição online

Circula esta petição online.
Vejam e se quiserem, assinem e divulguem.
Há também uma manifestação na quinta-feira, em frente à Assembleia da República.
É suposto as pessoas irem vestidas de branco, mas quem é que tem roupa branca de Inverno?
Ditado popular "sapato branco em Janeiro, sinal de pouco dinheiro."

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N1213

Diz o filósofo José Gil que um dos males da sociedade portuguesa é o de transformar acontecimentos em não-acontecimento. Foi o caso, aliás referido por ele mesmo, das imensas manifestações de professores, que foram transformadas em não-acontecimentos pelo anterior governo. E de todos estes casos, suspeitas, etc, como este das escutas relativas à TVI.
Nada aconteceu, para todos os efeitos...
Têm que ser os cidadãos a tomar a iniciativa e a exigir que se reponha a legalidade.


segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Isto é mais giro



Levei hoje a máquina fotográfica, na intenção de fotografar uns bandos de papagaios que andam agora em Lisboa. Não os vi, mas vi e fotografei melhor: um esquilo, também aquisição recente da cidade de Lisboa.
Dá para ampliar muito.

domingo, fevereiro 07, 2010

Quem são estes parolos que nos governam?

Quem são estes parolos que nos governam?
Estão todos de acordo?

Muitas vezes me espantei ao ouvir dizer "Eu tenho muito orgulho em ser português".
- Porquê?
- Ora, Eu tenho muito orgulho em ser português.
- Porquê?

A resposta não era lógica, mas era irritada.
Duas ou três vezes dei por mim a gabar-(me)/(nos) de que até o próprio Salazar, apesar de todos os defeitos que tinha, era honesto. Cheguei mesmo a afirmar que os portugueses não aceitariam um governante que não fosse honesto, como condição mínima. Enganei-me e enganei as pessoas a quem disse isto.

O nosso orgulho pátrio refere-se, em parte, à miséria que exportamos para outros países, ao miserável colonialismo de que fomos protagonistas e sobretudo aos descobrimentos que foram feitos...
Talvez eu me orgulhasse de ser europeia, mas para quê?
Talvez eu me orgulhasse de ser um ser humano? Para quê?

sábado, fevereiro 06, 2010

O Estado da Nação 2010 - Parte IV

Em casa.
- Trouxeste o Mercedes?
- Qual Mercedes? Então tu não vês que estamos de tanga?
- Espera lá, não confundas as coisas. Eu todas as semanas vou ao Banco Alimentar Contra a Fome buscar comida. Nunca mais fui ao supermercado. A roupa é toda da Cruz Vermelha, eu peço roupa para ricos que estão temporariamente em dificuldade e eles dão-me da estrangeira. Tu não me digas que ainda temos que vender o carro!
- Só o Mercedes. O BMW ainda não.
- Também era só o que faltava.
- Ó mulher, a crise está para todos... e eu até corro o risco de ser despedido...
- Tu? Mas tu és do partido
- Pois o problema é esse. Eu, lá no partido estava a falar por falar e pus-me a dizer qualquer coisa sobre o Freeport. Nós até fomos lá às compras, lembras-te? E então eles acharam que eu estava a dizer mal do governo. Logo a seguir, não sei como é que foi, comecei a falar da TVI e acusaram-me outra vez de estar a dizer mal do governo. E depois pus-me a falar de telefones e telemóveis e acusaram-me outra vez de estar a dizer mal do governo, pensavam que eu estava a falar das escutas...
- Olha que é preciso ser burro! Para que é que foste falar dessas coisas?
- Ó mulher! Não se pode falar de nada, lá no partido, outro dia estava a falar do Pinóquio, aquele boneco a quem cresce o nariz e...
- Acusaram-te outra vez de estar a dizer mal do governo. És muito burro! Então tu não vês as notícias?
- Eu ver vejo, mas não se pode falar de nada...

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Mistery

Apareceram-me aqui alguns visitantes que são provenientes dum site do Facebook chamado

Filhas: pari, ou mesmo paride à vontade, mas não me metam nisso.
Como é que desse site se vem para aqui e para o Escrevedoiros?

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

O estado da Nação 2010 - Parte III

Na escola da Karina, sala dos professores.
- Que trabalhe quem teve boa nota, que foi quem andou a dar graxa aos chefes! Eu cá, estafar-me para quê?
- Olha, a Karina foi suspensa outra vez!
- Porquê?! Que é que essa rapariga fez agora?
- Olha, roubou dinheiro à avó, que está senil e com o dinheiro comprou droga e andava por aí a vendê-la.
- Por aí, aonde?
- Por aí, nos corredores da escola.
- Essa agora! Estais a falar daquela rapariga..
- A Karina Silva.
- Ah, mas ela vai ser expulsa?
- Expulsa? Isso é impossível. Só teve uma suspensão.

- Ao menos reprova por faltas?
- Nem penses. A escolaridade obrigatória é até ao 12º ano...
- Ao menos reprova por notas?
- Nem penses. As ministras dizem que os alunos não ganham nada em reprovar.
- Ganham os que estudam, não?
- Não. Alguns professores até concordam com isso. Dizem: - Se os pusermos fora da escola, isto é, se os reprovarmos por faltas ou por notas, eles vão lá para fora meter-se na droga.
- E assim, metem-se na droga aqui dentro. E vendem-na aqui!

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Público - Vem aí uma geração de rapazes frustrados

Público - Vem aí uma geração de rapazes frustrados

Esta polémica é muito interessante. De certa forma, é estranho não se falar deste problema, ao ponto de muitas pessoas ignorarem que ele existe. Sim, desde que há concorrência com as raparigas em perfeita igualdade, tornou-se claro que os pais exigem que elas sejam cumpridoras, educadas, disciplinadas, enquanto acham graça a que os rapazes sejam "malandros" "malandrecos", irrequietos, pouco atinados. Respondem mal e sempre aos professores ("tão engraçado"), guincham quando a professora está a declamar poesia fazendo rir todos os colegas ("o meu filho tem uma graça!")... o pior é o resto.
O artigo também afirma,a certa altura, que poderá haver no futuro "uma nova classe baixa: a dos homens".
Neste blogue, o assunto já foi abordado várias vezes.

Será que também vão ser os professores a resolver (artificialmente, como sempre que é impossível) esta desigualdade de género? Basta dizer-se que a culpa é deles e fazer uma estatística: os rapazes desta professora têm muitas negativas, os daquela só têm positivas... e segue a palhaçada.
De facto, esta rebeldia que a sociedade aprecia nos rapazes não se manifesta a não ser como falta de educação, desinteresse, não cumprimento de regras... sem correspondente em termos positivos. Onde estão os efeitos práticos desta rebeldia?

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Mais uma!

Gosto da Revista L+ARTE, uma revista sobre arte e leilões. A Página no Facebook tem um estilo informal e engraçado, em parte à maneira dos artistas, em parte num estilo jovem, como se fosse jovem... E dá informações em tempo real através do facebook. Como esta.

Parece que Joe Berardo vai levar a sua colecção de arte para o Brasil.

Tão pouco? Não era eu que me admirava se o governo desse mesmo este dinheiro ao senhor.
E se fossem todos para o Brasil, coleccionador e membros do governo, como foram os outros, faz agora 35 anos? Foi tão bom!

Treinar

Já comecei a treinar para a Mini-Maratona da Ponte 25 de Abril.
Como estava, ontem, um belo dia quase primaveril, fui a pé desde o Marquês até À Rua do Arsenal, dando muitas voltas e regressei ao Rossio carregada de compras "gourmet".
Foi um bom começo.
É já a 21 de Março. Pense nisso.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Amuos

Uma frequentadora assídua destes blogues pensou que eu estava zangada com ela por um comentário que escreveu aqui e porque não lhe respondi aos votos de Natal.
Podem escrever o que quiserem, em casos raríssimos apago, mas nunca me zanguei.
E peço desculpa se não escrevi personalizadamente a mais alguém no Natal, dado que coloquei aqui bué de mensagens.

Se duvidam que aceito comentários críticos, vejam


Provérbios sobre o tempo: Janeiro Fora

Já aqui disse isto há uns anos, mas não resisto a repetir, por ser uma mensagem positiva e optimista.
Diz a sabedoria popular, num provérbio, que
"Janeiro fora, mais um ano".
Quer isto dizer que as pessoas doentes ou idosas que conseguiram viver até hoje, têm garantido, pelo menos, mais um ano, até ao próximo Inverno. Que o pior do Inverno já passou.
Que bom! Daí a pouco estamos no Verão.

domingo, janeiro 31, 2010

O Estado da Nação 2010 - Parte II

No trabalho.
- Que trabalhe quem teve boa nota, que foi quem andou a dar graxa aos chefes! Eu cá, estafar-me para quê? Ah, é a minha filha no telemóvel: Olá! que foi agora?
- A minha stora diz que eu me portei mal e vou ter uma suspensão.
- O quê? Não tenhas medo, filha, eu assim que possa vou mas é aí e digo-lhe das boas. Eu já lhe disse: a minha filha não mente e ela diz que não fez nada. Olha, já agora, vai para casa e faz o jantar.
- Não posso ir. Combinei ir para casa da Kátia estudar matemática.
- Estudar matemática? Sua aldrabona! Tu és mesmo uma aldrabona! Nunca te vi estudar nada e ias estudar agora que foste suspensa? Vai já para casa e lava a roupa e a loiça!
- Ó mãe, tenho que ir estudar e fico a dormir em casa dela.
- Aldrabona. Eu bem sei que vocês vão para a discoteca e para a night.
- com que dinheiro? Tu não me dás dinheiro e as discotecas são caras.
- A tua avó ainda ontem se queixou de que lhe faltava dinheiro, foste tu outra vez que lho roubaste!
- A velha está gágá, sabe lá o que diz.
- Confessa! Diz a verdade!
- Eu não fiz nada, eu não fiz nada, o que eu quero é ir estudar para casa da Kátia...
- Está bem, filha, atão vai lá. Mas para outra vez...
- Está bem!

(A continuar)

sábado, janeiro 30, 2010

Alimentação biológica

A despropósito:
Fui à Feira Biológica do Príncipe Real e ouvi uma conversa interessante, na qual não resisti a intrometer-me.
Um senhor que tem uma banca de legumes biológicos, (normalmente são também produtores, patrões ou empregados), caiu dum 7º ou talvez 9º andar, não me souberam dizer ao certo. Talvez sétimo, digo eu.
- Ah, suicidou-se? - Perguntei?
- Não, não. Caiu.
- Como é que alguém cai dum 7º ou 9º andar?
- Andava a consertar uma janela. A janela dum familiar, coitado.
- Então e agora - pergunta uma senhora - vem alguém substituí-lo na banca dos legumes?
- Não, não é preciso. Vem ele quando estiver melhor.

Não há dúvida: a alimentação biológica faz bem!


(Ler "O Estado da Nação - Parte II", nos próximos posts)

quinta-feira, janeiro 28, 2010

O Estado da Nação 2010

- Olá Querida! Como foi o teu dia, 'mor?
- Fracote. O meu chefe deu-me uma nota má.
- O meu também, mas isso já era de contar...
- Pois! Mas como a tua filha só tem negativas, isto nesta casa anda tudo muito mal.
- Minha filha? Ela saiu a ti em ser burra, que na minha família há vários doutores.

- Ai há? Então e tu porque é que não conseguiste passar da cepa torta?
- Olha, sei lá, os professores embirravam comigo e chumbavam-me sempre.
- Também embirram com a tua filha.
- Mas ela passa todos os anos.
- Isso é por causa do Governo. Agora passam todos, senão os professores deles também têm negativa.
- Essa agora! Boa vai ela! No meu tempo não havia nada disso!
- E a Avozinha?
- A coitada tá senil, mas obrigam-na a ir trabalhar todos os dias porque não tem idade para a reforma.
- A tua mãe ainda não tem idade para a reforma?
- Ter tem, mas tem pouco tempo de serviço...
- E que nota é que ela teve?
- Teve Muito Bom. Está convencida de que a chefe é a mãe dela e está sempre a elogiá-la.
Estamos mal. que vamos fazer?
- Eu cá, vou avaliar a mulher-a-dias e diminuo-lhe o ordenado.
- Boa ideia!

- Ó mãezinha!
- O que foi?!
- A minha stora tava chateada e pôs-me na rua!
- Estúpida. Eu já fui à escola e disse:
- A minha filha não mente. se ela própria disse que não fez nada, que vem agora essa galdéria acusá-la de dizer isto e mais aquilo?
- Eu não fiz nada!
- Pois claro que não. Mas porque é que tiveste zero a português?
- A stora mandou-nos escrever uma coisa sobre essa coisa dos animais não sei quê e não sei que mais. E eu escrevi assim:
- As vacas e as galinhas são animais em vias de extinção porque os donos abandonam os animais. Qualquer dia nem há carne para a gente comer. No tempo do rei não era assim, era melhor.
- Mas o que é que está mal nessa redacção? Fica sempre bem dizer que agora está tudo mal e que no tempo do rei é que era bom...
- Sei lá! Eu disse logo assim à mulher: olhe lá, você não deu esta matéria...
- Vem aí a avozinha.
- Olá mãe. Então como é que correu hoje o seu trabalho?
- Olá pai. A minha professora deu-me Muito Bom.
- Ó avozinha, não esteja a confundir as coisas. Ela é sua filha, não é o seu pai... Então não vê que ela é uma mulher?!
- Uma mulher de calças? Ahahah! Nunca tal vi!
- Ó maezinha! as mulheres já usam calças há séculos.
- Pelo menos desde o tempo do rei!
- Quem é este rapaz gordo que me está a chamar maezinha? A minha professora deu-me Muito Bom!

(Não perca as cenas dos próximos capítulos)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Outra vez?

Contos de Santo António

Tenho publicados neste blogue muitos contos populares, alguns dos quais eram inteiramente desconhecidos. Têm muita procura, em grande parte proveniente de brasileiros. Quase todos s são do Douro Litoral e era o meu avô que os contava à lareira, tantas vezes os mesmos que ficaram bem na memória. Era também para isso que eles serviam.
Há vários sobre Santo António.
Numa aldeia de Castelo de Paiva, há um solar que dizem ter sido dos avós deste santo, mas parece que há muitas outras terras que dizem o mesmo, orgulhando-se de ser o berço dos pais e avós de um dos santos mais apreciados no mundo inteiro... sobretudo em Itália.

Estou a lembrar-me bem de um deles. É assim:

Um dia, os pais e os avós de Santo António resolveram ir todos juntos a uma romaria (dizem onde é a romaria). E então mandaram o Santo António, que era criança, ficar em casa a guardar os campos e a enxotar os pássaros para que não comessem as sementes.
Santo António aborreceu-se de estar sozinho e fez o seguinte: pegou numa rede de pesca, (a terra fica perto do rio Douro e do rio Paiva) e disse aos pássaros que fossem para debaixo da rede, como se fosse uma gaiola.
As aves assim fizeram, e o menino foi ter com os pais e os avós à festa. Estes ficaram muito zangados por o santinho ter abandonado os campos e ralharam muito com ele, mas quando chegaram, deram com os pássaros todos presos dentro da rede de pesca.

Este foi-me contado por várias pessoas, sempre com muitos pormenores realistas, como se se tivesse tudo passado ali.
Um aspecto que acho muito interessante nestes contos populares é a mentalidade que lhes está subjacente, neste caso em relação ao modo como se tratavam as crianças e ao trabalho infantil. Também parecia muito convincente neste aspecto, há muitos anos atrás.
O que está bem patente neste ditado popular: "o trabalho do menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco". Neste caso, era só enxotar os pássaros...

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Ratos e... Homens(?)

Odeio matar ou permitir que morram animais e é claro que sou contra a pena de morte.
Em contrapartida:
é claro que não permito que os ratos se reproduzam na minha casa e quando aparece uma osga, tento apanhá-la para a pôr no contentor do lixo da rua, onde talvez morra. Já sabem que sou "meia budista". Quanto aos ratos...

Estou a ver televisão: deram em directo e voltam a dar mil vezes em diferido o enforcamento de Sadham Hussein. Recentemente falam do enforcamento de um braço (direito, ou esquerdo, não sei...) de Sadham.
Dizem que vão mostrar imagens: respiro fundo e preparo-me para aguentar imagens que não vejo sem dor, apesar de tudo.
Mas preciso de respirar muito mais e de ganhar muito mais coragem quando é para decidir matar o único rato que anda / andou na minha casa.

Não devemos esquecer: estes dois políticos poderiam ter acabado com a pena de morte no seu país. Nesse caso, não seria possível condená-los à morte.
Há coisas que não vale a pena recordar. Há coisas que nem vale a pena esquecer.
Não vale a pena esquecer a morte inglória destes dois, como consequência das atrocidades que cometeram e dos muitos que condenaram à morte. Tal como não vale a pena eu recordar a primeira e única vez que coloquei veneno na minha casa para matar um rato. Mas recordo. E não consigo esquecer. Juro!

domingo, janeiro 24, 2010

O meu avô era jovem

Uma amiga ficou de me dar apontamentos que tirou, em inglês, da Tara Ghandi, bisneta de Ghandi de que falei aqui.
Lembro-me agora duma intervenção que me pareceu também interessante:
Um rapazinho perguntou-lhe se Ghandi pensava que os jovens tinham alguma coisa a fazer para mudar o mundo, uma revolução, ou assim.
Creio que não entendeu muito bem a pergunta, o que é natural e respondeu:
- O meu avô era jovem. Sempre foi jovem.

Gostei. Há de facto pessoas que são sempre jovens, não há dúvida de que o avô da senhora (a neta tem 77 anos) era jovem. E ela também.
A outra questão é esta: de facto, nós, ocidentais, temos tendência para pensar que os jovens é que deviam mudar o mundo e agir para isso, mas a pergunta que faço, depois de ter pensado no assunto, é esta: quem é que não tem nada a perder? Os jovens actuais, que vivem uma intensa competição? Ou as pessoas mais velhas, muito mais?
No Oriente acontece às vezes um homem de idade rico dar tudo o que tem e tornar-se asceta até morrer.

Creio que a ideia de Tara Ghandi era que todos nós podemos ou devemos agir para mudar o mundo. Os jovens também.

sábado, janeiro 23, 2010

Assim vai o mundo

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, a campanha da "falsa pandemia da gripe, criada pela OMS e outros institutos em benefício da IF, é o maior escândalo do século na Medicina", escreve o jornal.
In site da RCM Pharma

Porque será que muitas pessoas sempre desconfiaram disto? Aqui mesmo apresentei muitas vezes essa opinião.

Mas o mais engraçado, ou talvez o menos engraçado de tudo é isto:


quarta-feira, janeiro 20, 2010

O Segredo do Segredo

Bem, todos nós lemos o segredo, mesmo aqueles que não acreditam em nada e mesmo aqueles que não lêem livros. Então, nada como fazer "revisões da matéria". Vejam!

Conquístate a ti mismo....(Susana Grossi)

Hoy deseo sugerirte que hagas una experiencia contigo mismo, para beneficio de tu propia vida y de los que te rodean. Se trata de que te decidas a pensar y actuar durante sólo una semana:

“Hoy seré feliz. Expulsaré de mi espíritu todo pensamiento triste. Me sentiré alegre. No me quejaré de nada. Hoy agradeceré a Dios la alegría y felicidad que me regala. Trataré de ajustarme la vida. Aceptaré el mundo como es y procuraré encajar en este mundo.

Si sucede algo que me desagrada, no me mortificaré ni me lamentaré, más bien agradeceré, de mis impulsos, pues para triunfar debo superarme, debo tener el dominio de mí mismo.

Trabajaré alegremente, con entusiasmo, haré de mi trabajo una diversión. Comprobaré que soy capaz de trabajar con alegría. Resaltaré mis éxitos grandes o pequeños y no pensaré en mis fracasos. Seré agradable. No criticaré a nadie. Olvidaré los defectos de los demás y concentraré mi atención en sus virtudes. No envidiaré nada.

Tendré presente que muchos no tienen lo que yo tengo y que el destino feliz pertenece a los que luchan y que el futuro se resolverá, en función de la actuación de mis Hoy.

No pensaré en el pasado negativo. No guardaré rencor y practicaré el perdón.”

in Evolución, Consciencia, Crecimiento Personal y Global ♥ LuxVitae.com

terça-feira, janeiro 19, 2010

Tara Ghandi

Fui à Gulbenkian ouvir falar a neta do Ghandi, Tara Ghandi.
É uma mulher sábia, que tenta difundir e também pôr em prática o legado do avo^.
Disse algumas coisas que me impressionaram, senão totalmente originais, pelo menos interessantes no contexto.
- Qual é o contrário do amor? - disse ela. - O ódio? A indiferença?
- Não, é o medo.
Exprimindo amor e respeito por todos e também pelos animais, disse que em todas as línguas que conhece, os homens se insultam chamando uns aos outros nomes de animais. Além de os comerem, de tirarem deles alegria, companhia, etc...
"As vibrações do silêncio - é essa a melhor linguagem".
Uma mulher sábia, a que devemos prestar atenção: é provável que dê entrevistas a jornais...

domingo, janeiro 17, 2010

FERROADAS

É para mim um mistério isto:
Este blogue tem já 4 anos, 1027 Mensagens, 33 000 visitas e etc...
O meu blogue Escrevedoiros só tem:
448 Mensagens, 10 000 visitas, etc.
Este pequenino tem, no entanto, mais seguidores, mais blogues que linkam para ele, parece ter a preferência dos visitantes. Mas tem tão poucos por dia, que acabo por publicar aqui o que desejo que seja lido...
Enfim: escrevo neste o que me incomoda e lá, o que me agrada.
Estou convencida de que algo que distingue os poetas, (sem me estar a considerar poeta), é sentirem, por um lado, uma grande maravilhamento perante as coisas belas e superiores e por outro, um horror/asco/nojo perante os aspectos irrisórios e prosaicos do mundo. Creio que o que fiz foi separar os dois em dois blogues. Mas o que tem mais sucesso, no fundo, é este. Talvez por causa das "ferroadas" que dá...
Vem isto a propósito de Escrevedoiros estar agora nos links do Blogue Ferroadas, o que muito me orgulha, pelo que passo a colocar as Ferroadas aqui, nos Favoritos. Temos em comum o sermos mais ou menos anarquistas: o mais ou menos é da minha parte. E jovens, porque todos os anarquistas são jovens, independentemente da idade (biológica).
Saliento este post
de FERROADAS: Pão de Terra

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Pica-Pau

Às vezes não sei se hei-de colocar um post aqui ou nos Escrevedoiros, mas aqui é visto por muito mais gente...
Enviaram-me isto por email e é impressionante. Seria de esperar que desistisse, não acham?

terça-feira, janeiro 12, 2010

Falta de Mulheres

Já aqui falei disto em tempos, mas ainda não tinha uma prova a confirmar, como o é esta notícia do Jornal I.
Quando falei a primeira vez, a Jubi, que vivia no Japão, comentou que isto acontece e m todo o Oriente e que qualquer mulher casada tem, pelo menos, um amante.


Mais de 24 milhões de chineses podem não ter mulher em 2020

Frequentemente se acusam as mulheres de terem falta de homem, mas o inverso deve ser bem pior.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Um dos posts muito procurados neste blogue é aquele em que tenho o poema "Autogénese" de Natália Correia.
Aqui vai o vídeo em que a própria Natália o declama.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Conchelos


Agora que sei que os poupilos são conchelos, já posso pesquisar na net (ver post anterior).
E sinto-me muito feliz porque descobri grandes propriedades interessantes dos poupilos/conchelos: são bons para a epilepsia, o suco é calmante, a folha é boa para feridas e para queimaduras...
Era uma das plantas da minha infância, que tinha esquecido há décadas, até que as vi por acaso na Espiúnca, uma aldeia para onde gosto de ir passear, por ser ainda muito campestre.
Lembro-me de que me esqueci de que a minha mãe me ensinou uma brincadeira especial com esta planta. Creio que ela representava ou simbolizava qualquer coisa; uma boneca, a roupa da boneca? A comida? Vi na net que a planta fica vermelha no Verão e dá flores. Arroz? Será que as flores faziam de conta que eram arroz?
A minha mãe sabia brincar sem brinquedos, como quem nunca os teve e ensinava-me a fazer isso, o que era mais curtido do que ter um fogão que parece um fogão, uma panela que parece uma panela, como as das minhas amigas, que me pareciam ridículas. Elas e as suas domésticas panelas de brincar.

Duvido que alguém se lembre destes muitos pormenores que a minha mãe me dizia e que esqueci. Não é possível perguntar-lhe a ela, que já morreu há séculos... no século passado.
Mas eu lembro-me de que me esqueci. E sei que era giro aquilo que lembrava, se não tivesse esquecido. Tinha a ver com símbolos. Com representações irreais, muito mais belas do que a realidade.

"Infância, a idade de ouro dos poetas" - Garrett


Afinal, a Inteb e a Emília lembram-se bem disto tudo. Porque será que esqueci?

Mas vocês nunca tinham ouvido falar das suas propriedades medicinais, nem imaginavam, pois não? A Internet é incrível: juntou logo as vossas memórias e a informação dum "expert" no assunto.


terça-feira, janeiro 05, 2010

Poupilos... O que será?




De repente, vi um maciço de poupilos. Como não tinha máquina fotográfica, fui à procura no dia seguinte e encontrei estes, naquela borda da cruz.
Não sei o que são poupilos, nem os encontro na Internet. Ou têm um nome inteiramente diferente, ou são desconhecidos.
Fazem parte das plantas da minha infância. Bonitos, estranhos, agradáveis ao tacto.
Da infância passada no campo costumo guardar os sabores de todas a coisas e também das ervas. Sabor amargo, desagradável.
O que será?
Agradeço ao autor do blogue, muito interessante
o esclarecimento que deu aqui em baixo, em nota:
"São conchelos, e um dos nomes comuns que lhe dão é Umbigo-de-Vénus."

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Quarto aniversário deste blogue

Faz hoje quatro anos que decidi fazer este blogue e que o passei à prática. No dia um de Janeiro, por me parecer essa uma maneira boa de começar o ano, a fazer algo de diferente e de definitivo.
Muita água correu no entretanto no leito das águas.
A minha relativa filiação budista Zen nunca aparecia aqui, mas através do Facebook descobri muitas mensagens budistas interessantes, que decidi partilhar convosco.
Ver este vídeo com écran completo, descontrair, não dar muita importância à mensagem escrita com palavras: ouvir por dentro.
Nestes 4 anos, tive visitantes muito frequentes e muito participativos, que desapareceram e deram lugar a outros. Não sei se desapareceram para sempre, pois alguns deixaram de comentar mas continuaram presentes.
Orgulho-me muito dos que tenho agora como assíduos participantes.
Obrigada a todos, os leitores e os comentadores, pois é para vocês que escrevo, não só os blogues mas também muitas outras coisas!

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Procure um trevo de quatro folhas

UMA DÉCADA DE 2010 MUITO FELIZ!!!
QUE REALIZEMOS OS NOSSOS SONHOS
E QUE SONHEMOS OUTROS PARA REALIZAR DEPOIS
Procure um trevo de quatro folhas para dar sorte para este Novo Ano

terça-feira, dezembro 29, 2009

"Caim" livro de José Saramago

Foi com surpresa que li o livro "Caim" de José Saramago nestes dias de Natal.
Tanta celeuma, tanta polémica, tudo por causa dum livrinho aparentemente sem grandes ambições e até mesmo cómico?
Mais uma vez, depois de ter feito o mesmo em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", Saramago vai à Bíblia importar histórias magníficas e conta-as à sua maneira, ganhando muito dinheiro com essas histórias que lhe não pertencem, enquanto procura ridicularizá-las.
Gostei do livro, ri-me muito, mas não me parece que seja para levar a sério.
Caim, depois de matar o irmão Abel, como toda a gente sabe, viaja no tempo e assiste aos grandes episódios da Bíblia em que o Deus do Antigo Testamento mata ou manda matar milhares de pessoas ou mesmo todas (no caso do Dilúvio), sem que se veja um motivo para tal, se interpretarmos a Bíblia literalmente.
O interesse do romance é sobretudo o humor de Sramago, que só se lhe conhece dos livros, parecendo não o ter na vida "real" e a magnificiência dos episódios bíblicos "tomados de empréstimo", como este senhor costuma fazer.
Notar que o livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" foi publicado , mais ou menos em simultâneo com o livro dum escritor americano designado "O Evangelho Segundo o Filho" e numa época em que muito se fala muito dos Evangelhos apócrifos: "O Evangelho Segundo São Tomé", etc.
Fez-me lembrar aqueles filmes de Mel Brooks em que, usando hilariantes anacronismos, o cineasta conta a sua versão da História da Humanidade. Confesso que não me lembro do título do ou dos filmes. Se alguém se lembrar...
É caso para pensar se não será uma atitude de procura de fé por parte do autor, ainda o veremos dizer como Bocage: "Rasga meus versos [livros] /crê na Eternidade".

domingo, dezembro 27, 2009

O Caminho de Ferro





Nesta pequena localidade do Douro Litoral já referida, houve um dia o grandioso projecto de fazer um caminho de ferro, com comboios que chegassem lá e a ligassem à civilização.
Se observarem bem as fotos verão... não, não pode ser... será?
Por vicissitudes da política, que tão bem conhecemos hoje em dia, o caminho de ferro não se fez e os habitantes locais ficaram a ver navios...
A ver navios não, por duas razões: a primeira é que a terra não fica à beira-mar, a segunda é que o povão foi buscar os carris de ferro que estavam amontoados à espera de melhor sorte e fez com eles...
Ramadas para videiras de uvas para fazer vinho verde tinto. Para além dos postes / esteios de granito, impensáveis hoje em dia, reparem na configuração da secção dos ferros que seguram os arames, que por sua vez seguram as videiras.
Ampliar. Vê-se melhor na terceira fotografia. Chama-se a isto ramada ou latada, conforme a terra.
Também se chama caminho de ferro aéreo. Chão que deu uvas. Esperteza saloia. Aceito outras sugestões.
Agora fala-se do TGV...

sábado, dezembro 26, 2009

Cruzes!


Posted by Picasa
Aqui, no Douro Litoral onde me encontro agora, ainda se vêem algumas cruzes como esta na berma das estradas. E são bermas bonitas, agora no Inverno, com tanta vegetação. Adivinhem o que significa a cruz: que morreu aqui um homem, talvez há cinquenta, sessenta anos, creio que caiu. Imaginem se agora puséssemos ainda cruzes em todas as bermas de estrada onde morreu gente: era tudo cheio de cruzes em toda a parte.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Falar Línguas Estrangeiras

Um pássaro Mainá, que julgo ser um estorninho, na China, aprendeu a miar para impor respeito a dois papagaios que o dono tinha. Percebeu que os bichos têm medo do gato da vizinha e toca de falar a língua dele.
Não é giro?
VER AQUI

terça-feira, dezembro 22, 2009

Beijos, abraços e assim...

Vou às Amoreiras quase todos os dias, mas hoje, desde que entrei até que saí, dir-se-ia que conhecia todo o mundo: beijos, abraços, há que tempos, adeus com a mão, com o braço, outros fingiam que não me viam... é giro.
Nestas alturas percebe-se quem são as pessoas que nos dizem algo ou nós a elas e as que zarparam da nossa vida, talvez para sempre.

Suponho que andava todo o mundo a comprar umas prenditas... e uma roupita... e uns sapatitos...

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Este tempo parece um doce semi-frio. Encasacamo-nos por causa do frio e vem uma chuvada fortíssima. Embotamo-nos para o temporal e fica um tempo azul e morno...
Espero que o Natal seja quente, o que raramente acontece, apesar do aquecimento global.
Viva o aquecimento global!

sábado, dezembro 19, 2009

Conto Sufi

Este vídeo inclui, no final, outros relacionados, contos sufis, da religião Sufi, ou Sufismo. Aparecem como imagem e é só clicar. Para ver com écran completo, clicar no "rectângulo redondo". Bem, perceberam?

sexta-feira, dezembro 18, 2009

O suspeito do costume

Então nós já pagamos o Magalhães e agora ainda vamos ter de pagar uma multa à CEE por erro de atribuição desta obra sem concurso? Que pague a multa quem lucrou com o dinheiro!

Outra ainda pior: o Estado Português vendeu imóveis onde tinha alojados tribunais e outros que tais, para agora os alugar às empresas a quem os vendeu, pagando balúrdios por mês, todos os meses. Quem lucra com isto? O estado?
Porque é que você não vende a sua casa, para depois a alugar pagando renda?
- Porque ficava a perder. Ora, Nadinha!

Quem será que fica a lucrar?

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Sismo no ninho da Renata


Senti o sismo nesta madrugada, mas nem me assustei, aqui em Lisboa sinto quase sempre estes pequenos sismos.
O Público, que tem estado a dar em directo um ninho de cegonhas, mostra a Renata um pouco baralhada com o estremecimento do ninho.
Tadinha!

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Notícia de Telejornal RTP 1

Roubaram o burro do presépio da Basílica dos Mártires.
Que horror! Haverá gente assim tão má? :)
Ou talvez tenha sido o suspeito do costume.

"O Palhaço" de Mário Crespo

Acabo de ler um excelente texto de Mário Crespo, ignoro onde foi originalmente publicado, mas está em toda a parte na net. Está escrito no estilo do Manifesto Anti-Dantas.
Vejam:

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Publicado no Jornal de Notícias, como Crónica