domingo, maio 02, 2010

Trilema Budista

Mesmo antes de ser meia Budista não-praticante, antes mesmo de ter ouvido falar em Budismo, sempre tive horror a matar ou ver matar animais, por mais pequenos que sejam. Em criança, pegava-me à bulha com as outras crianças para as impedir de matar insectos e outros bichitos assim minúsculos, ou seja, usava a violência para parar a violência...
Agora, estava eu felicíssima com um mangericão que comprei e que me perfuma a casa (refiro-me à erva aromática com fins culinários, mas que neste caso tinha o fim de planta doméstica). Eis senão quando, vejo que metade já foi comida e mesmo reduzida a pó.
Intrigada, fui ver: são umas lagartitas muito pequeninas e muito pretas. E muitas.
E agora, que faço? Mato dezenas, centenas de lagartas para proteger a planta? Uso o que resta com fins culinários e como-a? Como a planta e as lagartas? Não faço nada e permito que as irmãs lagartas reduzam a pó a minha plantinha aromática, o irmão mangericão?
Não sei se isto é um trilema ou um quadrilema, mas dilema não é, porque não há só duas hipóteses.

sexta-feira, abril 30, 2010

Deus Mãe

Acabo de descobrir um conceito místico de que nunca tinha ouvido falar nestes termos e que me agrada profundamente:
Deus Mãe
Não é deusa mãe, em inglês é também Mother God e nas outras línguas também deve ser.
Creio que, neste sentido, existe Deus Pai e Deus Mãe.
Eu já tinha conhecimento de que o Espírito Santo pode ser considerado o lado feminino de Deus, mas não conhecia este termo. Aposto que nenhum de vocês ouviu nunca falar de tal.
A título de exemplo,

quarta-feira, abril 28, 2010

Ai que bom!

Ai que bom! A Bolsa de Lisboa só caiu hoje 1,89%.
Muito pouco, se considerarmos que abriu a cair e esteve a perder quase 6 por cento. Afinal não estamos assim tão perto da Grécia, felizmente. Muito menos da Alemanha, infelizmente.
Foi você que votou Sócrates? Parabéns!

domingo, abril 25, 2010

quinta-feira, abril 22, 2010

Portugal à beira da falência

Dizia-se que não havia alternativa a Sócrates, por isso ele teria necessáriamente de ganhar as eleiçoes...
Será possível fazer pior do que isto??????

terça-feira, abril 20, 2010

A Vera Intelijumência

Uma professora de português que conheço muito bem... contou-me esta história, a mim, Nadinha. E falou assim.
Tive, há uns anos, uma turma péssima de 10º ano. Muitos alunos tinham notas a português entre dois e cinco valores e quase todos tinham estas notas a matemática. No meio disto tudo, havia a Vera, uma aluna que, quando todos tinham negativa e ela tinha 17, tentava tirar 18 ou 19, tendo acabado o 12º com vintes.

No fim do ano, alguns dos piores alunos resolveram assistir às aulas de apoio que eu podia dar, gratuitamente, se tivesse "fregueses" e, a partir daí, portaram-se muito pior nas aulas, dizendo que, como iam ao apoio, já não precisavam de se esforçar mais.
Um dia, fizeram-me queixa da Vera:
- Ela tem a mania de imitar uma mula nas aulas e os professores nem desconfiam dela e ralham connosco. É claro que nós não fazemos queixa...
Perguntei-lhes várias vezes por que razão não faziam queixa e eles deram sempre boas razões, bondosas e muito solidárias, sem aparentemente se darem conta de que, ao contarem-me a mim, estavam a fazer queixa...
- Mas eu nunca ouvi esse ruído da mula. - Respondi, tentando disfarçar a vontade de rir.
- Ela nas suas aulas não imita uma mula porque gosta muito de si e está sempre a falar de si e a dizer isso.
- Mas o que é isso de imitar a mula?
- Zurra.
- Ah! Zurra?! Mas isso não é imitar um burro? - Perguntei.
- Sim, também pode ser...
- Eu já reparei que ela fica muito aborrecida quando vocês dizem asneiras ou exprimem ideias parvas, racistas, por exemplo. Não será nessa altura que ela "imita a mula"?
- Sim, talvez...
- E vocês não percebem que ela vos está a chamar burros?
- Ah! Pois é! Pode ser... Havemos de reparar quando é que ela faz isso... - iam dizendo eles entre si, muito consternados.

Eu tinha muita pena desta rapariga, caída no meio daquela cambada de ignorantes e parvos, muito enfadada, mas ela não se deixava influenciar nada por ninguém, nunca. E divertia-se à sua maneira. Um dia, no fim do ano, uma colega pediu-lhe que lhe fizesse um trabalho para me apresentar, a ver se não reprovava.
O trabalho estava invulgarmente bem redigido, mas aparecia nele várias vezes a palavra vera, com o sentido de verdadeira, autêntica, etc... a amiga também não reparou nesta assinatura... e eu não podia afirmar que fosse uma assinatura, nem tinha provas de que o trabalho não tinha sido feito por ela... de facto, o único defeito do texto era a repetição excessiva desta palavra.

Vou pedir à Vera que leia isto, a ver se é vero, pois nunca lhe contei esta "não-queixa" que os colegas me fizeram e também tive o cuidado de não a contar aos outros professores da rapariga, a não ser depois de as aulas acabarem.

Há quem chame a isto, e vem a propósito o termo: intelijumência (palavra aglutinada e derivada de jumento).
Pensando melhor, as mulas não zurram, acho eu.

sábado, abril 17, 2010

100 anos


Nem de propósito, no dia do meu aniversário, descubro no Facebook uma mulher que, aos 100 anos, renovou o passaporte para o caso de lhe apetecer partir outra vez à aventura. E porque não, diremos nós?
Não é que eu tenha depressões com a idade, mas se tivesse...
É uma grande exploradora, do século XX e creio até que já li um livro dela, sobre uma viagem ao Tibete.
Desse livro guardei sobretudo a recordação da imundície que refere constantemente, dentro das casas onde dormiu e que me parece ser, hoje em dia, o principal obstáculo às viagens assim.
Conheci recentemente uma jovem francesa que fez uma viagem à Índia como todo o mundo gostaria de fazer, a não ser as dondocas que não podem viajar a não ser em hotéis de 5 estrelas, como conheço algumas. Perguntei-lhe se não teve problemas com a higiene: sim, esse era exactamente o principal problema: andou a vomitar sangue muito tempo, sobretudo enquanto andou por lá, mas acha que depois disso se tornou resistente às doenças.
Mas é claro que o livro é muito interessante, passado numa época antiga e que parece mais antiga ainda, como se estivéssemos quase no princípio dos tempos. Um exotismo que quase já não existe em lado nenhum.

e Aqui:

End of story: morreu aos 101 anos, em 1969. A esperança de vida era, então, bem inferior à de hoje.
A fotografia é interessante: não está nos olhos dela o desejo de fazer grandes e diferentes coisas? No entanto, seria talvez normal que acabasse por fazer apenas o mesmo que fazem todos...

sexta-feira, abril 16, 2010

Aniversário

Nasci e sou uma menina.
Quero compartilhar com vocês o meu aniversário. Não costumo festejar, a não ser interiormente, mas hoje já me fizeram uma festa surpresa ao meio-dia. É um número redondo...
Ah, a propósito: o Papa de Roma também faz anos hoje e costuma ficar tão feliz como eu.
Por termos nascido. Por ainda estarmos aqui. Pelos amigos. Pela vida.
No meu caso, também: por estar a viver no Século XXI, um tempo mais adequado, para mim, do que o Sec. XX, que sempre me pareceu demasiado atrasado.
Este tempo que vivi até agora, bastante tempo, já cá canta. Já ninguém mo tira.

quinta-feira, abril 15, 2010

Música Folclórica do Nepal

Música Popular do Nepal

Música Folclórica do Nepal

Música popular do Nepal.

PEC Peque

Anda o governo a pagar ao Figo e aos boys, para depois nos vir pedir dinheiro e sacrifícios porque o país está mal, (para o Plano de Estabilidade e Crescimento PEC)
Está mal, porquê? Por culpa de quem? Essencialmente, por culpa da corrupção e dos corruptos.
Este Pec, segundo alguns especialistas, podia ir buscar mais dinheiro aos bancos e às empresas públicas em vez de o tirar dos nossos impostos, mas essas empresas têm de pagar fortunas para subornos...
Peque por mal dos nossos pecados.
Os boys e os figos não são portugueses? Não têm de pagar os erros e os pecados dos governantes?

domingo, abril 11, 2010

Comida de Reis

Tivemos um rei, o tão mal-amado rei D. João VI, mal-amado em Portugal e no Brasil, que comia um frango assado a todas as refeições. E se calhar, às vezes repetia.
O espanto desta informação não vem tanto da quantidade, deveria comer várias outras coisas além do frango, mas sobretudo de nessa época não se comerem frangos assim, à "tripa-forra" (expressão também ela antiga e antiquada, mas que vem a propósito).
Lembrei-me disto agora, por me ocorrer que todos nós, isto é, eu é vocês, podemos comer como um rei, se nos apetecer e se tivermos apetite, dado que o dito frango é hoje vulgar e barato.
Vejamos: os do rei eram biológicos, que agora são mais caros, mas podiam muito bem estar doentes ou até mesmo terem morrido de doença, que na época era assim...
Outro aspecto: deveria ser preciso ter um aviário só para ele, pois comia cerca de 800 frangos por ano e a produção não era assim tanta nesse tempo.
Moral da história (tive, durante alguns meses, um namorado completamente ignorante, que achava sempre que todas as histórias tinham moral):
Este nosso rei deveria ser considerado o percursor do fast-food, tanto em Portugal como no Brasil e, sem a menor dúvida, merece a honra de ser considerado o verdadeiro...
O Verdadeiro Rei dos Frangos!
P.S.: O dito noivo, vendo-me um dia a folhear um livro da grande poetisa Sapho, perguntou-me se eu estava a pensar comprar um livro sobre sapos. Mas era meiguinho.

Novo PS!: Com o receio de ter errado, fui consultar a net. Fiquei a saber (será verdade?) que o dito D. João VI comia nove frangos assados por dia, o que dá 3285 frangos por ano, sendo que nos bissextos seriam 3294 e que a sua esposa foi a inventora da caipirinha. Obrigada, Dona Carlota Joaquina! A caipirinha é uma das coisas boas que existem!
Vale a pena pesquisar este tema na net. Experimentem.


sexta-feira, abril 09, 2010

Alminhas





Em Dezembro apresentei neste blogue uma cruz dos caminhos, como se pode ver
Nessa altura, a Gi fez um comentário sobre as Alminhas, nichos sagrados muito frequentes em certas zonas de Portugal, Itália, Espanha, pelo menos que eu saiba, mas desconhecidos noutros lugares desses países e noutras terras.
Em resposta a esse comentário, prometi colocar aqui fotos de Alminhas e aí estão elas.
Remeto para o comentário da Gi, no seu blogue

Estas Alminhas situam-se em Castelo de Paiva, no Douro Litoral, o primeiro conjunto de duas situa-se num pequeníssimo lugar chamado Alminhas, o outro fica muito próximo.
Representam as almas do Purgatório, auxiliadas por Nossa Senhora e pelos suplicantes que são passantes dos caminhos; tudo isto apresentado em azulejos policromados. Ainda ninguém se lembrou de roubar isto...
Já neste blogue coloquei umas alminhas que ficam próximas destas, mas demoro a encontrar o post, por não o ter indexado.
Recentemente constatei que na cidade do Porto também existem estes nichos. Vi hoje um, perto de Campanhã.
Tenho imagens semelhantes, embora de índole diferente, fotos tiradas em Itália e Espanha. Um dia destes...

quarta-feira, março 31, 2010

O Mar

O Tema central do Terra Imunda é, obviamente, o mar,
como já todos tinham percebido...


Eu sou tão pouco saudosista, que raramente acho graça às coisas antigas. Gosto do futuro e não do passado. Mas, ao ouvir esta música, recordei sensações que não me lembro de ter tido, ou melhor, que não tinha há tanto tempo, que já nem me lembrava delas.
É o que Fernando Pessoa chamaria "sensações do universo interior". Neste caso, uma tristeza que vem do corpo e do tempo.
Durante a maior parte da minha vida, senti-me exilada no tempo: exilada no passado, sabendo que o meu lugar era no futuro. Isso provocava-me a angústia de não saber se algum dia chegaria a esse futuro.

Ainda não cheguei, felizmente.


terça-feira, março 30, 2010

O Amor

"Se você pode amar a si mesmo com todas as suas imperfeições, você será capaz de amar os outros seres humanos com todas as suas imperfeições."

segunda-feira, março 29, 2010

Citando outro Blogue

Aqui está um muito interessante artigo, chamado "Ach Portugal" no Blogue

Vale a pena ler.

PS.: É sempre uma alegria ver que tenho mais seguidores nos blogues, mas foi uma grande surpresa e grande alegria ter como seguidor o Blogue de Osho, que nem conhecia.
Gosto muito de Osho, por isso, vão vê-lo. É um místico oriental moderno.

sábado, março 27, 2010

Hora da Terra 2010

Aqui está uma boa mensagem. Vamos desligar a electricidade durante uma hora hoje à noite para nos lembrarmos da terra.
Da última vez que fiquei sem luz, achei engraçado ler um livro à luz da vela. Podemos fazer isso hoje, como não está frio, não é preciso aquecimento nenhum.

Afinal, não fazer nada é fácil e neste caso, basta não acender as luzes.
Das 20:30 às 21:30.
Se não conhecem o World Wild Fund, que promoveu isto, ver aqui
http://www.wwf.pt/

É um acontecimento mundial, mas só o pode ver quem tiver televisor a pilhas. LOL.

terça-feira, março 23, 2010

Exposição de pintura de João Cristóvão




Foi inaugurada, dia 18 de Março de 2010, uma exposição de pintura de João Cristóvão.
O artista enfatiza a beleza da mulher, sugerindo as infinitas histórias do feminino.
A mulher destaca-se na sua obra como protagonista, contrastando com um universo pardacento.

Ver aqui o blogue de João Cristóvão




Também é possível encontrar AQUI uma exposição mais recente, no Facebook.

domingo, março 21, 2010

O Esplendor da Primavera

Fiquei em casa a ver pela televisão a corrida na ponte e a morrer de inveja.
Recordo e imagino as sensações de esplendor, muitas sensações físicas, algumas mentais, que costumo ter quando vou, e sobretudo uma plenitude que me deixa em paz com tudo e com todos.
Estava um pouquinho lesionada, com um nadinha de rinite... disparate! Passava tudo, se tivesse ido. Ficava logo óptima!
No dia da corrida está sempre muito bom tempo, mesmo se nas vésperas esteve mau.
E hoje começa a Primavera. Uma das Primaveras mais desejadas por toda a gente de que tenho memória, embora sejam todas elas muito desejadas.

Feliz Primavera para vocês, onde quer que estejam... incluindo o Brasil, pois a Primavera pode ser uma estação interior.

quarta-feira, março 17, 2010

O pior aluno


"Em 1969, o indiano Shiv Pappu Charan fez uma promessa à namorada: assim que ele conseguisse formar-se numa escola para adultos já poderiam casar-se. Na última semana, aos 74 anos, foi ver as pautas das notas e descobriu que tinha chumbado pela 38ª vez!"
(Notícia de vários jornais, em vários países)

E que tal aprender português e inscrever-se nas novas oportunidades? Mas... não... o senhor teve 3,4 na sua própria língua (na escala de 1 a 10)e foi a melhor nota que teve na vida. Parece que há muitas pessoas que se deslocam a esta terra, de propósito para assistirem aos seus exames.

terça-feira, março 16, 2010

Eduquês

As pessoas que se dedicam muito à Pedagogia fazem afirmações e tiram conclusões que parecem ser de atrasadas mentais.
Vinha no jornais, um destes dias, a afirmação de que o facto de haver alunos reprovados por faltas não os torna (a esses alunos) menos absentistas. Pois não. Torna é os outros mais cumpridores.
Também dizem que um estudante não ganha nada em reprovar o ano. Alguém pensou que ganhava?
O que se pensa é que deveria haver mais ensino e mais exigência. Se há estudantes que reprovam por faltas ou por notas, que vão às aulas, que estudem ou que mudem para cursos mais fáceis.

Todos acham disparatadas as formulações do Eduquês, desde os professores experientes até às pessoas que nunca antes tinham pensado no assunto.
Esta gente tira mestrados e doutoramentos em eduquês e fica a falar para as paredes... ninguém os percebe, nem tenta.

sábado, março 13, 2010

E sei outro ninho...




O outro ninho que eu sei é este. Mas estas fitas brancas, o que serão? Poluição? Fazem parte do ninho? Com esta dúvida, não o coloquei no blogue Escrevedoiros, onde só cabem coisas bonitas, mesmo que sejam tristes. (Ver o ninho que lá está).
Uma das fitas tem uns dizeres.
Interesso-me por tantas coisas, que é impossível perceber muito de todas. Gosto de pássaros, mas não me interesso assim muito por biologia, ou assim... Talvez as minhas jovens amigas que estudam veterinária... mas a veterinária pouco se importa com os animais selvagens... ou vadios.

Plantar Árvores



Acreditam que isto fica no centro de Lisboa? Que é uma das entradas desta cidade? Uma das principais: para quem vem da ponte 25 de Abril, ou do mar.
Era aqui que ficava o tremendo bairro da lata do Casal Ventoso, uma habitação tão degradada, também do ponto de vista social e moral, que nem a polícia lá entrava. Ninguém agradeceu nem agradece ao Presidente da Câmara que acabou com ele, colocando as pessoas em apartamentos... (João Soares) mas isso são outras águas.

Os pobres são pobres, mas não são parvos, escolhiam sítios magníficos para fazerem as suas choupanas de madeira e lata. Com vista milionária e no centro. A natureza toma conta de tudo, fazendo esquecer o que existiu, talvez para sempre...

A associação Plantar Uma Árvore organizou este evento: cada pessoa plantaria 2 árvores. Como estou com uma distensão muscular no ombro provocada pela natação, fui lá dar apoio moral, mas a terra estava tão mole e macia por causa da chuva, que lá plantei as minhas duas árvores. Com bastante ajuda...
Que manhã de quase Primavera tão bem passada!

sexta-feira, março 12, 2010

Violência Escolar

Conheço uma professora que está a ficar surda, num processo progressivo. Alguns alunos massacravam-na, gozavam-na, sabendo embora que ela estava nessa situação desesperante. Havia um em particular... o tipo de pessoa que gosta de torturar as outras. A mãe dele é uma querida. (A professora não conseguiu continuar a dar aulas)

Temos tendência para pensar que, se um estudante é mau e malcriado e agressivo, isso é porque tem problemas. Com esta desculpa, os professores, o regime, perdoa-lhe tudo. São normalmente problemas familiares, mas digam-me vocês:
Quando um rapaz ou uma rapariga têm um feitio insuportável, tremendamente egocêntrico, insensível aos outros, será possível que uma criatura assim não tenha problemas familiares? Só se o resto da família for constituída por santos...

Não acho mesmo nada que todas as pessoas egoístas e perversas sejam o fruto de grandes dificuldades. São muitas vezes, pelo contrário, o efeito de uma grande abnegação dos pais, que só vêm aquilo, sobretudo quando é filho/a único/a. Uso preferencialmente o masculino, porque são normalmente os rapazes a ter estas atitudes.

segunda-feira, março 08, 2010

Dia da Mulher


Para celebrar o Dia da Mulher, desejo a todas as mulheres que se renovem com a Primavera, por se lembrarem que são também seres da natureza.
Que a renovação seja interior e exterior, um renascimento!

domingo, março 07, 2010

Missa Dominical

Aos sábados e domingos de manhã, gosto às vezes de ver a televisão italiana.
Liguei a RAI Uno e estava a dar missa. São às vezes missas lindíssimas em igrejas magníficas, mas eu não estava com paciência e liguei a RTP1. Estava a dar missa. Na homilia.
De repente, a minha atenção é arrebatada pelo discurso do padre, dirigindo-se aos crentes e aos descrentes. Estes descrentes serão os que vêem a missa pela televisão, ou os que frequentam assiduamente a igreja?
A todos incentivava e preocuparem-se com os principais problemas sociais e políticos do país, citando jornais e, de forma não demasiado indirecta, criticava a actual falta de honestidade gritante.
Não o reconheci a princípio, nem reparei no solidéu, mas não desliguei para ver o nome do padre: D. Januário.
O modo como dizia as palavras das orações era tão veemente e convincente como se fosse a primeira vez que dizia missa, ao ponto de parecer que usava rezas diferentes. As que eram realmente diferentes também se referiam à situação sócio-política.
Ainda temos gente nas cúpulas deste país!

sábado, março 06, 2010

Chinês

Cerca de 63 por cento dos portugueses toleram a corrupção desde que produza efeitos benéficos para a população em geral

Li esta notícia no Público. Que os portugueses são tolerantes com a corrupção, é importante que se saiba e é importante discutir-se este assunto. Mas o que é isso de ela ter efeitos benéficos para a população em geral?!!!

Já tenho ouvido pessoas que protestam veementemente contra os corruptos e depois acrescentam:"Eu, se estivesse no lugar deles, fazia o mesmo."
E estas pessoas nunca consideram sequer a hipótese de a pessoa estar inocente...

quarta-feira, março 03, 2010

Provérbios sobre o tempo - A Senhora das Candeias

Fiquei a saber hoje um novo provérbio ou ditado popular, que também é uma previsão do tempo (já tenho alguns por aí neste blogue, que também prevêem o tempo).
São três versões, a primeira foi a que ouvi, as outras tirei-as da net.
«Se a Senhora das Candeias chorar, está o Inverno a passar; se está a rir, está o Inverno para vir.»
«Quando a candelária chora, o Inverno já está fora. Quando a candelária rir, o Inverno está para vir.»
«Se a candeia rir, está o Inverno para vir; se a candeia chora, o Inverno está para fora.»
A ideia é esta: se está sol nos dia da Senhora das Candeias, dois de Fevereiro, vem aí mau tempo, se chover, então já acabou o Inverno.

Confesso que tenho sempre a impressão de que o que estes ditados dizem, tanto pode ser assim como ao contrário... o importante é fazer-nos lembrar ou saber que está tudo normal... que o tempo não mudou, ao contrário do que se diz.
Ora o grande drama é que esteve um tempo óptimo na Candelária, logo...

O meu avô também tinha uma previsão do tempo para o ano inteiro, baseado no tempo que fazia em certos dias, em que cada dia correspondia a um mês. Talvez os primeiros dias de Janeiro, mas não garanto que fossem esses. Enfim...

segunda-feira, março 01, 2010

Amarula: "um grão na asa"

É muito engraçado. Veja até ao fim, mesmo que não perceba inglês.
A avestruz, dir-se-ia que tem "um grão na asa" :)
E ainda dizem que devemos comer coisas naturais! Ele há cada coisa natural!

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Comentário a este Blogue

Quando atiramos algo para a blogosfera, de bom ou de mau, nunca sabemos onde vai cair, mas talvez caia, para citar Wordsworth, "no coração de um amigo" ("in the heart of a friend").

Achei isto tão interessante que decidi mostrar-vos. Narrei neste blogue o caso curioso de uma mãe que deu a filha para adoptar; mas tarde quis conhecê-la e detestou-a. Teci considerações sobre o assunto, citando Elisabeth Badinter...
Agora apareceu uma brasileira que escreveu este comentário, que quero partilhar convosco.

"Nossa! Me identifico demais com isso. Inclusive estou usando meu blog para desabafar e encontrar pessoas que também sofrem com essa situação. (Ter uma mãe que não gosta de vc.
Esse é meu email: thayannemagalhaes@gmail.com e este meu blog:
http://blogdathayanne.blogspot.com/"

Vamos ver este blogue e dar uma forcinha... deve ser difícil...
Eu já tinha notado que esse post tem muitos visitantes, mas não imaginava porquê.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

"O Viajante Cego" ou o Triunfo da Vontade

Ando a ler vários livros, mas sobretudo um que é fantástico.
É a história verídica, direi mesmo biográfica, de um dos maiores viajantes de todos os tempo.
Mas este era cego, ou melhor, ficou cego a certa altura. E continuou a viajar sozinho pelo mundo inteiro, usando meios baratos, pois não era rico, usando os meios baratos dos autóctones. É espantoso como é possível ultrapassar as limitações, todas as limitações, até porque Holman, como se chamava o viajante, tinha também graves problemas de ossos e articulações.
O livro está escrito como um romance histórico / reportagem, citando muitas vezes o O Viajante Cego, que também foi escritor e investigador, no seu tempo.

Sobretudo, sendo baseado na realidade, este livro mostra-nos triunfo da vontade sobre todas as limitações, interiores ou exteriores, pois também teve muitos obstáculos postos pela sociedade da época, sendo talvez um dos primeiros o não acreditarem que um cego pudesse fazer tudo aquilo que pretendia fazer. E não era cego de nascença, era alguém que viu bem até certa altura e que cegou repentinamente, tendo de se habituar a viver sem luz.
Ah, e era marinheiro.

Fica o desejo de ler os relatos originais, que tinham ficado esquecidos... este livro deixa um certo sabor a pouco, é pouco interessante no aspecto literário. Esperava encontrar impressões inventadas / sugeridas por alguém que sabe escrever bem, melhor do que o protagonista, talvez...

sábado, fevereiro 20, 2010

Afinal tudo bem...

Afinal estávamos enganados...
Isso de uma empresa do estado pagar a um futebolista para ele dizer que um político é bom, belo e honesto, afinal não tem importância nenhuma...

Falta vir o Mário Soares dizer que não acredita, porque ninguém se vende por tão pouco dinheiro, o que nos leva a pensar qual será o preço deste Soares. Do outro, do boy friend Soares, desse já sabemos.
Mas uma comentadora disse na televisão que é bom estes jovens sem qualificação ganharem balúrdios, pois os jovens não se interessam por política e assim... pode ser que se venham a interessar, porque se ganha muito. É exactamente essa a mensagem que devemos transmitir aos jovens, quando quase todos querem ser médicos para "ajudar as pessoas".
- Ó filho! Ajudar as pessoas?!!! Ajuda-te mas é a ti próprio. Vai para político.

Quanto ao Soares mais velho e que devia ter juízo, existem algumas insinuações sob a forma de perguntas... É claro que eu não acredito nessas perguntas...

Agora vem o PGR dizer que nada disto tem importância, por isso é que arquivou as escutas...
Só espero que este parecer não tenha sido tão caro como o do Figo...

E o pobre do Sócas, tão bom, tão preocupado com os pobres e com os gays: o Figo não é pobre, será que é gay?

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Papagaios





E cá estão os papagaios de que andei à procura naquele dia em que encontrei o esquilo. Em plena cidade de Lisboa, zona de Santo Amaro.

Não parece mesmo que estão a posar para a câmara? Ou, pelo menos, a olhar para mim, o que é curioso, porque os pássaros não costumam dar atenção às pessoas e porque havia automóveis e autocarros a passar por debaixo das árvores.
Outra constatação é que é esta a melhor altura para fotografar pássaros nas árvores... por não terem folhas.
Mais fotos em Escrevedoiros, por esta data.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Julia Child

Um filme recente, Julie & Julia, protagonizado por Meryl Streep, narra a vida desta cozinheiro americana mítica, Julia Child, trazendo-a para a ribalta.
Baseia-se na cozinha francesa, que aprendeu em França.
Aqui está a confecção de uma omelette. O segredo está nos pequenos pormenores...

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Os Tomates



Juro que não me interesso por política. Só queria não pensar no pseudo-engenheiro de cada vez que penso na minha vida quotidiana: com que idade me vou reformar, que vou fazer amanhã, como vou trabalhar, como vou pagar os impostos, posso comprara acções na bolsa de Lisboa, ou elas caem por causa dos boy friends do dito, como aquele que ainda está na PT a ganhar como o rei Midas à nossa custa...

Já repararam nos tomates? Com a chuva que tem caído, estão belíssimos e bons, a estalar de água, parecem melancias!

A propósito: há um site italiano no Facebook, com a fotografia de um tomate, que diz:


(tradução: este tomate vai ter mais fãs do que o Berlusconi)
Coitados dos italianos, também têm que chegue! Mas, pelo menos, têm sentido de humor...

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Para alegrar as hostes

Este blogue não é político, juro. Eu só quero que me deixem em paz e não andar a mudar de vida e de tudo todos os dias por causa dos patetas indecorosos alvares que estão no poder.

Para alegrar as hostes e em homenagem ao santo S. Valentim, aqui vai uma história gira: um polvo apaixonado por uma polva nas ilhas gregas. Parece idílico, mas...
Como é que se desenha isto? Tão bem...

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

O Socras e o Boy Friend

- Eu até gosto do Socras! A menina não gosta?
- Eu não.
- Gosto, gosto. E se ele for para a rua vai para lá outro, tão vigarista como ele...

Esta é a defesa que as pessoas encontram para o Socras.
Diz o Marcelo Rebelo de Sousa que ele não pode ser destituído, por razões económicas, antes de ser aprovado o orçamento e de mandar uma papelada para a UE, lá para Maio.
E que vai esta criatura fazer até Maio?
Sem estar ameaçado de nada, avaliou toda a gente, aumentou 5 anos a idade da reforma, correu da função pública com as pessoas mais experientes, tentou correr com a Moura Guedes à custa de negócios ruinosos para uma empresa mundialmente cotada na bolsa, enriqueceu o Boy Friend à custa disto... etc...

domingo, fevereiro 14, 2010

Qual deles prefere? O Botas ou o Socas?

O Rei Socas contra O Rei Socas

Socas, o Rei Midas

O povão que não sabe falar direito e que nunca ouviu falar do filósofo grego, chama-lhe Socras ou até mesmo Socas, nome pelo qual vai passar a ser designado neste blogue.

Pois o Socas é um rei Midas, o rei que transforma tudo em ouro. Tem amigos fiéis, que ganham milhões de euros por ano, (como diz a Ana Gomes, ganha mais num ano do que o seu marido em 40), para lhe encobrirem as falcatruas à custa do erário público e das nossas empresas semi-públicas e semi-privadas. E também à custa do bode expiatório que andou a desviar a atenção de tudo isto, estes anos todos: os professores, o ensino.
Como estamos constantemente a ser surpreendidos com estas telenovelas, o que mais se irá descobrir?

"Qui mais irá mi acontécérr?"

sábado, fevereiro 13, 2010

PIGS ao SOL

Num post anterior, mostrei-me surpreendida por chamarem PIGS ao grupo de países: Portugal, Itália, (Irlanda), Grécia e Espanha.

Hoje tirei o dia para ler o Sol (2ª edição) e o Expresso. Depois de ter lido tudo, a palavra que mais me ocorre é:
Porcos!
Não me refiro ao animal porco, que é tão subestimado só por ser descendente do javali e, como ele, preferir as terras pantanosas...
Também não pode ser: "Feios, Porcos e Maus".
Se fossem feios não teriam tido qualquer lugar nesta civilização da imagem, são mesmo só porcos e maus.

E o Presidente da República de que é que está à espera para destituir o governo?

AO SOL

Interessante seguir o blogue Causa Nossa, de várias personalidades socialistas. Quase todos defendem o governo, mas Ana Gomes demarca-se claramente, injuriando o tipo que tentou impedir a publicação do Jornal Sol, aqui:
Boys will be... bóis

Não percebi muito bem, mas parece que lhe chama boi. E ruminante.
Talvez o masculino de vaca, que é um grande insulto para mulheres...

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Já há SOL

Então parece que é desta que cai o Sócrates, (o qual passará a chamar-se só José Pinto, para não chamar a atenção) e mais a cambada dele, não sem antes terem destruído muitas coisas na vida portuguesa, incluindo o ensino, que está irreconhecível.
Mas eu só sossego quando vir na cadeia algumas destas pessoas. Quando isso acontecer, eu vou a Fátima em pé.

- Nadinha! Você vai a Fátima a pé, só por causa da política? Não a sabia tão política!
- A pé, não. Eu vou a Fátima em pé.
- E como é que a Nadinha vai a Fátima em pé?
- Vou de comboio.
- De comboio?!
- Claro.
- Não percebo...
- Vou a Fátima em pé, dentro do comboio.
- Ah...

VIVA O SOL!

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Esta portuguesa língua... Mau!




Encontrei esta foto num site muito giro do Facebook.
Clicar para ampliar. O "gramatismo" é um nadinha mistérico.

Já agora, tenho neste blogue um texto idêntico, muito antigo, feito por um português. Para ver, cliquem

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Pigs / Porcos? Quem? Nós?!!!!!!!

Não sei se sabem disto.
Nos meios internacionais de Economia e Finança, designa-se por abreviatura um conjunto de países que estão na mesma situação.
É o caso dos países emergentes, em franca recuperação económica, designados pela sigla BRIC: Brasil, Índia, Rússia e China. A ordem não é totalmente arbitrária, é mais uma questão de som...

E agora Portugal faz parte de um conjunto de países com graves dificuldades orçamentais... designados por

PIIGS ou mesmo PIGS

Como a língua universal é inglês (como foi, nos Secs XVI e XVII o português), pigs quer dizer porcos. Várias pessoas se insurgem contra isto...
Poderia ser Gips ciganos, por exemplo, mas para alguns é igual.
Portugal, Irlanda, Itália (que não está tão mal assim, sendo um dos 7 ou 8 países mais ricos do mundo), Grécia e Espanha (Spain).
Se não fosse a Irlanda, poderia ser, como alguns dizem, o Club Med, por semelhança com o Club Mediterrané.

Se em Portugal e nesses países há PIGS, fora com eles!
Que os há, há!

Todos à Manif, amanhã! Vestidos de uma cor qualquer... ou de branco.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Petição online

Circula esta petição online.
Vejam e se quiserem, assinem e divulguem.
Há também uma manifestação na quinta-feira, em frente à Assembleia da República.
É suposto as pessoas irem vestidas de branco, mas quem é que tem roupa branca de Inverno?
Ditado popular "sapato branco em Janeiro, sinal de pouco dinheiro."

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N1213

Diz o filósofo José Gil que um dos males da sociedade portuguesa é o de transformar acontecimentos em não-acontecimento. Foi o caso, aliás referido por ele mesmo, das imensas manifestações de professores, que foram transformadas em não-acontecimentos pelo anterior governo. E de todos estes casos, suspeitas, etc, como este das escutas relativas à TVI.
Nada aconteceu, para todos os efeitos...
Têm que ser os cidadãos a tomar a iniciativa e a exigir que se reponha a legalidade.


segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Isto é mais giro



Levei hoje a máquina fotográfica, na intenção de fotografar uns bandos de papagaios que andam agora em Lisboa. Não os vi, mas vi e fotografei melhor: um esquilo, também aquisição recente da cidade de Lisboa.
Dá para ampliar muito.

domingo, fevereiro 07, 2010

Quem são estes parolos que nos governam?

Quem são estes parolos que nos governam?
Estão todos de acordo?

Muitas vezes me espantei ao ouvir dizer "Eu tenho muito orgulho em ser português".
- Porquê?
- Ora, Eu tenho muito orgulho em ser português.
- Porquê?

A resposta não era lógica, mas era irritada.
Duas ou três vezes dei por mim a gabar-(me)/(nos) de que até o próprio Salazar, apesar de todos os defeitos que tinha, era honesto. Cheguei mesmo a afirmar que os portugueses não aceitariam um governante que não fosse honesto, como condição mínima. Enganei-me e enganei as pessoas a quem disse isto.

O nosso orgulho pátrio refere-se, em parte, à miséria que exportamos para outros países, ao miserável colonialismo de que fomos protagonistas e sobretudo aos descobrimentos que foram feitos...
Talvez eu me orgulhasse de ser europeia, mas para quê?
Talvez eu me orgulhasse de ser um ser humano? Para quê?

sábado, fevereiro 06, 2010

O Estado da Nação 2010 - Parte IV

Em casa.
- Trouxeste o Mercedes?
- Qual Mercedes? Então tu não vês que estamos de tanga?
- Espera lá, não confundas as coisas. Eu todas as semanas vou ao Banco Alimentar Contra a Fome buscar comida. Nunca mais fui ao supermercado. A roupa é toda da Cruz Vermelha, eu peço roupa para ricos que estão temporariamente em dificuldade e eles dão-me da estrangeira. Tu não me digas que ainda temos que vender o carro!
- Só o Mercedes. O BMW ainda não.
- Também era só o que faltava.
- Ó mulher, a crise está para todos... e eu até corro o risco de ser despedido...
- Tu? Mas tu és do partido
- Pois o problema é esse. Eu, lá no partido estava a falar por falar e pus-me a dizer qualquer coisa sobre o Freeport. Nós até fomos lá às compras, lembras-te? E então eles acharam que eu estava a dizer mal do governo. Logo a seguir, não sei como é que foi, comecei a falar da TVI e acusaram-me outra vez de estar a dizer mal do governo. E depois pus-me a falar de telefones e telemóveis e acusaram-me outra vez de estar a dizer mal do governo, pensavam que eu estava a falar das escutas...
- Olha que é preciso ser burro! Para que é que foste falar dessas coisas?
- Ó mulher! Não se pode falar de nada, lá no partido, outro dia estava a falar do Pinóquio, aquele boneco a quem cresce o nariz e...
- Acusaram-te outra vez de estar a dizer mal do governo. És muito burro! Então tu não vês as notícias?
- Eu ver vejo, mas não se pode falar de nada...

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Mistery

Apareceram-me aqui alguns visitantes que são provenientes dum site do Facebook chamado

Filhas: pari, ou mesmo paride à vontade, mas não me metam nisso.
Como é que desse site se vem para aqui e para o Escrevedoiros?

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

O estado da Nação 2010 - Parte III

Na escola da Karina, sala dos professores.
- Que trabalhe quem teve boa nota, que foi quem andou a dar graxa aos chefes! Eu cá, estafar-me para quê?
- Olha, a Karina foi suspensa outra vez!
- Porquê?! Que é que essa rapariga fez agora?
- Olha, roubou dinheiro à avó, que está senil e com o dinheiro comprou droga e andava por aí a vendê-la.
- Por aí, aonde?
- Por aí, nos corredores da escola.
- Essa agora! Estais a falar daquela rapariga..
- A Karina Silva.
- Ah, mas ela vai ser expulsa?
- Expulsa? Isso é impossível. Só teve uma suspensão.

- Ao menos reprova por faltas?
- Nem penses. A escolaridade obrigatória é até ao 12º ano...
- Ao menos reprova por notas?
- Nem penses. As ministras dizem que os alunos não ganham nada em reprovar.
- Ganham os que estudam, não?
- Não. Alguns professores até concordam com isso. Dizem: - Se os pusermos fora da escola, isto é, se os reprovarmos por faltas ou por notas, eles vão lá para fora meter-se na droga.
- E assim, metem-se na droga aqui dentro. E vendem-na aqui!

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Público - Vem aí uma geração de rapazes frustrados

Público - Vem aí uma geração de rapazes frustrados

Esta polémica é muito interessante. De certa forma, é estranho não se falar deste problema, ao ponto de muitas pessoas ignorarem que ele existe. Sim, desde que há concorrência com as raparigas em perfeita igualdade, tornou-se claro que os pais exigem que elas sejam cumpridoras, educadas, disciplinadas, enquanto acham graça a que os rapazes sejam "malandros" "malandrecos", irrequietos, pouco atinados. Respondem mal e sempre aos professores ("tão engraçado"), guincham quando a professora está a declamar poesia fazendo rir todos os colegas ("o meu filho tem uma graça!")... o pior é o resto.
O artigo também afirma,a certa altura, que poderá haver no futuro "uma nova classe baixa: a dos homens".
Neste blogue, o assunto já foi abordado várias vezes.

Será que também vão ser os professores a resolver (artificialmente, como sempre que é impossível) esta desigualdade de género? Basta dizer-se que a culpa é deles e fazer uma estatística: os rapazes desta professora têm muitas negativas, os daquela só têm positivas... e segue a palhaçada.
De facto, esta rebeldia que a sociedade aprecia nos rapazes não se manifesta a não ser como falta de educação, desinteresse, não cumprimento de regras... sem correspondente em termos positivos. Onde estão os efeitos práticos desta rebeldia?

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Mais uma!

Gosto da Revista L+ARTE, uma revista sobre arte e leilões. A Página no Facebook tem um estilo informal e engraçado, em parte à maneira dos artistas, em parte num estilo jovem, como se fosse jovem... E dá informações em tempo real através do facebook. Como esta.

Parece que Joe Berardo vai levar a sua colecção de arte para o Brasil.

Tão pouco? Não era eu que me admirava se o governo desse mesmo este dinheiro ao senhor.
E se fossem todos para o Brasil, coleccionador e membros do governo, como foram os outros, faz agora 35 anos? Foi tão bom!

Treinar

Já comecei a treinar para a Mini-Maratona da Ponte 25 de Abril.
Como estava, ontem, um belo dia quase primaveril, fui a pé desde o Marquês até À Rua do Arsenal, dando muitas voltas e regressei ao Rossio carregada de compras "gourmet".
Foi um bom começo.
É já a 21 de Março. Pense nisso.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Amuos

Uma frequentadora assídua destes blogues pensou que eu estava zangada com ela por um comentário que escreveu aqui e porque não lhe respondi aos votos de Natal.
Podem escrever o que quiserem, em casos raríssimos apago, mas nunca me zanguei.
E peço desculpa se não escrevi personalizadamente a mais alguém no Natal, dado que coloquei aqui bué de mensagens.

Se duvidam que aceito comentários críticos, vejam


Provérbios sobre o tempo: Janeiro Fora

Já aqui disse isto há uns anos, mas não resisto a repetir, por ser uma mensagem positiva e optimista.
Diz a sabedoria popular, num provérbio, que
"Janeiro fora, mais um ano".
Quer isto dizer que as pessoas doentes ou idosas que conseguiram viver até hoje, têm garantido, pelo menos, mais um ano, até ao próximo Inverno. Que o pior do Inverno já passou.
Que bom! Daí a pouco estamos no Verão.

domingo, janeiro 31, 2010

O Estado da Nação 2010 - Parte II

No trabalho.
- Que trabalhe quem teve boa nota, que foi quem andou a dar graxa aos chefes! Eu cá, estafar-me para quê? Ah, é a minha filha no telemóvel: Olá! que foi agora?
- A minha stora diz que eu me portei mal e vou ter uma suspensão.
- O quê? Não tenhas medo, filha, eu assim que possa vou mas é aí e digo-lhe das boas. Eu já lhe disse: a minha filha não mente e ela diz que não fez nada. Olha, já agora, vai para casa e faz o jantar.
- Não posso ir. Combinei ir para casa da Kátia estudar matemática.
- Estudar matemática? Sua aldrabona! Tu és mesmo uma aldrabona! Nunca te vi estudar nada e ias estudar agora que foste suspensa? Vai já para casa e lava a roupa e a loiça!
- Ó mãe, tenho que ir estudar e fico a dormir em casa dela.
- Aldrabona. Eu bem sei que vocês vão para a discoteca e para a night.
- com que dinheiro? Tu não me dás dinheiro e as discotecas são caras.
- A tua avó ainda ontem se queixou de que lhe faltava dinheiro, foste tu outra vez que lho roubaste!
- A velha está gágá, sabe lá o que diz.
- Confessa! Diz a verdade!
- Eu não fiz nada, eu não fiz nada, o que eu quero é ir estudar para casa da Kátia...
- Está bem, filha, atão vai lá. Mas para outra vez...
- Está bem!

(A continuar)

sábado, janeiro 30, 2010

Alimentação biológica

A despropósito:
Fui à Feira Biológica do Príncipe Real e ouvi uma conversa interessante, na qual não resisti a intrometer-me.
Um senhor que tem uma banca de legumes biológicos, (normalmente são também produtores, patrões ou empregados), caiu dum 7º ou talvez 9º andar, não me souberam dizer ao certo. Talvez sétimo, digo eu.
- Ah, suicidou-se? - Perguntei?
- Não, não. Caiu.
- Como é que alguém cai dum 7º ou 9º andar?
- Andava a consertar uma janela. A janela dum familiar, coitado.
- Então e agora - pergunta uma senhora - vem alguém substituí-lo na banca dos legumes?
- Não, não é preciso. Vem ele quando estiver melhor.

Não há dúvida: a alimentação biológica faz bem!


(Ler "O Estado da Nação - Parte II", nos próximos posts)

quinta-feira, janeiro 28, 2010

O Estado da Nação 2010

- Olá Querida! Como foi o teu dia, 'mor?
- Fracote. O meu chefe deu-me uma nota má.
- O meu também, mas isso já era de contar...
- Pois! Mas como a tua filha só tem negativas, isto nesta casa anda tudo muito mal.
- Minha filha? Ela saiu a ti em ser burra, que na minha família há vários doutores.

- Ai há? Então e tu porque é que não conseguiste passar da cepa torta?
- Olha, sei lá, os professores embirravam comigo e chumbavam-me sempre.
- Também embirram com a tua filha.
- Mas ela passa todos os anos.
- Isso é por causa do Governo. Agora passam todos, senão os professores deles também têm negativa.
- Essa agora! Boa vai ela! No meu tempo não havia nada disso!
- E a Avozinha?
- A coitada tá senil, mas obrigam-na a ir trabalhar todos os dias porque não tem idade para a reforma.
- A tua mãe ainda não tem idade para a reforma?
- Ter tem, mas tem pouco tempo de serviço...
- E que nota é que ela teve?
- Teve Muito Bom. Está convencida de que a chefe é a mãe dela e está sempre a elogiá-la.
Estamos mal. que vamos fazer?
- Eu cá, vou avaliar a mulher-a-dias e diminuo-lhe o ordenado.
- Boa ideia!

- Ó mãezinha!
- O que foi?!
- A minha stora tava chateada e pôs-me na rua!
- Estúpida. Eu já fui à escola e disse:
- A minha filha não mente. se ela própria disse que não fez nada, que vem agora essa galdéria acusá-la de dizer isto e mais aquilo?
- Eu não fiz nada!
- Pois claro que não. Mas porque é que tiveste zero a português?
- A stora mandou-nos escrever uma coisa sobre essa coisa dos animais não sei quê e não sei que mais. E eu escrevi assim:
- As vacas e as galinhas são animais em vias de extinção porque os donos abandonam os animais. Qualquer dia nem há carne para a gente comer. No tempo do rei não era assim, era melhor.
- Mas o que é que está mal nessa redacção? Fica sempre bem dizer que agora está tudo mal e que no tempo do rei é que era bom...
- Sei lá! Eu disse logo assim à mulher: olhe lá, você não deu esta matéria...
- Vem aí a avozinha.
- Olá mãe. Então como é que correu hoje o seu trabalho?
- Olá pai. A minha professora deu-me Muito Bom.
- Ó avozinha, não esteja a confundir as coisas. Ela é sua filha, não é o seu pai... Então não vê que ela é uma mulher?!
- Uma mulher de calças? Ahahah! Nunca tal vi!
- Ó maezinha! as mulheres já usam calças há séculos.
- Pelo menos desde o tempo do rei!
- Quem é este rapaz gordo que me está a chamar maezinha? A minha professora deu-me Muito Bom!

(Não perca as cenas dos próximos capítulos)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Outra vez?

Contos de Santo António

Tenho publicados neste blogue muitos contos populares, alguns dos quais eram inteiramente desconhecidos. Têm muita procura, em grande parte proveniente de brasileiros. Quase todos s são do Douro Litoral e era o meu avô que os contava à lareira, tantas vezes os mesmos que ficaram bem na memória. Era também para isso que eles serviam.
Há vários sobre Santo António.
Numa aldeia de Castelo de Paiva, há um solar que dizem ter sido dos avós deste santo, mas parece que há muitas outras terras que dizem o mesmo, orgulhando-se de ser o berço dos pais e avós de um dos santos mais apreciados no mundo inteiro... sobretudo em Itália.

Estou a lembrar-me bem de um deles. É assim:

Um dia, os pais e os avós de Santo António resolveram ir todos juntos a uma romaria (dizem onde é a romaria). E então mandaram o Santo António, que era criança, ficar em casa a guardar os campos e a enxotar os pássaros para que não comessem as sementes.
Santo António aborreceu-se de estar sozinho e fez o seguinte: pegou numa rede de pesca, (a terra fica perto do rio Douro e do rio Paiva) e disse aos pássaros que fossem para debaixo da rede, como se fosse uma gaiola.
As aves assim fizeram, e o menino foi ter com os pais e os avós à festa. Estes ficaram muito zangados por o santinho ter abandonado os campos e ralharam muito com ele, mas quando chegaram, deram com os pássaros todos presos dentro da rede de pesca.

Este foi-me contado por várias pessoas, sempre com muitos pormenores realistas, como se se tivesse tudo passado ali.
Um aspecto que acho muito interessante nestes contos populares é a mentalidade que lhes está subjacente, neste caso em relação ao modo como se tratavam as crianças e ao trabalho infantil. Também parecia muito convincente neste aspecto, há muitos anos atrás.
O que está bem patente neste ditado popular: "o trabalho do menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco". Neste caso, era só enxotar os pássaros...

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Ratos e... Homens(?)

Odeio matar ou permitir que morram animais e é claro que sou contra a pena de morte.
Em contrapartida:
é claro que não permito que os ratos se reproduzam na minha casa e quando aparece uma osga, tento apanhá-la para a pôr no contentor do lixo da rua, onde talvez morra. Já sabem que sou "meia budista". Quanto aos ratos...

Estou a ver televisão: deram em directo e voltam a dar mil vezes em diferido o enforcamento de Sadham Hussein. Recentemente falam do enforcamento de um braço (direito, ou esquerdo, não sei...) de Sadham.
Dizem que vão mostrar imagens: respiro fundo e preparo-me para aguentar imagens que não vejo sem dor, apesar de tudo.
Mas preciso de respirar muito mais e de ganhar muito mais coragem quando é para decidir matar o único rato que anda / andou na minha casa.

Não devemos esquecer: estes dois políticos poderiam ter acabado com a pena de morte no seu país. Nesse caso, não seria possível condená-los à morte.
Há coisas que não vale a pena recordar. Há coisas que nem vale a pena esquecer.
Não vale a pena esquecer a morte inglória destes dois, como consequência das atrocidades que cometeram e dos muitos que condenaram à morte. Tal como não vale a pena eu recordar a primeira e única vez que coloquei veneno na minha casa para matar um rato. Mas recordo. E não consigo esquecer. Juro!

domingo, janeiro 24, 2010

O meu avô era jovem

Uma amiga ficou de me dar apontamentos que tirou, em inglês, da Tara Ghandi, bisneta de Ghandi de que falei aqui.
Lembro-me agora duma intervenção que me pareceu também interessante:
Um rapazinho perguntou-lhe se Ghandi pensava que os jovens tinham alguma coisa a fazer para mudar o mundo, uma revolução, ou assim.
Creio que não entendeu muito bem a pergunta, o que é natural e respondeu:
- O meu avô era jovem. Sempre foi jovem.

Gostei. Há de facto pessoas que são sempre jovens, não há dúvida de que o avô da senhora (a neta tem 77 anos) era jovem. E ela também.
A outra questão é esta: de facto, nós, ocidentais, temos tendência para pensar que os jovens é que deviam mudar o mundo e agir para isso, mas a pergunta que faço, depois de ter pensado no assunto, é esta: quem é que não tem nada a perder? Os jovens actuais, que vivem uma intensa competição? Ou as pessoas mais velhas, muito mais?
No Oriente acontece às vezes um homem de idade rico dar tudo o que tem e tornar-se asceta até morrer.

Creio que a ideia de Tara Ghandi era que todos nós podemos ou devemos agir para mudar o mundo. Os jovens também.